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O PAI NOSSO

A prece que Eu Pessoalmente ensinei aos Meus após­tolos, para que fosse mantida também pelos Meus segui­dores, inicia-se com as palavras: "Pai Nosso!" Elas deviam igualmente apontar Minha Natureza, para que cada pessoa desejosa de orar soubesse que estava se dirigindo a Deus, seu Pai. Não pretendo que o homem se veja obrigado pelo tratamento a se dirigir ao Poderoso Criador ou Juiz, mas ao Pai.

Todos os pedidos da prece do "Pai Nosso" contêm ex­pressões de confiança em Mim; por isto, Meus filhos podem expressar tudo o que lhes falta e o que desejam.

Quem Me chama como Pai Celeste deve Me conhecer como Tal, pois pode pedir com confiança: Teu Reino venha a nós. Tua Vontade Se faça!

Estas palavras expressam o maior desejo por Mim e o estado íntimo que demonstra a relação entre Eu, como Pai, e a criatura, como filho. Aponta claramente como Eu cuido de tudo como Santo Pai, atendo as fraquezas dos fi­lhos, perdôo-os e os protejo do mal quando Me procuram.

Por parte dos filhos também deve ocorrer uma con­fissão de seus erros, razão por que chamo a atenção deles.

Se expressais um pedido no coração e pretendeis pa­lestrar Comigo, rezai o "Pai Nosso", que chamais de oração universal, se bem que a maioria das pessoas esteja tão saturada da prece de sorte a comprar por um bom preço uma fórmula de algum sábio professor, orgulhando-se ainda perante outros, dos quais afirmam estacionarem apenas no "Pai Nosso".

Atualmente são poucos os que prezam Minha Própria Prece, procurando durante a mesma atrair o espírito por meio da autoanálise.

Eis o sinal dos tempos: ateísmo e menosprezo do Meu Ser, e cegueira mesmo entre aqueles cujos pecados já são visíveis. Também para eles o "Pai Nosso" perdeu seu valor divino. Costumam pedir misericórdia até ficarem roucos, acreditando que sou um Juiz impiedoso, e no final acres­centam o "Pai Nosso", por questão de hábito.

Onde estão os Meus filhos que Me procuram com ale­gria, apresentando sua total natureza, e confessam que sem Meu Amor Paternal não teriam direito a tanto?

Agora procuro estes filhos e pergunto: Orastes seria­mente o "Pai Nosso" e vos analisastes como manda? Feli­zes aqueles cujo espírito já testemunhou de que assim agiram, pois lá quero construir o Meu Reino, facultando-lhes todos os pedidos prometidos em Mateus, 11.

Amém.

O VERDADEIRO SENTIDO DO "PAI NOSSO"

Caros filhos,

Ouvi vossas perguntas, mas sou levado a lembrar que existem duas espécies de perguntas, que correspondem à vida que desfrutais, podendo ser dirigidas à vida íntima ou externa, de acordo com as circunstâncias.

Julgai a motivação das mesmas, se é apenas a satis­fação de uma curiosidade ou se corresponde a um verda­deiro sentimento aflitivo.

Quanto ao PAI NOSSO — deve ele ser feito de tal ma­neira a frutificar, pois se não for feito em espírito e ver­dade, o efeito é o mesmo que a explicação dada a um cego

Como pode o espiritualmente cego dizer: PAI NOSSO — se nunca se deu ao trabalho de reconhecer o Pai em seu coração, pelo amor e a fé, aproximando-se Dele em espírito e verdade?

Como pode alguém afirmar: QUE ESTÁS NO CÉU! — se desconhece o Pai e muito menos o Céu?

Como afirmar: SANTIFICADO SEJA O TEU NOME — quem desconhece o Meu Amor, o Meu Verbo Vivo, a Vida da vida, a Santidade de toda a Glória e a Ressurreição que representa Meu Nome inexprimível?

Como pode alguém afirmar: VENHA A NÓS O TEU REINO — se está preso com seus sentidos neste mundo?

