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OBRAS DA NOVA REVELAÇÃO

Recebidas pela Voz Interna

por JAKOB LORBER

PALAVRAS DO VERBO

A REDENÇÃO

EPÍSTOLA DE PAULO À COMUNIDADE EM LAODICÉIA

A GRANDE AURORA OU O PRÊ-LEVANTE PARA A VINDA DO SENHOR

SOBRE O ATUAL DILÚVIO ESPIRITUAL

Traduzido por Jaime M. Murbõck

Rio de Janeiro / 1993

A REDENÇÃO - Recebido pela Voz Interna por Jakob Lorber

Eis uma pergunta a Meus filhos à qual devem tranquilidade de seu coração para que possa ser-lhes aberta uma portinha para os secretos aposentos de seu amor, a fim de conhecerem a si mesmos e a Meu Amor, inflamando-se nele poderosa­mente para Comigo — pois, só Eu posso redimir a alma pelo renas­cimento do espírito, e, através deste, o de toda a criatura.

Mas eis a pergunta de suma importância: De que maneira condiciona a Lei Mosaica o livre arbítrio por Amor; por Amor oRenascimento; e pelo Renascimento a Vida Eterna?2

Por que era necessária a Redenção à frente da Lei Mosaica, já que para o Renascimento, tudo o que se precisa é guardar a Lei por puro Amor a Mim?

O que é então a Redenção, até que ponto destina-se ela ao homem, e de que maneira pode ele participar dela? —

Será difícil responder a essa pergunta por cada um que só tentará embotar nela a sagacidade de seu espírito; mas quem se inflamar no Amor e em toda humildade para Comigo, encontrará a plena resposta no recôndito do seu coração. Mas darei a plena resposta a Meu pobre e fraco servo Jakob (Lorber) a fim de poderdes comparar com ela a vossa, examinando vosso coração e seus profundos aposentos de Amor. Eu, o Grande Mestre em todas as coisas. Amém!

RESPOSTA: Eis a plena resposta àquela pergunta de suma im­portância, e cuja grandeza e importância só por esta resposta tornar-se-ão luminosamente manifesta. —

Para que possais assimilar perfeitamente esta resposta, faz-se mister mostrar a essência do homem em sua esfera natural e espi­ritual. Sem este conhecimento prévio, de nada serviria doutrinar-vos, porque tudo se dirige apenas ao espírito, para que este se torne novamente vivo no Amor, que é sua Mãe. E, para que vosso espí­rito receba o primeiro estímulo, vos dei a pergunta inicial: em que consiste a vida do espírito, seu renascimento, e só então a Vida Eterna da alma em sua máxima liberdade? —

Vede, o homem é composto de um corpo segundo a natureza; é nesse receptáculo que tem que se formar,3 pelos diversos órgãos, uma alma viva, pois na origem,pela procriação, só a única essên­ cia do corpo é construída. No sétimo mês, o ser corporal acaba de ser organicamente formado pela vida vegetativa da mãe, já em to­das as suas partes, se bem que não inteiramente em sua forma.

É então que na região do epigástrio (boca do estômago)abre-se uma bolhazinha invisível a vossos olhos, provinda do pai. Nela é contida a substância da alma que se comunica agora a todo o orga­nismo por meio dos nervos, transformando um fluido magnético, presente em todos os nervos, para o seu próprio fluido, e pene­trando em seguida, com velocidade elétrica, em todos os outros órgãos, particularmente — mas em último lugar — nos músculos do coração, o que geralmente se dá apenas no sétimo dia, em al­guns casos algo mais tarde4.

O coração começa então, muito devagar, a dilatar-se pelo suces­sivo enchimento com a substância psíquica. Quando se encheu pouco a pouco, descarrega para as veias através de uma câmara superior; esse fluido descarregado comunica-se a todos os humores aí presen­tes, fazendo-os entrar à força em todos os vasos, e empurrando-os, juntamente com os humores já presentes nos vasos, para as veias, e por essas de volta ao coração. Entrementes, o coração já foi de novo carregado e os humores, chegando de volta, são logo reexpedidos.

Desta maneira, começa então a pulsação, a circulação dos hu­mores e — um pouco mais tarde — a do sangue provindo deles. Pela contínua circulação e permuta dos humores, e precisamente pela do sangue, forma-se agora o próprio corpo; e pela substância obtida nos sutis humores, a solidez da alma por via eletromagnética.

Quando finalmente o estômago acaba de ser inteiramente for­mado para receber humores mais espessos do corpo da mãe, em apoio dos humores utilizados para tal fim bem como do sangue, o homem é desligado das cordas nutritivas no seio materno e nasce para o mundo externo, dotado de cinco sentidos segundo a natureza.

Destinam-se eles a captar o mundo físico, ou melhor, as di­versas substâncias, como da luz, do som, do paladar. do olfato, e finalmente do sentimento geral, destinando-se tudo isto a apurar a alma e, conforme a necessidade dela, fazer crescer o corpo, o que sucessivamente tem lugar durante vários anos. Desta maneira, há agora dois homens em um, a saber, primeiro um material, e nele um substancial (ao qual acrescentar-se-á ainda um essencial).

Mas reparem agora: sem demora, cerca de três dias antes do nascimento, forma-se na região do coração outra bolhazinha infi­nitamente sutil, provinda da mais fina, mas ao mesmo tempo mais sólida substância da alma. E nessa bolhazinha vai sendo metido um espírito que em tempos passados tornara-se mau — sendo, no entanto, em sua essência uma centelha do Amor Divino? Seja o corpo masculino ou feminino, o espírito é não obstante sem dife­rença sexual, adquirindo só com o tempo algo sexual que se mani­festa pela concupiscência.

Mas este espírito é ainda morto,6 assim como o era desde lon­gos e longos tempos, banido na matéria;7 a alma, porém, é um imponderável ser substancial, simples8 e daí indestrutível. Ela possui sentidos que agora, pouco a pouco, vêm sendo inteiramente aper­feiçoados, sendo a RAZÃO igual aos ouvidos, a INTELIGÊNCIA igual aos olhos, o DELEITE sobre as impressões obtidas do som e da luz igual ao paladar, a PERCEPÇÃO DO BEM E DO MAL igual ao olfato, e, finalmente, igual ao sentimento geral, a CONS­CIÊNCIA da presença (na alma) da vida segundo a natureza, cau­sada pelas constantes evoluções das finíssimas substâncias em seus órgãos correspondentes aos do corpo.

Assim como anteriormente os humores do corpo, em sua cir­culação, formaram9 a substância da alma, levando-lhe ainda substân­cias do mundo exterior, da mesma maneira O ESPÍRITO, contido na bolhazinha, é nutrido pela circulação das finíssimas substâncias nos órgãos da alma até que ele se torne maduro para romper a bolhazinha e penetrar em seguida, pouco a pouco, em todos os órgãos da alma. E assim como a alma constituiu no corpo um se­gundo homem, o espírito chega agora a constituir na alma, através do alimento que ela recebe pelo pensar da alma, um aprimorado TERCEIRO HOMEM. Isto sucede da seguinte maneira:

O ESPÍRITO possui também — assim como o corpo e a alma — correspondentes órgãos espirituais:

— O SENTIMENTO OU A PERCEPÇÃO, igual ao ouvido e à razão;

— A VONTADE igual à luz e à inteligência;

— A CAPACIDADE DE ASSIMILAÇÃO de tudo o que é de natu­reza mundana em suas respectivas formas, igual ao paladar e ao deleite sobre as impressões obtidas do som e da luz;

— O DISCERNIMENTO DO VERDADEIRO E DO FALSO, igual ao olfato e à percepção do bem e do mal;

— e finalmente O AMOR, igual ao, e oriundo dosentimento geral e da consciência da vida segundo a natureza.10

E assim como o alimento do corpo se processa por todos os sentidos, igualmente o faz o da alma, e finalmente também o do espírito. Se o alimento geral é mau, no fim tudo sairá mal e consequentemente condenável; mas sendo o alimento geral bom e acei­tável, no fim tudo se torna bom e aceitável. Vede, são essas as relações dos dados entre corpo, alma e espírito; importa saber, o que é um ALIMENTO mau e o que é um bom?

Vede — tudo o que é mundano é mau, porque faz o espírito voltar ao mundo de cuja forte (e obscura) prisão de morte Eu o arrancara à matéria, pondo-o no coração da alma para que se torne lá de novo vivo, e purificado de tudo o que é sensual e material conforme a natureza mundana, capacitando-se finalmente a receber de Mim a Vida. — Ora, ao se lhe dar ALIMENTO MAU, tornar-se-á de novo mundano, sensual e finalmente material, e com isso morto como antes do nascimento, o mesmo acontecendo da alma com o corpo, uma vez que com isso ela própria se tornou material.

Mas ao dar-se ao espírito ALIMENTO BOM, que é a Minha Vontade revelada e a mediação pelas obras da Redenção, ou seja, da Plenitude de Meu Amor pela Fé viva: então formar-se-á no co­ração do espírito uma nova bolhazinha na qual vai sendo colocada uma Centelha pura de Meu Amor. E assim como anteriormente era o caso na geração da alma e, procedendo11 dela, na do espírito, o mesmo acontece também com esta nova geração do santuário: al­cançando a plena maturidade, esse sagrado Amor rompe os frouxos laços do vaso (bolhazinha) e — qual o sangue do corpo, ou as finíssimas substâncias da alma, ou qual o Amor do espírito — derrama-se em todos os órgãos do espírito, o que se chama o NOVO NASCIMENTO 12 ao passo que a colocação desta bolhazinha de vida no espírito constitui e chama-se NASCIMENTO POR ENXERTO13.

Mas eis que ao mesmo tempo, na região do ventre e dos ór­gãos genitais, vão sendo colocadas pelo inferno muitas bolhazinhas de amor infernal, e isso já no ato da procriação, sobretudo se esse tinha em mira uma pecaminosa satisfação puramente animal. Essas bolhazinhas dão à luz quase ao mesmo tempo com o Meu Amor, semelhante às lagartas na primavera quando volta o calor do Sol natural — assim também esta ninhada infernal no espírito do ho­mem, despertada pelo calor no nascer do Meu Sol Divino. —

Vede, é daí que vêm também as tentações, já que cada um destes seres infernais vindos à luz tenta sem cessar intervir, onde for possível, na vida da alma. O homem então deve fazer frente às bestas, de própria vontade, e com a força do recém-nascido Amor de Deus — senão, elas entram em todos os órgãos da alma, fixando-se, semelhante a pólipos que sugam, nos pontos onde o espírito entra na alma, impedindo assim que a alma receba a vida do espí­rito e, por ele, a Vida do Amor Divino. Mas se o espírito se vê impedido de dilatar-se a fim de receber em abundância a Vida Nova de Deus, ele de novo se retrai em sua muda bolhazinha, e tanto mais ainda Meu Amor que está nele e que é o Deus no homem.

O homem, tendo passado por isso, torna-se de novo puramente material, sobremaneira sensual e também perdido porque não sabe o que se passou nele. É que as bestas no início seduzem devagar e de maneira agradável os sentidos do homem, aprisionando-o pouco a pouco inteiramente, de maneira que ele simplesmente não sabe mais nada do que é do espírito, nem ouve, nem vê, nem saboreia, nem cheira e nem sente.

Eis então uma tribulação como não houve desde o início até o momento presente, nem haverá no futuro, a saber, quando o ho­mem recorre a Deus, exteriormente por preces, sobretudo pela Minha Oração — por jejum e leitura do Meu Verbo da Escritura, ganhando com isso grande ânsia de ser libertado da grande tribulação.