Quem pode dizer: TUA VONTADE SE FAÇA — se nunca se deu ao trabalho de conhecê-la, apresentando igualmente um grande desinteresse e desde a infância mantendo com futilidade a pior desobediência em todas as coisas referentes à vida eterna?

Como pode alguém afirmar: DÁ-NOS O PÃO DE CADA DIA! — se não suspeita de tal existência, que de certo modo é o coração principal de tal oração — mas considera apenas a gula?

Como pode alguém pedir perdão pelos pecados, estan­do o coração pleno de impurezas, ódio, inveja, orgulho, menosprezo e ofensa, e outros pecados mais? Para se ven­cer verdadeiramente os pecados é necessário mais do que viver pacificamente em boas condições e sem inimigos.

Quem não tem inimigos, como pode pedir: PER­DOA-ME MEUS PECADOS COMO EU OS PERDOO! — Não quero com isto afirmar que deveis fazer ini­migos para haver alguém para perdoá-los; mas o vosso coração deve estar acima de qualquer ofensa, seja qual for. Do contrário, pedis a crítica e o julgamento em vez do perdão.

Como pode alguém dizer: NÃO NOS INDUZAS A TENTAÇÃO — se não Me conhece e, portanto, reza para o ar; e mesmo Eu o protegendo contra qualquer perigo, ele se atira qual desvairado de perigo a perigo, de queda em queda até a morte? Tal pedido não se parece ao de um louco que pede ajuda a um grande benfeitor, mas quando a recebe ele a atira em parte ao fogo ou no lodo?!

Como se pode finalmente dizer: LIBERTA-NOS DO MAL! — quando a pessoa se atira a ele com toda volúpia?

Se quiserdes fazer esta prece com resultado, ela terá que ser feita em espírito e verdade, refletindo o quanto é necessário para colher o verdadeiro fruto. Senão surtirá para todos o contrário da grande bênção. Cuidai de con­quistar o Pai e não o Juiz que vivereis no colo do Meu Amor. Isto vos diz Aquele que deveis procurar e achar: o PAI antes de tudo!

A BÊNÇÃO DO NATAL

Vede, Meus fihos, apenas pelo amor que Me dedicais posso vos falar e abençoar, não somente a vós, como a todos aqueles que entregais a Meus Cuidados: parentes e estranhos, ricos e pobres, encarnados e desencarnados, fe­lizes ou sofredores.

Minha Bênção deverá hoje penetrar nas mais densas trevas, pois a exclamação dos anjos: "Anunciamo-vos a grande alegria que sucedeu a todos os povos!" — deve ressoar em todos os corações.

Não trarei a paz apenas para Meus filhos, para a Cria­ção visível. Não! Eu a trarei para todo o Infinito, os Es­paços imensuráveis. Para inúmeros seres desci à Terra a fim de Me tornar Homem, recolher os perdidos, salvar os pecadores e despertar os mortos para a vida. Jamais vos deveis desviar deste destino grandioso!

Não esqueçais o motivo que Me trouxe, o motivo que levou o Altíssimo a Se humilhar e qua" Sua finalidade: o desejo de vos fazer felizes, por Graça e Misercórdia!

Por tal motivo vos precedi Silencioso e demonstrei o que vos falta. Para que se possa compreender a plena Bên­ção de Meu Nascimento, necessário é o silêncio completo de todos os sentidos, de toda a alma. Se desta forma vos aproximardes da Manjedoura, de corações gratos e amo­rosos, o fluído da Bênção se espargirá sobre vós, fazendo com que vossos corações transbordem de alegria e entoem:

Ele, o Onipotente e Santo, Repousa como Criancinha no regaço de Maria. É o Amor que O envolve, e não o Manto, Tal como apenas o humilde o faria.

Amém.