E se o homem toma isso a sério, em vista de tantas dúvidas obscuras em seu íntimo, então Eu começo a agir de fora, como vencedor da morte e do inferno, pelas obras da Redenção, dando ao homem, por Minha Misericórdia, cruz e sofrimentos conforme Minha Sabedoria. Com isto, o mundo e seus prazeres tornam-se lhe amargos a ponto de ele tomar aversão a eles, começando a ansiar pela libertação da vida dos sofrimentos. Por isso, como as bestas na alma não recebem mais alimento do pecaminoso mundo externo, tornam-se fracas e secam quase que inteiramente nos órgãos da alma, pelo que caem em um estado totalmente inconsciente.

Começa agora o Amor Misericordioso de Jesus Cristo a agir de fora para salvar a alma, entrando nos órgãos enfermos tanto do corpo como da alma, e iluminando-os; como consciência admoestadora, esse Amor leva a alma a perceber em si o sem-número de bestas pecaminosas. Então, assusta-se a alma, o que se manifesta pelo aperto do coração, como também por um aperto interno do peito no epigástrio. E nesta dor submissa que se manifesta num sincero arrependimento, ela implora clemência e misericórdia ao Amor crucificado de Deus — e eis que o espírito o percebe e faz-se de novo sentir na bolhazinha para onde se retirara.

O Amor Misericordioso de Deus lembra então seriamente ao homem os Mandamentos de Moisés, do primeiro ao último, im­pondo-lhe sua estrita observância a fim de que ele se humilhe e se abnegue a si próprio até o seu íntimo. — Deve fazê-lo pelo mesmo motivo pelo qual uma lavadeira espreme o pano por tanto tempo contra as mais estreitas sinuosidades do tanque, para que até as mínimas partículas de sujeira sejam levadas com o escorrer da água. Ela repete isso até que não se possa mais notar nenhuma turvação da água. Só depois ela expõe a roupa aos raios do Sol a fim de que esses levem ainda, pela evaporação, os últimos ves­tígios de impureza, que os ventos limpos aniquilam e dispersam para todos os lados.

E vede, os Mandamentos que Moisés recebeu de Deus são em número de DEZ, o que é um número de Deus.14 Eles mostram que o homem, quando cai na tribulação, deve primeiro acreditar que EU SOU, e deve então ter a mais alta estima para Comigo, ao ponto de sentir-se obrigado a escolher, entre os sete Dias, o sábado que lhe foi aconselhado para santificá-lo na tranquilidade, como um verdadeiro dia de descanso no Senhor. Ele lhe servirá para abnegar-se a si próprio e ganhar uma visão cada vez mais profunda de seu intimo, a fim de reconhecer os seus moradores e implorar-Me que os extermine como já foi dito, expelindo-os dos 6rgaos de sua alma. —

Apos ter-se humilhado profundamente abaixo de Minha Grandeza, Meu Poder e Minha Força, importa agora o trabalho da lavadeira — isto é e deve ser entendido como a estrita observância dos demais sete Mandamentos, pelo que ele e intuído a humilhar-se profundamente até abaixo de seus semelhantes, aprisionando todas suas más cobiças,vergando totalmente sua vontade, e submetendo a Minha Vontade todas as suas ambições, isto e também, os mais leves desejos do seu coração. Então Eu virei com o AMOR para aquecer a morada de seu espírito, assim como uma galinha aquece seus pintinhos que não vieram ainda a luz. E vede, a seguir O ESPÍRITO que já antes começara a fazer-se sentir, NASCE DE NOVO pelo calor do Amor Divino, derramando-se logo em todas as partes da alma purificada, e sorvendo ansiosamente dos órgãos da mesma, o Amor Misericordioso que opera de fora, tornando-se desta maneira mais forte.

Penetrou assim o Amor de Minha Misericórdia no fundo do coração do espírito onde jaz a maravilhosa bolhazinha do primário Amor Divino. 16 Essa bolhazinha puramente divina — na qual estava encerrado o grande sacrário de Amor do Eterno, Santo Pai — rebenta de novo, animada pelo Amor do Filho16 que, mercê da Redenção, purificou a alma e, unindo-se intimamente a ela, derrama-se logo em grande claridade, qual um Sol nascente, em todo o espírito, e portanto também na alma, e por esta igualmente na carne mortificada.

Em seguida, o homem torna-se inteiramente vivo, o que é a

RESSURREICAO DA CARNE.

E como agora tudo vem a ser penetrado pelo Pai,17 eis que o Filho16 e admitido pelo Pai no Céu — isto é, no coração do Pai; ao passo que o Filho acolhe o espírito do homem, e este a alma, e a alma o corpo, isto e, o fluido nervoso (ou essência vital) que já conheceis, pois todo o resto são apenas excrementos dele.

E como agora o Pai, isto é o Amor do Pai, vem a reinar no homem, faz-se a Luz nele, uma vez que a Sabedoria do Pai nunca esta separada do Seu Amor. Daí também, o homem se torna pleno de Amor, pleno de Sabedoria e Força, e com isso plenamente RENASCIDO em todo Amor e Sabedoria.

Vede agora quanto zelo, amor e grande paciência necessito para poder redimir apenas UM de milhares — e quantas vezes ate este desconhece Meus esforços, desprezando-os e amaldiçoando-os, e dando pontapés neles! Mas vede que Eu nunca desisto de chamar-vos sempre:"Vinde a Mim todos vos que estais cansados e sobrecarre gados, e Eu vos aliviarei!"

Mas é duro pregar aos surdos e cegos, porque eles se lançaram completamente nas tribulações do mundo, sujando seu solo, que 6 sua carne, com a maldita imundície do hediondo inferno cujo cheiro e uma verdadeira pestilência da alma. Por conseguinte, devo sempre de novo mandar chover um dilúvio dos céus, que entende-se serem as amargas obras da redenção. E por isso e possível lavar de novo o solo execrado da alma. E só depois que os ventos da Graça secaram de novo os pântanos lamacentos, será outra vez possível pregar os caminhos para a Vida em Mim.

E como já estou vos doutrinando há bastante tempo, segui Minha Voz, voltando ao aprisco de Minhas queridas ovelhas, para que Eu — o único Bom Pastor — vos possa conduzir a boa pastagem da vida, e para que vós Me deis lã branca qual neve a fim de Eu poder vos preparar uma veste que será vosso adorno para toda a Eternidade! —

Contemplai agora o efeito desta Minha Doutrina e vede: Quando um camponês possui um pequeno pomar e percebe que as arvorezinhas são todas silvestres, esta diante do problema: "Se as arranco, meu pomar ficara vazio; e ainda que plante outras, no inicio também serão silvestres — e talvez nem tão fortes como as atuais. Por isso, vou limpá-las cuidadosamente de toda bicharia nociva e de seus ninhos, e procurar em tempo oportuno nobres ramos de boas árvores para enxertá-los sobre elas. Desta maneira, as silvestres, que aliás são frescas e sadias, podem sem duvida, com a ajuda do Alto, ser ajustadas e dar-me um dia muitos frutos de ótima qualidade." E vede, o esperto camponês faz como pensou e recebe com muita alegria, em poucos anos, uma rica colheita de frutos.

E vede, vos — os pais — sois todos tais camponeses em cujo solo terrestre, ou físico, nasceram somente rebentos silvestres do inferno porque gerados em luxuria a modo de Sodoma e Babel;18 deveis, portanto, com redobrado zelo, limpar esses rebentos de toda esta bicharada de mil espécies, usando o máximo cuidado para exterminar todos os desejos e apetites oriundos da bicharia infernal que se instalou em seu íntimo. E deveis fazê-lo pela maneira verdadeira que já vos mostrei claramente, podando, logo no início, os inúteis rebentos laterais de teimosia que muitas vezes parecem ser de boa índole, mas que sempre enfraquecem a vida do tronco. Desta ma­neira obtereis dentro em breve um tronco sadio e vigoroso. E quando vier o tempo do enxerto, que é o anunciar e inculcar da Lei dada por Meu supremo Amor através de Moisés, podereis por certo esperar, com Minha ajuda, que vossos rebentos silvestres assim purificados e cuidadosamente tratados, acatarão firmemente a Minha Vontade, depois que a deles lhes tiver sido tirada por complete Desta maneira, dentro em muito breve, eles produzirão abundantemente os mais belos e maravilhosos frutos de toda sorte — mais ainda se os regardes zelosamente com a Água da Vida, a fim de suas cabeças crescerem para o Alto, pelo que seu horizonte espiritual alcançará a bem-aventurança do Céu. Absorverão então cada vez mais a Luz da Graça que se derrama constantemente em grande abundância do Sol da Graça que teve origem pela Obra da Redenção.19 E é somente por sua Luz e seu Calor que toda criatura pode nascer de novo e alcançar o pleno renascimento para a Vida Eterna. —

Eis em que consiste a REDENÇAO: 20 que seja reconhecido o Santo Pai e o Amor que verteu Seu Sangue na Cruz, expiando e santificando de novo todo o mundo e abrindo ate aos malfeitores a sagrada porta para a Luz e a Vida Eterna pelo ultimo golpe de lança no Coração do Amor Eterno. E assim como UM se tornou vidente e vivo na fé e no amor, da mesma maneira TODOS poderão tornar-se videntes e vivos na fé, o que e então a verdadeira participação na Redenção para que a bolhazinha do Amor Eterno seja de novo frutificada pelos raios do Sol da Graça, e cresça em vos o antigo Amor do Pai, pelas Obras do Filho, e toda Forca e Poder do Santíssimo Espírito de Ambos, no Amor puro de vosso coração renascido.

Enfim, o que e, e o que significa a OBRA DE MINHA RE­DENÇÃO 21 e que ela é primeiro a Obra máxima do Amor Eterno, porque por ela Eu Próprio, o Ser Supremo, na Plenitude de Meu Amor e na Plenitude infinita de Minha Divindade Me tornei Homem, e até Irmão de todos vos, tomando sobre Meus Ombros a totalidade dos pecados do mundo, e purificando a Terra da antiga maldição da inviolável Santidade de Deus.

Segundo, Minha Redenção e a subjugação do inferno sob a Forca do Meu Amor, ao passo que outrora estava unicamente sob o Poder da Divindade irada e, consequentemente, afastado de toda influência de Meu Amor, que e a arma mais terrível contra o infer­no, sendo seu evidente oposto, pelo que ele já e repelido infinitamente ao ser meramente Meu Nome pronunciado com amor e devoção.

E terceiro, Minha Redenção é a abertura da Porta do Céu e da Vida Eterna, como também o fiel guia para lá; pois ela não apenas vos reconcilia com a Santidade de Deus, mas vos mostra também, como deveis humilhar-vos perante o mundo se quereis ser exaltados por Deus. Mostra-vos ainda que deveis suportar toda sorte de escárnio, sofrimento e cruzes por Amor a Mim e a vossos irmãos, em toda paciência, mansidão e submissão de vossa vontade; até mesmo vos ensina de abençoar vossos inimigos com o Amor Divino em vossos corações.

Ora, já que o MUNDO nada mais é senão a mera forma exte­ rior do inferno, e que desta maneira a TERRA, de novo abençoada pela Redenção, voltou a tornar-se portadora do inferno,22 o mundo ergueu-se por cima da Terra, morando em altos edifícios, no esplendor do egoísmo, da autoilusão, do amor-próprio, da luxúria, da vida regalada, da riqueza, avareza, usura, e da ambição geral de poder interesseiro. Mas para que a Terra não seja de novo maculada de maneira ignominiosa, ela foi santificada pelo Sangue do Amor Eterno. E embora a serpente evacuasse sua imundície em algum lugar, seja por guerras, litígios, roubos, impudicícia, prostituição, ateísmo e adultério, tanto física como espiritualmente — entra logo em ação o Dilúvio Redentor do Amor Crucificado, despertando homens e videntes de Deus que exterminam da Terra a imundície da serpente, depois de procurá-la e jogá-la nas despensas dos poderosos do mun­do. E o coração mundano deleita-se então com este tesouro. Mas Meus filhos devem em seguida estar por breve tempo na miséria, porque a Terra se torna por esse tempo infecunda. Mas ao refugiarem-se sob Minha Cruz e ao ouvirem Minha Voz falar da nova vida através da boca de Meus videntes, regando assiduamente o solo emagrecido com a água da fonte de Jacó, a Terra logo será de novo abençoada, produzindo belíssimos frutos. E esses frutos participam então de novo da Grande Obra da Redenção consumada na Cruz.

Finalmente, devo acrescentar ainda este Meu conselho paternal aospais, que não devem consentir com o casamento de seusfilhos, antes que estes estejam renascidos ao menos pela metade, ainda que fossem bem providos de posses materiais e posição mundana — e isso, para garantir que suas mulheres sejam por eles santificadas para dar a luz frutos abençoados que dentro em pouco tempo se tornarão igualmente uma bênção do Céu para toda uma grande geração. Assim sereis fundadores de um grande reino nos Céus, igual ao de Abraão, e vos alegrareis eternamente, e cada vez mais com as crescentes glórias provindas da vossa abençoada descendência.

Mas vossas filhas, dai-as a Meus filhos que vieram do Meu Amor para convosco, que Me reconheceram no mundo e que se deixaram atrair pelo Meu Amor, e conduzir pela Minha Sabedoria, sempre atentos a Minha Voz, e seus olhos fixados no Meu Coração!

Com isso, fareis de Mim — como bênção — um Sogro de vossas filhas. Ganhando-Me assim como parente próximo, podeis estar confiantes que não deixarei perecer Meus familiares. E se vos digo que morarão em Minha Casa e se alimentarão a Minha Mesa, tendo certamente grande alegria com os lindos netinhos de Meus queridos filhos e das filhas por eles agraciadas, e que Minha Mão Paternal os conduzira para todos os Meus Reinos onde contemplarão Minhas grandes Glorias — só então compreenderão o que quer dizer ter-Me como Parente!!!

Vede agora — aqui tendes a RESPOSTA COMPLETA. E verdade que não e erudita, mas, o que vale muito mais, foi fielmente dada pelo Amor Eterno e pela Sabedoria de vosso Santo Pai, pleno de Bondade, fluindo — na alta manha — qual grande torrente de Luz de um grande Sol. E esta torrente de Luz vos inundara totalmente depois que o tiverdes inteiramente assimilado em vossos corações ainda bastante carentes de Luz. Sentireis isso tanto mais claramente, se o comparardes com vossas próprias respostas, bem fra­cas, o que vos mostrara nitidamente quanto vos falta ainda, e qual a profundidade que já atingistes.

Finalmente, vos digo ainda que vossas respostas são mais profundas do que vossos corações; pois Eu as coloquei em vosso coração sem vosso conhecimento, adaptando-as a vossa melhor parte. E é só em Minha resposta que encontrareis o sinal de veracidade, se descobris com isso um sentido mais profundo em vossa resposta do que aquilo mais fraco por vos proposto. — E tal vos será um sinal seguro de quão profundamente Eu já penetrei em v6s, e quão pouco v6s penetrastes em Mim.

Por isso: Vinde todos a Mim que Eu vos aliviarei, enchendo-vos de Minha Graça. Amém. Eu, o Amor e a Sabedoria eternos. Amém, Amém, Amém!

Anotações feitas pelo tradutor

1. Este texto não se refere a espíritos do Alto: Anjos encarnados, ou espíritos de almas que já conseguiram o "Renascimento do espírito" em anterior encarnação, só voltando a encarnar-se para ajudar a humanidade.

2. Deus deu, por Amor, o livre arbítrio aos Anjos e homens; da mesma maneira, e só pelo amor que o Homem pode adquirir o renascimento, e por esse a Vida Eterna.

3. "Formar" não no sentido de "criar", mas apenas de "dar forma" a alma, uma vez que ela já se encontra na mãe, tendo chegado na chamada "bolhazinha" — seu veiculo provindo do pai, onde seu próprio espírito a colocara.

4. No 7º dia: após a referida bolhazinha ter-se aberto no mês.

5. Esse espírito esta, pois, nos dois últimos meses de gravidez somente perto de sua alma no corpo da mãe; a união efetiva só acontece uns poucos dias antes do nascimento da criança.

6. Morto, naturalmente no sentido de "não despertado".

7. "Banido", isto e, "exilado" na matéria, não identificado com ela. Resulta deste texto que se refere a 1ª encarnação de espíritos, não a reencarnações.

8. A designação "simples" é uma importante contribuição para o entendimento da natureza da alma.

9. "Formaram" — ver anotação 3.

10. Ver quadro demonstrativo nas páginas 22-23.

11. A sequência expressa nesta frase "geração primeiro da alma, e depois do espírito" obviamente só diz que no homem vem a despertar-se a alma antes do espírito, seguindo o necessário processo natural — não que o espírito tenha sua origem na alma; é o contrário!

12. NOVO NASCIMENTO — não confundir com "Renascimento" que é a meta, ao passo que "Novo nascimento" é o começo da trajetória!

13. NASCIMENTO POR ENXERTO é a tentativa duma circunscrição de um termo criado pelo próprio Lorber, que não se encontra oficialmente no idioma alemão; mas traduz bastante bem o sentido do alemão "Eingeburt".

14. DEZ é o numero da perfeição e plenitude, portanto, aqui a expressão da totalidade da Vontade Divina, a qual deve corresponder, de parte do homem, igualmente uma observância total, abrangendo todos os Dez Mandamentos.

15. Nestes três atributos podemos ver uma expressão do Aspecto Trinitário de Deus.

16. Isto é: a Centelha Divina.

17. "Pai": igual aqui a "Amor do Pai".

18. Esta generalização não deve ser tomada no sentido absoluto; mas perguntemo-nos: quantos são os casais que, antes de se unirem, oferecem ao Pai seus corações, implorando-Lhe que abençoe o fruto que nascer de seu amor? (Ver: "Criação de Deus" I, 10, pág. 42 — "Sempre que vos unirdes..."

19. O "SOL DA GRACA" foi criado apos a queda de Lúcifer, quando iniciou-se o Plano da Redenção. Mas só depois da Encarnação de Deus em Jesus esse Sol se tornou visível; no inicio, porém, apenas aos espíritos que se mantiveram fieis a Deus, mas depois da Volta de Jesus ao Pai, na Ascensão, também aos homens aos quais a visão espiritual for aberta. (Ver: G.E. X, 75, pág. 421.)

E é com a Luz do Sol da Graça do Céu que o próprio homem pode criar em si mesmo um idêntico Sol da Graça, quando alcança o pleno renascimento para a Vida Eterna. (Ver: G.E. VI, 88, 2-4.)

20. "Redenção" aqui: o que ela exige do homem, e — se cumprido — quais seus efeitos salvadores.

21. "Redenção" aqui: seus três aspectos, sendo:

1) Reconciliação da Santidade de Deus pelo Sacrifício de Seu pr6prio
Amor em Jesus. (Ver: Criação de Deus I, 9, pág. 38.)

2) Vitória do Amor Divino sobre as forças luciféricas, franqueando
a humanidade o caminho para a volta a Deus.

3) Aceitação e realização dos frutos da Redenção pelo homem, se-
guindo o caminho indicado para chegar a Deus como Pai.

22. Observe se, nesta alínea, o contraste entre TERRA e MUNDO: a Terra, abençoada uma vez por todas pela Redenção, continua, não obstante, portadora do MUNDO, isto é, do espírito mundano e suas obras como forma exterior do inferno, passando nisto até por fases difíceis, mas sendo sempre de novo amparada e abençoada pelos frutos da Redenção.

OS SENTIDOS DO HOMEM

(Compilado pelo tradutor a base do texto "A REDENCAO")


SENTIDOS DA ALMA

SENTIDOS DO CORPO

Destinam-se a captar as substancias de:


SENTIDOS DO ESPÍRITO

A alma é simples e indestrutível; Correspondem aos seus sentidos aperfeiçoados órgãos de corpo e alma correspondem aos do corpo:



Luz: VISTA


INTELIGÊNCIA


VONTADE



Som: OUVIDO

PALADAR


RAZÃO

DELEITE sobre as impressões obtidas de Luz e Som


SENTIMENTO ou PERCEPÇÃO

CAPACIDADE DE ASSIMILA-ÇÃO de tudo o que é de natureza mundana em suas respectivas formas



OLFATO


PERCEPÇÃO

do bem e do mal


DISCERNIMENTO

do verdadeiro e do falso



SENTIMENTO GERAL


CONSCIÊNCIA da vida segundo a natureza


AMOR



O CORPO é dotado de cinco sentidos segundo a natu­reza, para captar o mundo físico, ou, propriamente dito, as diversas substâncias de luz, som, paladar, olfato e sentimento geral.


Tudo isso se destina a formar a substância da ALMA e fazer crescer o corpo; a saber, primeiro um corpo material, e nele um substancial (ao qual se acrescentará ainda um essencial).


Assim como anteriormente os humores do corpo, em sua circulação, formaram a substância da alma, levando-lhe ainda substân­cias do mundo exterior O ESPÍRITO, após ser colocado na bolhinha, e da mesma maneira nutrido pela circulação das finíssimas substâncias nos órgãos da alma, até que se liberte, tornando-se um terceiro homem.


O ALIMENTO do corpo, da alma e do espírito vem pelos respectivos sentidos; conforme o
alimento, tudo se torna mau ou bom.

EPÍSTOLA DE PAULOÀ COMUNIDADE EM LAODICÉlA

Recebida pela Voz Interna por Jakob Lorber

Prefácio

Na epístola de Paulo aos colossenses e mencionada uma epístola do ap6stolo a comunidade em Laodicéia. Como seu conteúdo era importante também para os colossenses, pediu Paulo: "E uma vez lida esta epístola perante vós, providenciai para que seja lida também na igreja dos laodicenses; e a dos de Laodicéia lede-a igualmente perante vos." (Col. 3, 16)

Em vão procuraremos no Novo Testamento esta epistola de Paulo aos laodicenses; apesar de solícitas investigações, ela teve que ser considerada perdida ate hoje.

Alguns tentaram identificar a desaparecida epistola aos laodicenses com a epístola aos efésios; mas esta hipótese é toda improvável "como não seria possível explicar de que maneira a destinada aos laodicenses tinha desaparecido a epístola posta em circulação como dirigida aos efésios." (Cf. P. Feine, Einleitung in das Neue Testament = Introdução ao Novo Testa­mento).

No ano de 1844, esta epistola desaparecida de Paulo foi rece­bida por Jakob Lorber pela Voz Interna. Lorber era um inspirado

profeta, assim como os conhecemos da história dos profetas do Anti­go Testamento e dos místicos do ocidente.

É interessante compararmos este texto da epístola aos laodicen-ses com as epístolas do apóstolo contidas no Novo Testamento à vista de sua concordância lingüística. Também os que não aceitam Lorber hão de concordar, com juízo objetivo, que nesta epístola pode ser notada a chama do espírito ardente do apóstolo Paulo em sua plena e genuína particularidade e força.

Com alguma reflexão chega-se a aclarar o motivo porque os Santos Padres e os papas do início da Idade Média riscaram esta epístola do cânone bíblico. Os laodicenses, assim como os colossenses — afastando-se de um cristianismo puro, espiritual — incorre­ram em um cristianismo cerimonial, eclesiástico que Paulo acusa severamente em sua epístola. Talvez a Igreja do início da Idade Média considerasse este escrito como acusação contra seu próprio modo de vida secularizado, eliminando-o por isso sem mais nada.

Não deixa de ser significativo que esta epístola desaparecida por muitos séculos, fosse de novo levada ao pé da letra, por esta maneira singular, ao conhecimento da humanidade do nosso tempo na véspera de um novo dia. Que encontre vasta divulgação, con­tribuindo à renovação da vida religiosa tão aspirada por toda parte. "Vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores ado­rarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para Seus adoradores." (João 4, 23)

Bietigheim, em Agosto 1952. Otto Zluhan

CAPÍTULO I

1. Paulo, apóstolo de Jesus Cristo pela Vontade e pela Graça de Deus, e o irmão Timóteo

2. à santa comunidade de Laodicéia e a todos os fiéis irmãos nela, e aos sábios no Espírito de Deus. Graça e a verdadeira Paz a vós outros da parte de Deus, nosso Pai, no Senhor Jesus Cristo!