Ó Tu, nosso Santo Pai nos Céus! Santificado seja o Teu Nome! Teu amor de Pai venha a nós, pobres peca­dores, encobertos pelas trevas! Unicamente Tua Santa Vontade Se faça nesta Terra e em todos os Teus Céus! Se houvermos pecado contra Tua Eterna e Santa Vontade, perdoa-nos tal tolice e tem Paciência e Indulgência para conosco, assim como também nós a teremos com aqueles que nos tenham ofendido! Não permitas que sejamos ten­tados em nossa fraqueza carnal além de nossas forças, pelo mundo e Satanás, mas liberta-nos — pela Graça, Amor e Misericórdia — de múltiplos males pelos quais nosso amor para Contigo, Santo e Amantíssimo Pai, se pudesse tornar turvado e enfraquecido! Se a fome espiri­tual e material nos assola, dá-nos, querido Pai, o de que necessitamos, de acordo com Tua Sabedoria! A Ti dedi­camos todo amor, honra e louvor eternos!

Amém.

COMEMORAÇÃO DO NATAL DE 1881

Caros filhos:

Nesta noite em que comemorais Meu Natalício e os corações se dirigem mais intensamente para Mim, vejo-Me levado a bater na porta de todos, Pessoalmente, a fim de visitá-los, pois neste dia colho maior amor para Meu Co­ração Paternal do que no ano todo. Por isto, precedem a tal dia abençoado outros cheios de preocupações, ou seja, uma luta entre o bem e o mal devido às variadas influên­cias.

Tal época se presta especialmente para iniciar a Obra do Renascimento e preparar uma Manjedoura para Mim. Eis a única preocupação dos Meus anjos socorristas, pois percebem nitidamente que existe apenas uma dádiva: o coração do homem ou sua vontade de Me reconhecer como Pai e honrar tal confissão pela obediência.

A finalidade de Minha Encarnação visava a união com os homens por meio de provas de amor e ação.

Foi apenas o Amor que Me atraiu junto de vós, como também hoje Ele deseja privar em vosso pequeno grupo. Nem sempre desejo ditar palavras educativas, pois tam­bém quero dar provas do Meu Amor, que devem vos tornar filhos alegres e lavres do medo, mas vibrantes de alegria, embora não sejais disto merecedores.

Afirmo que muitas vezes uma criança mal educada aumenta muito mais amor para o Pai do que aquela que constantemente se baseia no seu bom comportamento, jul­gando possuir maiores direitos do que a primeira.

Assim agem Minhas crianças. Algumas Me olham com pedidos de perdão, pois o consideram muito, enquanto outras julgam Eu ser obrigado a tanto. Por isto, é o Nas­cimento de Meu Amor no vosso coração de tão grande importância, porque ensina o Seu real valor.

Quem tiver consciência de Minha Morada em seu co­ração reconhecerá com humildade que apenas Meu Amor o pode educar, pois ele mesmo nada consegue realizar. Deixai abertos os vossos corações para o Renascimento! Renovai o Natal com maior sentimento, e que ele se dirija mais ao Divino na Criancinha e não ao Jesus Hu­mano na Manjedoura, percebendo ter sido Ele apenas o Invólucro da Divindade.

Ofertai-Me também vosso físico para Morada, que não o rejeitarei, mas o dirigirei e conduzirei como Pai e Irmão para junto do vosso espírito. Deste modo, muitos poderão afirmar: Vede aí a Habitação Divina entre os homens!

Pudesse o mundo todo se transformar na cabana onde poderia habitar com Meus filhos! E assim comemoraría­mos o segundo e eterno Nata1, onde virei — não como Criança, mas como Pai — para fundar um Reino da Paz, onde os anjos sempre poderiam ser vistos e ouvidas pelos homens, ou seja, Céu e Terra estariam unidos. Quando a relação dos homens para com Deus for igual à Minha União de Pai e Filho, surgirá o Grande Dia!

Naturalmente, isto ocorre apenas em alguns. Aper­feiçoai-vos para alcançar tal união, podendo sem grandes discursos e destaques realizar a fundação do Meu Reino, com maiores resultados do que conseguiram os mártires pelo fanatismo.