3. Damos sempre graças, louvamos e exaltamos a Deus, o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, e estamos muito preocupados por causa de vós, orando sempre por vós a Deus.

4. Pois ouvimos pelo Espírito do Senhor, e pelo irmão Epafras, e por Ninfa, que apostatastes em várias questões

5. elegendo-vos um bispo e um clero, querendo fazer de Cristo um ídolo — fixando uma casa, um (determinado) dia e vestes bordadas

6. de modo como era em parte entre os pagãos e entre os judeus quando vigorava ainda a circuncisão da carne perante Deus que Ele ordenara debaixo do pai Abraão como presságio da circun­cisão viva do espírito por Jesus Cristo em vós.

7. Eis o que vos comunico agora para que chegueis a saber que luta devo sofrer por causa de vós que (em parte) me vistes e (em parte) não me vistes na minha carne,

8. e para que sejais energicamente admoestados em vossos corações, segurando vosso amor, no qual reside toda riqueza do intelecto justo, para compreenderdes o grande mistério de Deus, Pai, em Seu Filho Jesus Cristo,

9. em Quem são escondidos todos os tesouros da Sabedoria e do
conhecimento vivo no espírito.

10. Por isso, eu vos advirto para que ninguém vos seduza por palestras intelectuais e ornadas, e peia filosofia dos pagãos.

11. Pois a luz natural e própria também dos animais, assim como a filosofia o e dos pagãos que fazem oferendas aos ídolos mortos!

12. Mas vós fostes resgatados pela morte de UM para a Vida Eterna em Deus, o Pai; como é então que quereis de novo sacrificar vosso coração que se tornou uma morada do Espírito Santo, ao espírito dos mortos?

13. Ainda que eu não esteja convosco em carne, em espírito estou sempre convosco pela Forca de Cristo em mim, vendo vossa fé e vossas obras;

14. e por isso quero exortar-vos seriamente e mostrar-vos como vários entre vós, queridos irmãos, incorreram numa grande loucura; pois eu conheço seus sofismas, e sei o que querem.

15. Mas que seja assim que sigais a Jesus Cristo do modo que O recebestes de mim e O aceitastes, devendo então conduzir vossa vida conforme o Evangelho que vos preguei fielmente,

16. criando fortes raízes nele e fortificando-vos na fé assim como o ensinei a todos vos no Espírito do Senhor Jesus Cristo, Filho Vivo de Deus que reina a direita do Pai desde Eternidades.

17. Da maneira, porém, que vos quereis vos conduzir na vida, sois adversários de Cristo e de Sua Palavra! —

18. O que e que quereis? Tornar-vos de novo escravos e duros ser­vos da lei, e do pecado, e da morte, já que de tudo isto fomos libertados por Jesus Cristo?

19. Ouvi-me bem, pois que vos digo: Cuidai de não serdes enganados e despojados pela vossa filosofia e pela péssima doutrina daqueles dentre vos que temem os romanos e os cegos judeus MAIS do que o Senhor da Glória que nos remiu, e por Quem tanto nós como Céu e Terra e todas as coisas foram criados!

20. Quando estava entre v6s, vossos filósofos me perguntaram qual a diferença entre Deus e Seu Filho Jesus. — Tomei a palavra e disse a eles:

21. "Escutai, irmãos! Deus é UNO, e Cristo é UNO; pois, se há UM SÓ Deus, também só há UM Cristo. Qual seria a diferença entre Deus e Cristo? — Deus é o Amor, e Cristo é a Sabedoria em Deus, ou a Luz, a Verdade, o Caminho e a Vida Eterna!

22. Em Cristo reside toda a Plenitude da Divindade corporalmente, e nós somos perfeitos — Nele; pois Ele é o Princípio e a Cabeça de toda Glória, de todo Poder e toda Força, de toda autoridade do mundo, e é um Príncipe de todos os Principados da Terra.

23. Se eu, Paulo, falei isso para vós em Espírito e em toda Verdade — como é que vos deixais enganar por doutrinas humanas e regulamentos mundanos?!

24. Fostes circuncidados sem mão e escalpelo pelo Espírito Santo, por terdes vos despido de vossa vida pecaminosa que era fortemente enraizada na carne de vosso corpo; eis que isso era uma verdadeira, viva circuncisão em Cristo!

25. Pois em vossa carne pecaminosa fostes sepultados com Cristo para o mundo pelo Batismo com o Espírito Santo, e ressurgistes de novo por Cristo pela Fé viva e pelo Amor a Ele. O que quereis então de novo com a circuncisão antiga que já terminou? 26. O que com a cerimônia que não tem mais valor, uma vez que Cristo já veio e ressurgiu — e nós com Ele?

26. O que quereis com o sábado já que Cristo operou, e continua operando em cada dia, transformando assim cada dia em um Dia do Senhor, não folgando no sábado?!

27. Mas eu vos conheço, e por isso digo: Cristo, tal qual é, quer ser pobre no mundo; mas vós quereis ouro! Eis a razão porque quereis ter uma igreja, um dia de festa e vestes bordadas!

28. Dizeis que Deus não aboliu em parte alguma as Leis de Moisés por Cristo, Seu Filho, mas, que as confirmou na Ultima Ceia; portanto tem que haver também um sacrifício cerimonial.

29. Eu, Paulo, um verdadeiro apóstolo do Senhor, eleito por Deus, sou pois pleno do Espírito de Deus; como é que o Espírito de Deus jamais me indicou tal exigência já que antes de minha vocação era um servidor templário muito mais aferrado que vós?!

30. Mas agora quero vos dizer: Como o Espírito de Deus me despertou quando fui a Damasco para perseguir aí a nova comu­nidade cristã, vi primeiro — até na minha cegueira — que o Senhor quer ser venerado e adorado no Espírito e na Verdade, jamais porém numa cerimônia!

31. Pois a ninguém que Deus chamou a Seu serviço, Ele tirou primeiro a vista; mas eu a perdi no início para que perdesse tudo o que era do mundo, antes de tornar-me um de Seus menores servos!

32. Mas por que eu tinha que ficar cego primeiro? Porque todo meu ser estava sepultado na matéria do serviço templário, da qual tive que ser primeiro libertado!

33. Visto que o Senhor me convocou sem cerimônia, isto é, em minha cegueira, como eu iria transformar a Ceia numa cerimônia?!

34. Ou não é assim como me ensinou sempre o Espírito de Deus? Quem tem a luz dos olhos, contempla as cerimônias do mun­do, regozijando-se nelas:

35. mas para o cego, acabou-se o mundo com sua cerimônia, e o antigo serviço no Templo e todas as vestes bordadas!

36. Portanto é uma eterna verdade que o Senhor não me convocou para instituir de novo a cerimônia, mas para elevar os cora­ções que Satanás meteu a ferros durante milênios; e

37. pregar a todos a liberdade do espírito e a paz da alma, quebrando assim em Cristo, o Senhor, os antigos, duros gri­lhões da morte.

38. Mas para que me serve, e também a vós, a minha doutrina, para que o Evangelho de Deus se fordes de novo, livremente, ter com a antiga morte?!

39. Mas eu vos rogo por causa de vossa vida eterna: desisti da­quilo que o antigo cativeiro em Babilônia legou a todos os ju­deus como dura herança!

40. Vede: O Senhor aniquilou Babel, a grande meretriz do mundo; pois ela levou muitos povos à morte! Mas que é que ganhareis se quereis erigir de Laodicéia uma nova Babel?! Por isso, de­sisti daquilo que quer trazer de volta o abominável da desola­ção de que falou o profeta Daniel, no lugar santo!

41. Cristo, porém, vos vivificou quando fostes mortos em vossos pe­cados e no prepúcio de vossa carne, perdoando-vos todos os pe­cados que jamais cometestes no Templo como no vosso pre­púcio.

42. Destruiu a sangrenta escrita que havia contra todos nós, oriun­da de estatutos mundanos, com nossos nomes inscritos no livro do mundo, no livro do julgamento e no livro da morte — atando-a na cruz.

43. E essa escrita sangrenta que o próprio Deus destruiu, atando-a na cruz do julgamento, da ignomínia, da maldição e da morte — por que, pois, quereis arrancá-la de novo, trocando vossos novos nomes em Cristo contra os antigos que estavam escritos com sangue no livro do julgamento?

44. Ó tolos cegos de toda loucura! Fostes libertados em Cristo — e quereis tornar-vos de novo escravos e servos do pecado, do julgamento e da morte! Não ouvistes que maldito está quem for atado à cruz?!

45. Mas Cristo tomou a Seu cargo vossa vergonha e ignomínia,
vosso pecado e julgamento e vossa morte, aceitando de ser, em vosso lugar, atado à cruz como um maldito a fim de proporcionar-vos a plena liberdade perante Deus; e para que vosso caminho fosse honrado, Ele levou Consigo à cruz todo vosso opróbrio e ignomínia!

46. Ó — o que é que vos seduziu: tendo sido vivificados em Cristo, quereis de novo entregar-vos à morte?!

47. Com que deveria comparar-vos para que a flecha atinja o alvo?
Sim, sois qual uma cortesã que está no cio. Ela mora numa cidade, sendo, porém, filha de uma casa respeitada!

48. Ouvi-me e dai-vos por avisados! De que serve à cortesã ser filha de boa família quando sua carne está cheia de lascívia?!

49. Não andará em seu aposento de cá para lá, debruçando-se, cheia de ardores, ora de uma, ora de outra janela, cobiçando, com ávidos olhares, quem possa satisfazer sua carne?!

50. E quando o avista, lhe mostrará seus desejos pelo devasso ardor de seus olhos, pecando em sua concupiscência dez vezes mais do que uma prostituta na cama da vergonha com seu amante.

51. Vede, ó laodicenses, eis o vosso retrato! — Mas sabeis o que o noivo, querendo pedi-la em casamento, fará com tal moça quando, ao passar diante da sua casa aperceber-se de sua vergonhosa voluptuosidade?

52. No mesmo momento a afastará de seu coração e de sua boca,
não a olhando mais, mesmo que caísse na pior miséria!

53. O mesmo vos fará também o Senhor; pois Ele vos erigiu um novo templo vivo em vossos corações, onde deveríeis aguardá-Lo; mas vós desdenhastes o templo, esse santo aposento, correndo, por mera lascívia mundana, para as janelas do julgamento, concupiscentes do mundo por causa do ouro, do prestígio e da ambição de poder.

54. Mas eu vos digo: o Senhor retirar-se-á, deixando-vos passar por várias práticas de luxúria, pelo antigo julgamento e pela antiga morte, a menos que volteis incontinenti para trás, desistindo do vosso clero por vós eleito, do vosso templo, do vosso dia santo e de vossas vestes bordadas; pois tudo isso é um horror perante o Senhor, assim como o é uma cortesã no cio, que é pior em seu coração do que dez prostitutas de Babel. —

CAPÍTULO II

1. Que ninguém mais perturbe a vossa consciência, nem um bispo e sacerdote sem mandato (de Deus), nem um dia santo, nem o antigo sábado e a lua nova.

2. nem um templo, um sacrifício cerimonial e vestes bordadas, nem tampouco comida e bebida!

3. Sede moderados ao comerdes e beberdes, — isso é bom para o espírito, a alma e o corpo, sendo agradável ao Senhor!

4. Mas se alguém disser e ensinar e exigir: "Este e aquele ali­mento não deve ser comido por ser impuro segundo Moisés!" —

5. então eu replico: Moisés e os profetas tiveram em Cristo sua consumação e libertação; a nós, porém, o Senhor não proibiu nenhum alimento, já que Ele Mesmo comia e bebia com peca­dores e publicanos

6. exclamando: "O que comes, não te profana; mas sim o que vem de teu coração, como: más palestras, maus desejos, avareza, inveja, homicídio, ira, gula, luxúria, adultério e outros tais —, isso é o que sempre profana o homem!"

7. Uma vez que possuímos tal Evangelho Dele Mesmo, o único Senhor de toda Glória, quão grandes tolos deveríamos ser se devêssemos voluntariamente deixar-nos prender de novo sob o antigo, duro jugo?!

8. Para que serve a sombra que teve, a partir de Moisés, um presságio profético para o que se cumpriu perante nossos olhos — para que serve, digo, para NÓS que nos tornamos UM corpo com Cristo e em Cristo?!

9. Mas eu vos rogo e até imploro: Não aceiteis como guia espiri­tual alguém que se apresenta, por escolha deliberada, em toda humildade e completa espiritualidade dos anjos do Céu, sem jamais ter visto e ouvido algo deles, mas que por isso fica tanto mais presunçoso em sua mera inclinação carnal,

10. não atendo-se à cabeça da qual todo o corpo recebe energia através dos membros, articulações e juntas, mantendo-se e segurando-se mutuamente, e crescendo assim para uma grandeza divina,

11. mas atendo-se apenas à sua própria mente que está cheia de imundície, de egoísmo, de fraude e mentira, cheia de ambição de poder, avareza e inveja!

12. É justamente este o estado de quem quer arvorar-se na pretensão de ser chamado pelo Senhor e por mim, e em seguida eleito por vós!

13. Eu vos digo: Este tem o espírito do diabo em si e anda entre vós como um lobo em pele de carneiro, como um leão faminto que ruge procurando ardentemente vos devorar.

14. Por isso, desalojai-o quanto antes de seu lugar, voltando de novo para Ninfa, cuja casa é uma justa comunidade de Cristo!

15. Pois, vós morrestes com Cristo para o mundo e seus estatutos; por que razão quereis então deixar-vos capturar de novo pelos estatutos do mundo como se ainda vivêsseis nele?!

16. Mas a casa de meu querido irmão Ninfa manteve-se fiel em sua liberdade assim como eu a dei a ele por Jesus Cristo, o Senhor desde Eternidade.

17. Ninfa reconheceu o lobo assim como eu o conheci pelo Espí­rito de Deus que está em mim e sempre me impele, atrai e ensina nas diversas coisas da única, justa sabedoria perante Deus, como é também o caso com o irmão Ninfa.

18. Por isto exorto-vos com toda força do justo zelo em Cristo, o Senhor, que não deixeis de dirigir-vos a Ninfa, tornando-vos de novo uma comunidade com sua casa.

19. Não escuteis os que dizem com ar hipócrita: "Não toques nisto, não saboreies aquilo, não faças isto e aquilo!" Trata-se de uma instituição humana sem fundamento, pois tudo isso sempre se consome às escondidas;

20. mas prestai atenção ao que eu vos digo pelo Espírito de Cristo que está em mim, para que vos torneis de novo livres e verdadeiros e verdadeiros coerdeiros de Jesus Cristo no Reino de Deus, que é vivo em vós!

21. O irmãos, pensai em que vos podem servir os que mostram pretensiosos! — a aparência da sabedoria é uma falsa e hipócrita espiritualidade e humildade,

22. afirmando: "Se olhares uma mulher, já pecaste; se comeres um alimento impuro, proibido por Moisés, te tornaste impuro o dia inteiro; e se tocares um pagão, falando com ele mais do que três palavras, deves anunciá-lo ao sacerdote do Templo para que te purifique perante Deus!", —

23. mas sendo eles mesmos cheios de imundície, de avareza e luxúria, negociando secretamente com todos os pagãos e empregando todas as suas forças para não perder a clandestina ami­zade?!

24. Mas eu digo: O corpo tem suas necessidades, assim como o espírito. Por isso, deveis dar-lhe em medida justa o que Deus destinou para ele, comendo o que se oferece no mercado; pois o corpo precisa de cuidados assim como o espírito de liberdade. Sede, pois, livres, e não escravos dos cegos tolos do mundo!

25. Que se poderia dizer de louvável de alguém que jejuou em seu estômago, mas cujo coração está repleto de maus pensa­mentos, desejos e cobiças?!

26. Não seria muito mais prudente jejuar no coração e não no es­tômago?! Como podeis ser tão tolos que se vos faça crer ser mais agradável ao Senhor comer um peixe em azeite em lugar de outra carne de um animal de sangue quente, e a gordura dele em vez de azeite?!

27. Mas eu vos digo: Comei sempre, pesando e medindo o que gos­tais e o que faz bem à saúde de vosso corpo; bebei vinho com água como também eu o faço, se é que posso servir-me, não tendo escrúpulos nisso, e agireis bem também a esse respeito!

28. Pois o Senhor não acha prazer no jejum do estômago, e sim no do coração; no coração jejuai, pois, dia e noite, e jejuareis no espírito e na verdade.

29. Mas da mesma maneira como vós quereis jejuar conforme a hipócrita doutrina daquele que finge não estar mais na Terra senão com um só pé, estando todo o resto já no Céu — assim jejuam também todos os pagãos que nos dias de festa comem os mais refinados petiscos, cobiçando-os então mais do que num dia comum com sua comida quotidiana.

30. Já que ressuscitastes com Cristo — QUE vos importa o que é abaixo no mundo, e para que fim procurais satisfazer os esta­tutos mundanos que são obras dos homens?

31. Buscai as coisas lá do Alto onde Cristo está assentado à direita do Pai — isso convirá melhor para vós do que todas as lou­curas do mundo sem nenhum valor!

32. Tendo sido despertados no espírito e ressuscitados com Cristo,
sois de fato do Alto e não de baixo; buscai, pois, também o
que é de cima, mas não o que é de abaixo na Terra!

33. Pois morrestes para o mundo e vossa vida está oculta junta­
mente com Cristo em Deus.

34. Quando Cristo, que agora é a vossa vida, Se manifestar, então
vós também sereis manifestados com Ele, em Glória!

35.Fazei, pois, morrer de novo vosso mundo que se encontra em muitos membros na Terra, assim como os membros de vosso corpo com os quais cometestes e quereis cometer de novo pros­tituição, impureza, paixão, lascívia, desejo maligno, cobiça, in­veja e avareza; em tudo isto consiste a verdadeira idolatria dos pagãos.

36. E evitai sobretudo a mentira, pois ela é a mais próxima descen­dente de Satanás! Despi-vos do velho homem, e revesti-vos do novo homem em Cristo que se refaz para o conhecimento se­gundo a Imagem Daquele que o criou!

CAPÍTULO III

1. Soube de Ninfa, e estou igualmente sabendo pelo Espírito de Cristo em mim, que passastes em grande parte para a institui­ção humana. Por isso disse: "Evitai a mentira, que é a mais próxima descendente de Satanás!"

2. O templo, o que é senão uma instituição humana, obra inanimada, feita de mãos humanas, e daí uma mera obra visionária que se desvanece assim que o olho despertar do sono?!

3. Sendo assim vossa opinião de honrar nele a Deus, constitui uma mentira à qual vos expondes para mentir-vos e enganar-vos a vós mesmos; e mentis ao próprio Deus ao opinardes prestar-Lhe com isso um importante serviço de oferenda!

4. Ó tolos! Que serviço quereis prestar ao Onipotente que criou Céu e Terra antes que fostes criados por Ele?! O que é que possuis que não tivésseis recebido com antecedência; e dado o que recebestes, por que fazeis então como se não o tivésseis recebido?!

5. Pensais prestar um serviço agradável ao Senhor ao adorá-Lo em um templo feito por mãos humanas, com cerimônias, incensos e preces infrutíferas em tiras largas ou compridas?!

6. Ó vede, quanto vos seduziu um apóstolo de Satanás! Foi no Templo que Cristo, em Quem habita a Plenitude da Divindade, foi condenado à morte, profetizando Ele Mesmo sua total des­truição!

7. COMO poderia Ele comprazer-Se agora com aquilo contra o que advertiu todos Seus discípulos, e em espírito também a mim, dizendo: "Acautelai-vos do fermento dos fariseus e sumo sacerdotes!"?! E vós quereis agora transformar o antigo "tri­bunal" que se tornou um horror perante Deus, em uma morada do Senhor, a fim de poder matá-Lo aí constantemente!

8. Como sois cegos, e quão mundanos já vos tornastes se tal não pudestes perceber à primeira vista!

9. Não é suficiente que Cristo morreu UMA vez por todos, e nós todos agora juntamente com Ele a fim de sermos ressuscitados com Ele ainda em nossa carne, para o verdadeiro reconheci­mento do Seu Espírito que está em nós, e para o reconheci­mento do Pai que nos tinha amado antes que existisse o mundo?!

10. Quantas vezes quereis ainda matar o Cristo, o único Eterno Vivo, que nos ressuscitou da morte para a Vida Eterna pela Sua gloriosa Ressurreição?!

11. Mas eu, Paulo, vos digo: Ide lá e destruí o templo, riscai o designado dia santo dos calendários, destituí o falso bispo e seus servos que querem engordar, quais os de Jerusalém, com o trabalho de vossas mãos, tendo já providenciado uma grande arca de bronze para receber nela o ouro e a prata de vossas economias!

12. Queimai as vestes bordadas que são um horror perante Deus — e prestareis com isso ao Senhor um serviço muito mais agradável do que deixar-vos sacrificar em um tal templo por mil anos!

13. Mas se quereis absolutamente ter em vosso meio uma casa agra­dável a Deus, erguei um hospital para doentes, paralíticos, alei­jados, para cegos e mudos, uma casa para pobres viúvas e órfãos, e uma casa para forasteiros em dificuldade, sem restri­ções, quem quer que sejam!

14. A esses acolhei com alegria e compaixão, compartilhando com eles toda vossa prosperidade, assim como nos fizera duas vezes nosso Senhor Jesus Cristo quando, com a Plenitude de Sua Bênção, saciou milhares de famintos: desta maneira prestareis a Ele, o Único Santo, um verdadeiro e agradável serviço em prol de vossa santificação.

15. Pois Ele Mesmo Se expressou neste sentido, dizendo: "O que fizerdes aos mais pequeninos destes necessitados, a Mim o fizestes!"

16. Já que várias vezes Ele disse claramente o que Lhe seja um serviço agradável, como quereis então tal serviço que Lhe é um horror e repugnância?!

17. O único templo vivo e agradável a Deus, o Senhor em Cristo, é um coração cheio de amor; Ele o prefere a um mundo re­pleto de templos salomônicos que são todos sem vida, ao passo que o coração é vivo, podendo amar a Deus e a todos os irmãos! Construí, pois, de novo esse templo espiritual em vós, sempre oferecendo nele um sacrifício vivo ao Senhor!

18. Nem o templo e a cerimônia, nem o sacerdote e o bispo, tam­pouco Paulo e seus discípulos; nem o judeu, nem o grego, nem a circuncisão dos judeus e o prepúcio, nem o Templo de Sa­lomão; tampouco o grego primitivo, o Cita, o pagão, o homem livre, o servo; nem o sábado, nem a lua nova, nem o ano de jubileu são algo diante de Deus, mas unicamente Cristo é tudo em tudo!

19. Vesti, pois, somente o Cristo, como sois os eleitos de Deus, Seus santos e Seus amados, pela fé viva, pelo amor, por cor­dial compaixão para com vossos irmãos, por amizade, amabilidade, humildade, mansidão e toda paciência.

20. Em tudo, um ampare o outro, e perdoai-vos mutuamente decoração — então também eu vos perdoarei, e o próprio Senhor o fará.