Eu vos abençoo esta hora, como Pai Celeste no Menino Jesus

Amém.

A TRANSFIGURAÇÃO DE CRISTO

Minha Transfiguração no Monte Tabor é tida por muitos como leitura agradável; porém, poucos leitores a compreendem e a menor parte deles se apercebe do que nela se oculta.

A causa disto é o dogma separador da Santíssima Trindade. Pois quem não acredita plenamente no Filho Único e Uno com o Pai Que está Nele, como Ele no Pai — assim como o espírito está no homem, penetrando-o, sendo o verdadeiro homem — é psiquicamente incomple­to, parecendo-se a uma água turva, impenetrável pelo jato de luz.

A Transfiguração, entretanto, oculta uma luz radiosa, isto é, contém um sentido espiritual de grande significa­ção; por isto, também não foi e não é inteiramente com­preendida pelos escribas e intelectuais.

A fim de que não pareçais a água turva do mundo — que só pode ser iluminada superficialmente, como se fora uma tumba dourada que em si apenas contém trevas e morte — dar-vos-ei uma pequena elucidação deste acon­tecimento. Ouvi-Me:

O Monte Tabor representa o mais elevado e, ao mesmo tempo, o mais profundo conhecimento de Deus, em Espí­rito e Verdade. A este Monte do conhecimento Eu Mesmo conduzo os Meus amados!

Pedro, Jacó e João eram isto em toda a plenitude. Estes três personagens representam também a criatura como de­veria ser dentro da verdadeira Ordem Divina.

Pedro é o homem exterior, que pelas provações pro­cura levar uma vida introspectiva. Jacó é a alma pura do homem que em todas as ocasiões trata de cumprir a Von­tade do Senhor, mas em consequência disto enfrenta mui­tas lutas a fim de conseguir a união com o espírito imor­tal. João, finalmente, representa o espírito do homem que se une a Mim, isto é, ao Meu Amor! Deste discípulo Eu dissera a Pedro, que se aborrecera por João também Me seguir: "Que te importa se Eu digo: Que ele viva!" O que quer dizer: Somente o espírito vive, e quem não se deixa perseguir, prender e penetrar por ele, não terá a Vida, pois só ele vive eternamente.

Disto tudo se depreende que Eu, assim como levei os três discípulos ao cume do Monte, também levarei cada um que — de acordo com sua trindade — seguir a Minha Ordem para o Monte do verdadeiro conhecimento de Deus, quando poderá exclamar, compenetrado de sua integrida­de: "Senhor, como é bom estarmos aqui! Façamos, pois, três tendas: do Amor, da Sabedoria e "da Onipotência, — esta como consequência das precedentes!"

Mas, este conhecimento nada terá de positivo enquan­to as três tendas e Eu, Moisés e Elias não formos unifi­cados no homem. Em outras palavras: enquanto o Amor, a Sabedoria e a Onipotência não forem aceitos em uma só tenda. Eis porque se ouve uma voz que surge de uma Nuvem — símbolo do conhecimento puramente celestial — dizendo: "Eis o Meu Filho Amado, a Quem deveis ouvir!" — o que significa: Este é o Deus Único! Deveis morar unicamente Nele e não em três deuses, se quiserdes possuir a Vida Eterna.

Após esta poderosa determinação da Onipotência Di­vina, os três discípulos voltam a si, não mais vendo nem Moisés, nem Elias, e ouvindo somente a Minha Voz\ Esta Mesma Voz, porém, lhes proíbe transmitir algo deste co­nhecimento ao mundo até que tudo se complete; num sentido restrito: até que Eu ressurja em toda a Onipotên-

cia do Amor e da Sabedoria no coração de cada criatura, após muitas provações da alma. Num sentido mais amplo: até que o mundo seja crucificado e morto no homem, res­suscite seu espírito e se faça uma nova criatura dentro da Ordem que foi demonstrada por Pedro, Jacó e João. En­quanto isto tudo não se der, o homem não podará ser le­vado ao Monte do conhecimento profundo e elevado de Deus e da Vida Eterna.