21. Não façais queixas um contra o outro, semelhantes aos pagãos que têm seus próprios foros de acusação, mas sede tolerantes, vivendo em boa união, ajustando-vos no coração; desta maneira agireis melhor diante do Senhor como se observásseis o mais escrupulosamente possível todos os estatutos de Moisés que é difícil de conhecer e mais difícil ainda de seguir; pois o Senhor não Se compraz com os estatutos de Moisés, mas
unicamente com um coração puro que ama verdadeiramente a Deus e aos irmãos.

22. Vesti, pois, sobretudo o amor; só ele conta perante o Senhor, sendo unicamente e de pleno direito o laço de toda consu­mação e de toda perfeição!

23. A verdadeira e perfeita Paz de Deus reine no amor e pelo amor em vossos corações, e é nesta e para esta paz que sois unicamente chamados em UM corpo em Cristo, o Senhor; dando-Lhe graças, sempre e eternamente no espírito e na verdade,

24. mas não em um templo inanimado que não é nada perante Deus, o Senhor e Doador da vida, que só olha o coração e sua paz!

25. Deixai abundantemente habitar entre vós o Verbo vivo de Cristo, em todo amor e, por esse, em verdadeira, perfeita sabedoria! Ensinai-vos e admoestai-vos mutuamente, edificando-vos com muitas magníficas coisas e contemplações espirituais,

26. com salmos de amor e outros hinos, e com bonitos cânticos espirituais; mas cantai no coração, sem fútil gritaria pela boca, e sereis mais agradáveis ao Senhor do que a vã gritaria dos fariseus, judeus e pagãos que por causa do ouro dão muito que suar a seus lábios, sendo porém seus corações mais frios do que gelo!

27. A vossa palavra seja sempre ornada com amor para com todo mundo, temperada com o sal da verdadeira sabedoria de Deus; é desta sabedoria que deveis sempre haurir o que falais com alguém, para que este chegue a saber quão diferente é a Sabe­doria Divina dos conhecimentos dos sábios do mundo.

28. Eu, Paulo, opino agora que nada omiti para mostrar-vos o que há entre vós, sendo que é uma venenosa erva má, antes, uma venenosa árvore extremamente daninha cujo sopro asfixia tudo; assim, não tenho mais nada contra vós!

29. Mas que haja sempre entre vós, queridos irmãos, uma ceri­mônia verdadeira, dando, em espírito e verdade, honra a Deus. Pai no Filho, amando-O sempre acima de tudo em Seu Filho que por Amor morreu por nós todos na cruz, para tornar a trazer-nos a filiação, em cuja perda incorreram todos os nos­sos pais desde Adão.

30. Mas eu vos suplico por Amor de Deus que produzais dignos frutos de uma plena conversão, voltando do vosso novo paga­nismo para a viva Igreja de Deus que habita dentro de vós, mas não nos templos, nas vestes e em cerimônia alguma.

31. Vós, ó pais, não amargureis os ânimos de vossas crianças com palavras duras e maus tratos para que elas não se assustem convosco, tornando-se covardes servis e hipócritas; pois ao evi­dente teimoso podeis tornar dócil com amor, mas um adulador e hipócrita é incorrigível.

32. Da mesma maneira digo também a vós, servos e criados de vossos donos: Sede-lhes obedientes em todas as coisas que não são contra Cristo — mas não apenas com adulação interesseira para agradardes a vossos patrões, mas com verdadeira inge­nuidade de vosso coração e no constante temor de Deus.

33. Tudo que fizerdes para vossos patrões, fazei-o como se servísseis a Cristo, o Senhor, em toda fidelidade de vosso coração — mas não como se servísseis aos homens — e recebereis Dele um dia o prêmio da Glória.

34. Mas quem é injusto para com seu senhorio, o é também para com o Senhor; o Senhor, porém, não cuida do fato de al­guém ser dono ou servo, mas somente, da obra e de sua motivação.

35. Por isso, quem age mal, receberá um dia do Senhor também a devida recompensa. Podeis talvez enganar os homens, mas o Senhor não Se deixa iludir, pois para Ele vossos corações estão sempre descobertos.

36. Digo, porém, também a vós, patrões, que deveis bem considerar que os servos e criados são também vossos irmãos perante o Senhor; por isso, prestai-lhes sempre o que é justo diante de Deus! Dai-lhes a tempo o devido soldo com amor em Cristo e pensai em que nós todos temos um Senhor no Céu que é Cristo, o Santo de Deus desde Eternidades!

37. Perseverai na oração, rezando com ações de graça — mas não com os lábios, e sim em espírito e verdade com toda simplicidade de vosso coração, e na verdadeira devoção no Amor a Cristo, o Senhor!

38. Suplicai, ao mesmo tempo, também por mim, para que Deus me abra sempre a porta à palavra viva, a fim de eu falar a vós e a todos os irmãos em Cristo, do Seu grande Mistério e do de Seu Reino; pois eu também continuo algemado ao mundo, sendo um homem bem comum que só pode profetizar quando o Senhor lhe abre a porta de Sua Graça.

39. Portai-vos com simplicidade e sabedoria para com todo mundo, também para com os que são de fora, sejam eles judeus ou pagãos! Não deveis julgar ninguém, seja cita, pagão, judeu, grego ou bárbaro — mas aproveitai sabiamente os tempos e as oportunidades!

40. A vossa palavra seja sempre ornada com amor para com todo mundo, temperada com o sal da verdadeira sabedoria de Deus; é desta sabedoria que deveis sempre haurir o que falais com alguém, para que este chegue a saber quão diferente é a Sabe­doria Divina dos conhecimentos dos sábios do mundo.

41. Eu, Paulo, opino agora que nada omiti para mostrar-vos o que há entre vós, sendo que é uma venenosa erva má, antes, uma venenosa árvore extremamente daninha cujo sopro asfixia tudo; assim, não tenho mais nada contra vós!

42. Mas que haja sempre entre vós, queridos irmãos, uma ceri­mônia verdadeira, dando, em espírito e verdade, honra a Deus. Pai no Filho, amando-O sempre acima de tudo em Seu Filho que por Amor morreu por nós todos na cruz, para tornar a trazer-nos a filiação, em cuja perda incorreram todos os nos­sos pais desde Adão.

43. Mas eu vos suplico por Amor de Deus que produzais dignos frutos de uma plena conversão, voltando do vosso novo paga­nismo para a viva Igreja de Deus que habita dentro de vós, mas não nos templos, nas vestes e em cerimônia alguma.

44. O Amor de Deus e a Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo sejam convosco para todo o tempo e a eternidade!

45. Quanto à minha situação em Roma, Tíquico, o irmão amado, vos informará. Eu vô-lo envio, assim como aos colossenses os quais, do mesmo modo que vós querem deixar-se seduzir por Satanás.

46. Saudai todos os queridos irmãos, e o Ninfa, e a fiel comu­nidade de sua casa, pois eu lhe atesto que é justo, orando, como eu, sempre a Deus por vossa causa. Saudai também os colossenses quando fordes ter com eles; pois há alguns dentre eles que conheceis, e que são sempre justos e fiéis na fé e no Amor a Deus.

47. Uma vez lida a epístola aos colossenses por eles, lede-a igual­mente perante vós, assim como vos rogo pelo Senhor de provi­denciar para que esta epístola seja lida também pelos colossenses!

48. Pois lhes é tão necessária quanto a vós. Enfim, advirto-vos aqui por escrito que essa epístola deve ser lida em todas as comunidades, como também a epístola para os colossenses. Tíquico manifestará isso também verbalmente a todos vós.

49. Minha saudação de meu próprio punho: Lembrai-vos do meu Amor! A Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco!

Escrito de Roma por Tíquico e seu companheiro Onésimo, que am­bos são mandados a vós assim como aos colossenses.

A GRANDE AURORA OU O PRÉ-LEVANTE PARA A VINDA DO SENHOR

(Recebido pela Voz Interna por Jakob Lorber)

Quem tem uma luz, não a coloca sob uma mesa coberta por uma longa toalha onde iluminaria em vão, pois daria luz apenas às pontas dos pés de uns poucos comensais ociosos, o que não serve para nada, continuando o quarto todo às escuras, e não podendo os comensais, ver o que se encontra sobre a mesa e ao seu redor. Ao contrário, aquele que é esperto coloca sua luz sobre a mesa para que a ilumine, e assim também o quarto. E se desta maneira muitas velinhas estão a arder e iluminar, o quarto torna-se claro, e mais ainda a mesa. E cada novo hóspede que vem, dirá: "Oh, que cla­rão! Isso nos faz bem, já que caminhamos por uma longa noite! Parece-nos uma verdadeira aurora!"

De fato, a luz faz tão bem à vida, e até a desperta, mesmo quando criada artificialmente, isto é, pela razão mais clara e o intelecto purificado. É pois muito necessário que neste tempo cada um vá buscar sua lampadazinha, se for boa e idônea, que a limpe, abasteça bastante de óleo, acenda e coloque na mesa da inteli­gência apurada. De lá, ela iluminará a todos os comensais e tam­bém a quantos se encontrarem ainda no quarto.

O andamento dos nossos tempos não deixa nenhuma dúvida sobre o que mais falta: a LUZ!

Para que serve pregar sobre o Amor e a observância dos Man­damentos, se os ouvintes se encontram no meio das trevas e di­zem ao doutrinador: "Como é que falas daquilo que tu tampouco viste e sentiste quanto nós? Que nos dirias se nós quiséssemos dou­trinar-te sobre a luz e objetos iluminados', exigindo de ti acreditares plenamente em nossas palavras, quando nós, como tu, nunca vimos uma luz e objetos iluminados? Vê, nos darias a mesma res­posta, dizendo finalmente: 'Que dizeis, discípulos da noite, que­rendo fazer-me acreditar em coisas que nunca vistes nem sentistes? — Colocai primeiro uma luz sobre a mesa e, observando-a, indicai exatamente tudo o que virdes e observardes; então facilmente po­derei acreditar em vós; pois a luz da vossa lâmpada iluminará tam­bém o meu quartinho.' Vê, da mesma maneira, acende primeiro tu mesmo uma luz antes de doutrinar-nos; então também nós podere­mos acreditar no que dizes em plena noite."

Daí a advertência não apenas para todos os de boa vontade que precisam dos ensinamentos da Vida Verdadeira, mas também para todos os que ensinam: que é hora de limpar seus candeeiros, de abastecê-los com bastante óleo, e de acendê-los logo que forem providos, para que, colocados sobre a mesa dos convidados, pos­sam levá-los à inteligência e ao entendimento; pois, aproximou-se o dia no qual se cumprirá a última, grande promessa.

Foi escrito sobre as condições deste tempo; e vede, os fenô­menos previstos aí estão perante vossos olhos em sua plenitude; quem poderia negá-lo? Mas visto que os fenômenos profetizados indubitavelmente já aconteceram, quem poderia então duvidar que dentro em breve ocorrerá também aquele Grande Dia que trará de novo uma máxima, última, e por isso permanente chegada Da­quele de Quem os dois anjos dos Céus, no lugar onde Ele subiu ao Seu Reino, disseram aos saudosos discípulos (Atos 1,10-11): "Por que estais ali com tristeza, seguindo com a vista Aquele que

subiu ao Seu Reino? Tende ânimo e voltai para casa; pois este Jesus a Quem vistes subir aos Céus de todos os Céus, virá do mesmo modo como O vistes subir, e Ele julgará todas as gera­ções da Terra. Felizes os que Ele encontrar justos: serão Seus filhos, e Ele seu Senhor e Pai. Mas ai de todos os que permaneceram na injustiça; em verdade, sua responsabilidade se tornará uma pe­dra de moinho no seu pescoço!"

O que estes dois anjos de Deus, e o que Eu Mesmo, o Senhor e Deus, anunciei sobre a futura Volta do Cristo, já amadureceu, e acontecerá dentro em breve; pois quase todos os preparativos já foram feitos. Os corações dos homens se assemelham ao aspecto horrendo destes tempos; abundam de ambição de poder, de ava­reza, inveja, gula, luxúria, contendas e brigas, calúnias, roubos e guerras, assassínio e peste de toda sorte. A falta de Paz e Amor, e a pior desumanidade se apoderaram deles, pelo que veio tama­nha miséria sobre a Terra como nunca foi sentida nem experi­mentada. Por isso é preciso pôr-se fim a esses tempos miseráveis para evitar que também aqueles que até agora foram contados entre os eleitos, se perdessem.

Mas antes que Eu, o Senhor e Criador de toda Vida, possa voltar, o solo da Terra deve ser bem purificado de toda erva má — e essa purificação acontece agora em todos os pontos da Terra. Quem — apesar de saber estar doente de sua alma — não se es­forçar para curá-la, não tardará a perecer.

Ora, o tempo de purificação durará no mínimo 4 SEMANAS; pois agora haverá horas nas quais acontece mais do que outrora em um século. Um prazo mais longo é fixado para 4 MESES; pois ha­verá agora dias dos quais um só significará mais do que outrora um século inteiro. Outro prazo mais amplo ainda é estabelecido para 4 QUARTOS DO ANO; pois acontecerá agora em uma semana mais do que outrora em um século bem cumulado. E um prazo mais extenso é fixado para 4 ANOS E POUCO MAIS; pois virão agora meses nos quais dar-se-á mais do que nos tempos passados em 7 séculos!

Mas o tempo atual é como uma aurora em relação àquele Dia que há de vir, seja para a salvação dos justos e de todos aqueles que são de coração meigo e bom, e que amam seus irmãos e irmãs em Meu Nome. Mas este Dia virá também como um ladrão sobre todos aqueles que não Me amam e que, com um coração duro e orgulhoso, se consideram sob qualquer aspecto melhores e mais res­peitáveis do que seus irmãos.

Aquele dentre vós que — a qualquer respeito e por qualquer razão — se considerar melhor do que seu irmão, malograr-se-á terri­velmente naquele Dia vindouro; pois, a partir desse Dia, toda dife­rença externa deve acabar; e grande honra caberá só àqueles que por causa de Meu Nome são desprezados ou de certo modo apenas piedosamente tolerados como pessoas honestas. Mas se eles por ventura quiserem também ser estimados numa sociedade, logo são relegados aos seus limites insignificantes. Tais pessoas porém sai­rão naquele Dia grande e gloriosamente, ao passo que as atuais notabilidades de qualquer espécie serão muito pouco consideradas. Mas Meus eleitos brilharão mais do que o Sol ao meio-dia!

Acontece que uma aurora natural não promete um dia bonito e agradável; pois consta que uma aurora vermelha faz prever um dia difícil com fim frustrado! Mas não será este o caso com a au­rora espiritual — ao contrário! Enquanto que a aurora natural faz bem aos corações dos homens (apesar de não anunciar bom tempo para o dia seguinte), a grande Aurora Espiritual encherá todos os corações com grande medo e angústia, pois tomará sua cor do san­gue e do grande incêndio do Mundo, ou seja, das grandes e pe­quenas guerras.

Mas se a aurora natural é um sinal pouco propício para o dia seguinte, a aurora espiritual, que é em si um mau presságio, só deve ser considerada como um precursor muito propício do grande Dia da Salvação que há de vir.

Tudo isso, Eu organizei assim e permito que tudo aconteça da maneira como está acontecendo.

Mas aquele dentre vós que quer Me enfrentar dizendo: "Se­nhor! És um Deus cruel; achas prazer no sangue dos muitos assas­sinados; ages como um tirano perpétuo!" A esse Eu digo: O mestre não se presta para ser julgado por suas obras; é ele que as julgará com justiça. Por isso, não deveis dizer: Vede, este povo tem razão, o outro não tem razão; e este ou aquele comandante age de ma­neira execrável, ou que seus atos são abençoados. Assim, não devereis nem alegrar-vos nem entristecer-vos quando vos vem a no­tícia que este ou aquele partido venceu, ou que foi derrotado.

Em geral, não deveríeis preocupar-vos tanto se o que acon­tece é feito com ou sem razão; pois sou Eu Quem deixa acontecer as coisas do jeito como estão; e penso ser para tanto suficientemente Senhor, não Me faltando Sabedoria nem Bondade! Mas quem dentre vós tem outros pensamentos e juízos, também deve ser mais Senhor do que Eu, com maior Sabedoria e Bondade. Pois bem, quem julga sê-lo — se bem que não em seus pensamentos, mas pela maneira com que fala e age — que reprima então também os elementos, prescreva às estrelas o seu curso, que mande aos ventos, ao mar e ao poderoso fogo no interior da Terra; que comande as nuvens, e o Sol, e a Lua, para que sirvam melhor à Terra do que às ve­zes acontece.

Pois quem se julgar suficientemente sábio para sentenciar com competência os movimentos das pessoas agindo em liberdade, e afirmar com uma certa teimosia: "O governo da Áustria é ruim e mau; suas guerras, vitórias e leis são um ultraje. — A Rússia age abaixo de qualquer crítica. — Só da França e da Alemanha de­pende a felicidade dos povos." — a este Eu digo: Muito bem! Visto que és tão sábio e capaz de julgar tão a fundo todas as ações, leis e disposições, toda a situação e todos os movimentos dos di­versos povos, o que até para os anjos mais sábios é mais difícil do que manter toda uma região de Sóis planetários na mais perfeita ordem: que tal juiz tão inteligente e sábio de todos os povos assuma o governo do Sol e da Lua; que suprima o importuno in­verno e tape o buraco de onde vêm os ventos frios. E se no verão o Sol se tornar quente demais, então a sabedoria do nosso mestre certamente será capaz de encontrar um meio de expulsar do Sol o excesso de calor. Se ele por ventura criticar a acumulação exage­rada do gelo polar, basta atiçar bastante c fogo polar subterrâneo que não deixará de fazer seus costumeiros serviços diluentes. E se por fim a senilidade ou outras doenças tiverem a teimosia de penetrar pouco a pouco no corpo de um tal sábio popular, bem, isso lhe será um verdadeiro prazer de rejuvenescer-se instantanea­mente e de tornar sua carne imortal.

Mas ao sentirem por ventura que seria impraticável assumir o governo do Universo — o que, todavia, seria algo muito fácil em comparação com o governo de povos livres — estes sábios juízes de povos deverão se retrair em profunda humildade e confessar sua grave culpa dizendo: "Senhor, imenso é nosso pecado perante Ti; tem piedade e misericórdia conosco pobres pecadores!"

E sua prece será ouvida e atendida, e ser-lhes-á dada uma justa Luz que deverão colocar sobre a justa mesa do reconhecimento, o que também farão. Com esta Luz, em breve reconhecerão facilmente se estavam ou não com razão com seus juízos sobre os vários povos.

Digo-vos: Não vos intrometais em nada e ficai bem em casa! Quando virei em breve, quero encontrar-vos aí para vos consolar, confortar e receber em Meu Reino, que há de ser criado na Terra e em todas as estrelas! Mas, se Eu não vos encontrar em casa, se­reis vós os responsáveis se nesta Minha mais importante e última Vinda vossa participação for mínima ou nula.

E digo-vos: Somente Eu sou o Senhor de todo o Infinito, não havendo outro em Eternidades! O que vedes, pensais, percebeis e sentis, e infinitamente mais ainda o que é oculto diante de vós: tudo isso é unicamente Minha Obra.

Refleti — pois assim fala o Senhor Jehovah Zebaoth: Que po­deis dizer-Me se simpatizo com aqueles que vós desdenhais? Que quereis dizer-me se aperto uma prostituta ao Meu Coração e re­cuso uma devota beata que condena outros por causa de seus cos­tumes pecaminosos? Que quereis dizer-Me se Me hospedo futura­mente com meros Zaquéuses, virando as costas a todos os preten­sos servidores de Deus? Que podereis dizer-Me se futuramente — assim como foi outrora — porei vossas bem-educadas filhas na rua, aceitando em seu lugar as mais baixas prostitutas para Minhas da­mas de companhia?

Em verdade, digo perante todo o mundo: uma Martha, uma Madalena, uma adúltera, uma mulher samaritana e uma prostituta ser-Me-ão mais agradável do que todas as filhas demasiadamente fi­nas que somente não chegam à mesma condição porque receiam o que então diria o mundo sobre elas. Se o mundo chegasse a saber tal coisa, certamente não haveria mais remédio para a esperada felicidade terrena! Oh, se dependesse, porém de Mim e se o mundo não desempenhasse diante dos vossos olhos o papel de um magis­trado judicial, nem de longe serieis tão delicados com vossas crian­ças como agora!

Mas não vos digo isso como se não desse valor a uma edu­cação fina e decente. Oh não! Mas o que para Mim é um horror, é que educais vossas crianças de maneira fina e decente muito mais por causa do mundo do que por Minha causa, ensinando-as a valo­rizarem seus pretensos dotes humanos — porque esta valorização é a raiz principal da altivez, o que é um horror diante de Mim\

E aqui devo dizer-vos com toda clareza e franqueza, que uma meretriz — por mais que seja desprezada por todo mundo, e mal cheirosa por todos os pecados carnais — Me é de longe mais agra­dável do que um milhão de vossos filhos e filhas com sua educação e sua formação moral aprimoradas.

Mas com isso também não quero dizer que prefiro a luxúria a uma vida pura e virtuosa; pois nada que é impuro pode entrar em Meu Reino. Eis, porém, o Meu veredicto: Se a delicada formação moral e religiosa for intimamente ligada a uma altivez que menos­preza, às vezes até despreza a humanidade menos favorecida, então uma prostituta extremamente desprezada e humilhada Me é muito mais agradável do que vossas crianças que gozam da mais alta estima por parte do mundo.

Prefiro também aquele velhaco publicano, o qual, após entrar no Templo, sentiu demais no lugar sagrado sua vergonhosa vida e disse: "Não, sou um malvado, infame demais para este lugar sa­grado. Não sou digno de erguer meus olhos pecaminosos para onde os justos se alegram em face do sacrário divino; é, pois, justo que não profane este lugar e vá logo embora!" — Prefiro, digo, esse publicano ao fariseu, contentíssimo consigo mesmo, que não parou de louvar a Deus por tê-lo feito tão puro sem defeito.

Digo aqui a todos dentro da plena Verdade, pois só a Verdade pode libertar cada homem:

Há perante Mim, no fundo, um único pecado, que é a mãe de todos os demais pecados; e esse pecado chama-se: ORGULHO!

E é no orgulho que todos os pecados têm sua origem, a saber: amor-próprio, ambição de poder, egoísmo, inveja, avareza, usura, fraude, roubo, ira, assassínio, indolência no trabalho, ociosidade à custa dos trabalhadores modestos, inclinação para a vida de con­forto e para gabar-se, lascividade da carne, luxúria, fornicação, im piedade, e finalmente muitas vezes um total ateísmo, e com ele a mais perfeita desobediência a todas as leis, sejam elas de origem di­vina ou somente política.

Analisando cada um destes pecados principais, vereis no fundo de cada um o orgulho. Quem então quer livrar-se, como de um golpe, de todos seus supostos mil pecados, que atente somente de libertar-se de seu orgulho, qualquer que seja sua índole, e será li­vre de todos os seus demais pecados; pois muitos pecados são ini­magináveis sem o orgulho, pois ele é seu único motivo.

Mas pecados que se cometem sem o orgulho, não são pecados, pois lhes falta a raiz do pecado.

Suponhamos que haja alguém ordinariamente justo, e que ninguém lhe pudesse dizer: Vê, te tornaste culpado destes ou daqueles pecados! — Se ele se gabar disso, julgando-se melhor do que aque­les que conhece como graves pecadores, deveras, neste caso toda sua justiça de nada lhe serve; pois, se ele se gabasse de sua jus­tiça e integridade, já seria preso pelo orgulho, e, seria com isso pior diante de Mim do que alguém que tivesse pecado em sua carne a vida toda — mas sem o menor orgulho — o que em prin­cípio também é um grave pecado, mas nem comparável com a me­nor altivez.