Esta é a expicação da Minha Transfiguração, até então muito misteriosa, no Monte Tabor. Entretanto, ainda existe outra mais externa, na qual são apontadas épocas principais da formação da Humanidade por Mim, por Moisés, Elias, pela Voz da Nuvem e os três discípulos. Mas este conhecimento não traz a Vida Eterna a ninguém, tampouco o fazem as concepções infinitas de tempo, es­paço, eternidade, luz, espírito e vida.

Procurai, antes de tudo, a Mim e ao Meu reino, a Minha Justiça que é o Amor — e recebereis todo o resto por acréscimo (Matheus 6, 33). Se entretanto, procurardes apenas a sabedoria e sua força, dar-se-á convosco o que aconteceu àquele que enterrara seu talento: foi-lhe tira­do o que tinha e passou a fazer parte das trevas.

Observai isto bem a fundo, se quiserdes compartilhar de Minha Transfiguração!

Amém.

"E DISSE-LHES JESUS: TODOS VÓS ESTA NOITE VOS ESCANDALIZAREIS EM MIM; PORQUE ESTÁ ESCRITO: FERIREI O PASTOR, E AS OVELHAS SE DISPERSARÃO."

Muito embora tivesse naquela ocasião abençoado a Ceia, Meus discípulos não entenderam as Palavras acima, pois estavam muito seguros de si, achando que seu amor para Comigo fosse bastante forte para enfrentarem tudo que impedisse sua fidelidade.

Conheço-os melhor e por isto permito que sejam tes­tados, e enquanto seu amor diminui, Eu acrescento algo mais e os fortaleço após certas derrotas.

O mesmo sucedeu com Pedro. Era muito autoconfian-te e facilmente teria cometido um ato de presunção com seus irmãos, após Minha Passagem. Por isto, não quis impedir sua queda, mas abençoá-lo tanto mais.

O que se deu com Pedro, símbolo da fé em vossa Igreja, ocorre de um modo geral, pois muitos cristãos se orgulham de sua fé, julgando que, uma vez firmes nela, não há poder a lhes disputar a fidelidade, especialmente porque Me amam a seu modo. Todavia, dependem em qual­quer oportunidade das condições que se prendem ao amor. Então recuam, considerando incompreensíveis ou mal in­terpretadas certas Verdades Minhas sobre o amor. Eis a serva que os induz à negação, pois também tem que ser ativa como o amor. Quando o Amor diz: Este também quer pertencer a Jesus, — a fé morta responde: Eu não O conheço! — a fim de não ser obrigada a se submeter às exigências da fé ativa e viva.

Na época atual ocorre o mesmo com a verdadeira fé. Quando deve se manifestar abertamente — mesmo sob ameaças de derrotas pela perda da honra ou posse mate­rial — ela é negada por aqueles que julgam estar em es­treita união Comigo, muito embora em certas épocas se defrontem Comigo como negadores, em consideração ao mundo.

Assim como um único olhar de Pedro dirigido a Mim o transformou, Eu considero a todos que se viram de novo para Mim, depois de certos desvios. Como atualmente mui­tos Me negam, pois sua fé se assemelha ao fraco Pedro, dirijo-Me para o mundo com a pergunta: "Por que Me negas, enquanto afirmas ser uma rocha sobre a qual Eu ; poderei construir?"

A Igreja terá que se convencer da derrota de sua fé através de muitos acontecimentos que provam o afasta­mento de Deus, e que só pode ser reparada por Mim Mesmo.

Dirigi-vos a Mim com o pedido de um Olhar da Graça, semelhante àquele dado a Pedro, quando oportunamente sois tentados a Me negar perante as criaturas mundanas. Vosso Pai.

DEI-LHES O TEU VERBO, E O MUNDO OS ODEIA, POIS NÃO SÃO DO MUNDO, COMO EU TAMBÉM NÃO O SOU!