Por isso, que cada um se deixe iluminar por esta aurora, in­vestigando cuidadosamente em todos os recantos e quartos ilumi­nados de sua vida, se não há em qualquer ponto algo semelhante ao orgulho. Encontrando algo em seu íntimo, que o deteste instan­taneamente, fazendo todo esforço para livrar-se do seu orgulho, por menor que possa parecer. Caso contrário, ele crescerá com o tempo como uma planta parasita no ramo de uma árvore frutífera sadia, arruinando espiritualmente esta pessoa, geralmente nobre, assim como a planta parasita arruína a árvore sadia.

O orgulho — qualquer que seja sua natureza e origem — é para alma e espírito um ar asfixiante dos mais venenosos do in­ferno, levando a vida pouco a pouco à perdição. Por isso repito uma vez por todas: Guardai-vos sobretudo do orgulho, se quereis apresentar-vos perante Mim como justos e justificados, e se quereis gozar da Minha Presença Visível no Grande Dia vindouro! Mas se apenas um átomo de qualquer orgulho ficar em vós. e se vós, ao ouvir que Eu vim à Terra ao encontro de Meus amigos, chamardes: "Senhor! Senhor! Vem também para nós!", contudo não o farei, uma vez que não renunciastes a todo orgulho.

Se bem que saibais o que milhões não podem sequer adivi­nhar, não sois por isso em nada melhores do que os que nem fazem ideia daquilo que se tornou em vós um conhecimento con­solidado pela experiência, às vezes até por uma visão. Mas se vosso saber está unido à justa humildade, então vossos profundos conhe­cimentos no campo puramente espiritual serão decerto de incalculá­vel proveito para vós.

Mas para que cada um possa guiar-se a esse respeito, perscrutando todo o seu ser, darei a seguir uma instrução particular, apon­tando os elementos onde se prende e viceja no homem o infame orgulho. (Esta parte muito extensa não foi incluída na presente tra­dução para permitir a apresentação concisa do texto principal.)

Mas digo-vos também que, antes da Minha Chegada nesta Terra, muita erva má e seca, e infrutíferas brenhas serão aniquiladas com o maior rigor. Pois, onde há dois, apenas UM será aceito, e o ou­tro eliminado: haverá, pois, uma enorme separação abrangendo mais da metade!

Mais uma vez vos advirto seriamente, de não vos tornardes naquele tempo partidários, nem para a esquerda, nem para a di­reita. E quem for chamado à luta, que combata lá onde fora cha­mado, não por conta própria, talvez até de maneira traiçoeira, mas por conta daquele que o chamou ao combate. Mas quem deverá vencer, e quem de fato vencerá, isto está unicamente em Minhas Mãos!

Que ninguém de vós diga: Este luta com justiça, o outro in­justamente, ou seja, traindo aquele que, conforme vosso julgamento, deveria sair vitorioso. Deveis rezar por amigo e inimigo; todo o resto é pecado, porque — tomando partido daquele que conforme vosso desejo deve vencer — atraís o orgulho do mesmo para vós, desejando a seu adversário a total perdição. Mas perguntai ao vosso coração, se aqueles aos quais desejais a perdição não são também vossos irmãos como os que, conforme vosso desejo, devem vencer?! Tal desejo, cheio de secreta sede de vingança e de alegria maliciosa — como seria ele compatível com o Meu Verbo, uma vez que Eu Mesmo ensinei expressamente a todos os homens de orar pelos que vos odeiam, de abençoar os que vos amaldiçoam, e de fazer o bem

àqueles que vos querem o mal? — Por isso repito: Deixai lutar os que combatem; orai por todos, não vos regozijando da derrota de um ou do outro partido; assim vos parecereis com Meus anjos no Céu, que encobrem seus semblantes quando seus irmãos na Terra se estrangulam; pois os mortos em combate são tanto vossos ir­mãos como os vencedores, seja qual for seu partido.

Mas prestai atenção: Esta aurora que precede a Minha Che­gada tornar-se-á ainda bem mais vermelha do que está agora, e só no fim de todo massacre mostrar-se-á que nenhum dos dois par­tidos que ora se combatem ganhará uma verdadeira vitória; pois o justo vencedor ainda há de vir. — Pois, onde luta agora o or­gulho, começará a lutar a humildade, e sua espada não deixará es­capar nenhum tirano nem juiz nenhum que se esforçar a enobrecer sua autoridade com o sangue de prisioneiros inocentes. — Àquele que, na batalha, combate seus adversários não será imputado o sangue dos mortos; mas maldito seja o assassino de prisioneiros sem armas, e três vezes malditos os infanticidas! Sua sorte haverá de ser terrível!

Eu, como vosso Pai de Bondade que já vos deu tanto, vos dou aqui esta Palavra que é de máxima importância para vosso bem e vossa salvação. Observai-a fiel e estritamente, e todo o bem tem­poral e eterno vos pertencerá; mas se a considerardes apenas como algo comum como foi o caso com muitas outras Mensagens que vos dei e que não vos levaram a melhorar vossos velhos costumes, então sereis vós os responsáveis se na Minha Chegada vossa participação for mínima ou nula.

POIS O QUE FOI ESCRITO AQUI PELA MEU SERVO, CUM­ PRIR-SE-Á IRREVOGAVELMENTE!

Ditosos vós e todos aqueles que não desprezam estas e outras adver­tências semelhantes; em verdade, farei entrada de vez em quando em suas casas! Mas quem prestar pouco ouvido e vontade tanto a esta advertência e instrução, como a outras semelhantes dadas em muitos lugares diferentes, encontrará em sua casa muito em breve grande solidão, tristeza e abandono; pois quando Eu vier só será para os que verdadeiramente Me pertencem, e Eu Mesmo os abençoarei largamente para sempre!

Mas ai daquele em cuja casa não porei Meus Pés; sua parte será somente a triste aurora fatídica; mas os santos raios do Grande Dia que há de vir não o alcançarão. Amém. Quem diz isso, sou Eu, Aquele que virá.

Amém! Amém! Amém!

SOBRE O ATUAL DILÚVIO ESPIRITUAL

Recebido pela Voz Interna por Jakob Lorber

Não olheis nem confieis em ninguém senão em Mim! Isso diz Aquele que vos criou, redimiu e santificou pelo Seu Verbo e pelo Seu Espírito!

Há agora sobre a Terra um dilúvio espiritual, semelhante ao dilúvio material nos tempos de Noé há 4.000 anos. Esse matou a carne, mas o presente dilúvio mata alma e o corpo. E essa tor­rente mata a alma pelo espírito da ambição de poder, o qual mana, como outrora as águas, em parte do interior da Terra, e em parte do ar, isto é, dos seus maus espíritos, facilmente inundando e corrompendo as almas.

E essa torrente é qual fogo — o mesmo fogo do qual está es­crito (2 Pedro 3,7) que o mundo será julgado por ele pela se­gunda vez. Se quereis ficar salvos dessa maligna torrente de fogo, permanecei firmemente Comigo, abstendo-vos de julgar ora assim, ora d'outro modo! Tampouco digais: este ou aquele, ou este ou aquele partido, ou os grandes, ou os pequenos, têm razão; pois digo-vos que agora ninguém tem razão senão aquele que não se inclina para cá e para lá, mas que fica rigorosamente e inabalavelmente Comigo, deixando tudo por Minha conta; porque − francamente falando − tudo o que passa disso é pecado! Tudo isso tinha que acontecer desse modo por causa da Palavra de Deus, que é Minha Palavra que Eu Mesmo falava diante de Jerusalém, sobre Jerusalém e − como sabeis − sobre o Mundo inteiro!

Acontecerão ainda coisas importantes, e vereis muita maldade da qual ouvireis falar. Um povo condenará o outro; um partido levantará patíbulo sobre o outro. Os que há pouco se saudaram ainda como amigos, trair-se-ão mutuamente, o filho ao pai, e o pai ao filho:

Mas não sentencieis ninguém, deixando tudo Comigo — e encontrar-vos-ei em Minha Área de Paz onde nenhum mal deste tempo vos atingira.

Quem dentre vos tem o poder de operar e executar algo no mundo? Se o partido por ele condenado vencer, não o prenderá para lhe pedir contas? Mas colocando-se ele do outro lado, e vencendo o primeiro partido, este não lhe fará o mesmo que o outro ao seu adversário? Por isso, já que ate agora não predestinei a vitória a nenhum partido senão aquele que fica do Meu lado, abstende-vos de todo louvor como também de toda repreensão; pois não sabeis a quem deveríeis louvar ou repreender! Isso só é do Meu conhecimento, e Eu darei a cada um conforme a sua obra.

Mas vencendo uma potência, então obedecei-lhe. Pois não teria poder se não o tivesse de Mim; pois só Eu atribuo poder ou impotência! O poder vence — a impotência perde! Quando Pilatos Me julgou, não era Eu — como o sou agora e eternamente — o único Senhor do Infinito?! Mas aceitei o julgamento de Pilatos e não Me opus a ele, se bem que estivesse em jogo Minha própria sorte! Então, não resmungueis, dentro da vossa autoconfiança, con­tra o que esta agora acontecendo; pois, já que nenhum pardal cai do telhado sem a Minha Vontade e que ate todos os cabelos de vossa cabeça são contados, como e que as coisas agora em andamento poderiam acontecer totalmente desprovidas de Minha Vontade?

Mas, já que e Minha Vontade — e isso pelo fato que o próprio mundo assim o quis e ainda o quer — então também zelo em conservar aqueles que se amparam em Mim, deixando tudo Comigo. Ou não sabeis serem Meus Desígnios inescrutáveis, e Meus caminhos insondáveis?

Vede, Eu mando aguaceiros, raios, trovoes e granizos sobre os habitantes dos Alpes, que geralmente são de índole pacifica, e as enchentes arrebatam-lhes bois e vacas, ovelhas e cabras, arrasando suas cabanas para os precipícios e devastando as penosas obras de suas mãos, ao passo que aos ricos burgueses não e mexida nem a ponta dum cabelo. Se quisésseis julgar aqui conforme as vossas concepções de direito, como vos pareceria então Minha atitude? Mas Eu julgo e ajo conforme e justo na verdade.

Se uma peste espiritual quer penetrar pouco a pouco a maior pureza das montanhas, Eu a tiro, lavando-as pelos meios apropriados, e a região alpestre torna-se de novo pura. Mas o rico burguês (infecto pelo mundo), não sendo filho das alturas, geralmente já tem sua recompensa pela contínua boa vida. Os de melhor índole também são lavados, se bem que não por um aguaceiro, mas por qualquer outra água, pois ninguém entra no Meu Reino sem ser lavado.

Não é preciso que vos pronuncie em detalhes tudo o que ainda vai acontecer, pois pode ser muita, mas também pouca coisa — conforme os homens Me abandonem ou se voltem para Mim. A lei da espada vigora já há muito tempo, fazendo grandes estragos; mas se os homens continuarem ainda em sua ambição de poder, mandarei ainda um outro anjo, o da fome e da peste. E essas advertências ensinarão aos homens concepções de direito bem diferentes das que os animam agora.

Vosso lema seja: "Dai a César o que e dele, e sobretudo a Mim o que é Meu" e estareis bem, tanto com o mundo como Co­migo Mesmo. O publicano certamente não tinha o direito de exigir de Mim e de Pedro o imposto, pois não éramos forasteiros, mas filhos da região. Mas o que Eu — o Senhor e Pai de todos — fiz, fazei-o também vós e sereis em tudo "Meus Filhos" de verdade. Amém.

E o que vos digo, Eu vosso Pai, cheio de Sabedoria e Amor.

Amém, Amém, Amém.

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