Esta prece por Mim dirigida ao Eterno Amor em Mim, devia fazer compreender tanto aos Meus discípulos de an­tanho como aos Meus posteriores adeptos, que se dera uma união entre o Pai e Eu. uma vez que a Minha Von­tade Se identificara com a Dele.

Orei ao Pai como Homem; Minha Alma, porém, sub­meteu Sua Vontade ao Espírito Divino, deixando com isto a ligação com o mundo. Reconhecendo Sua Descendência Divina, tornou-Se una com o Espírito, ou seja, Consigo

Por isto Eu disse: Eu e o Pai somos Um! Esta união entre o homem e a Divindade, exemplificada por Mim, deve ser realizada por todos os Meus seguidores. Possuem as mesmas aptidões para sublimar sua natureza, razão por que lhes dei Meu Espírito. Devem conseguir a união com Ele pela sujeição à Sua vontade e influxo, podendo desta forma diferençar o bem do mal. Por isto, pude deles testemunhar que não mais eram deste mundo. Embora ainda fracos para lutar contra as insinuações da carne, sua vontade se firmava, por amor a Mim, numa união Comigo, afastando seus pensamentos das preocupações e exigências mundanas. Por isto, falei que Eu era santificado neles. Aceitaram-Me em seus co­rações como prenda máxima, levando-Me com isto a pedir por eles, para que não recaíssem em seus hábitos mundanos.

Pois tirá-los do mundo não lhes traria benefício; unicamente a perseverança fiel na vida de provação torna o homem um verdadeiro filho de Deus.

Deste modo, incluo aqueles que, por amor a Mim, se­guem a voz da consciência, que emana do Meu Espirito, os que "não são do mundo". Já possuem o Verbo Divino dentro de si, que os santifica. Eis por que minha ânsia de união com criaturas espiritualmente idênticas à Minha Imagem pode ser satisfeita; pois Eu, como Deus, só posso aceitar um amor livre e sem coação. Se o amor ne­cessita ser forçado por uma condição ele não é verdadeiro, não tendo valor para Mim; ele deve ser ofertado numa de­terminação livre, para se poder unir a Mim, ao Amor Eterno.

A Minha Natureza passou por luta idêntica até que se harmonizou com o Pai. Esta grande vitória só pôde ser conseguida pela insuflação do Espírito, motivo por que entreguei a Ele, como Consolador e Doutrinador, todos os Meus. Este Espírito tem três incumbências: Como Pai — Origem Primária e Criador dos seres; como Filho — Me­diador e Comiserador; e como Espírito Santo — Doutri­nador e Consolador. Este, numa atividade constante com o Amor, que é a base, desde o nascimento até a morte do homem.

Aquela Minha prece foi então uma palestra entre Minha Natureza Humana e o Meu Espírito Divino, para demonstrar aos Meus seguidores como estão ligados a Mim e ao Pai. Expressei o grande desejo de uma união eterna com eles. Por isto, Meus queridos filhos, quando lerdes estas palavras, pedi também pelo Espírito Santo que con­duz à Verdade completa, para que possais unir vosso co­ração estreitamente a Mim, até que vos seja tirada a ma­téria. Então podereis mirar com toda clareza a Minha Obra de Salvação, que somente pôde ser realizada pelo Amor.

Amém. Vosso Pai Jesus.

ASCENSÃO DO SENHOR

Meus queridos filhos,

Eis que aquele que subiu aos Céus Se aproxima no­vamente de vossa Terra, falando convosco pelo Espírito, cuja Voz podereis ouvir se o quiserdes, mostrando com isto vossa vontade de agir conforme vos foi ensinado.

Assim como Eu, Jesus, tive que fazer a Vontade do Pai a fim de estar em união com Ele — pois o Amor Eterno só Se pode unir ao amor terreno pela obediência desse amor — vós também deveis obedecer à voz da consciên­cia dentro do vosso coração, que vos une com o Pai e vos castiga e previne do mal que emana do vosso egoísmo.

Eu tenho um direito sobre esta vossa consciência, pois ela é de origem Divina e nunca estará de acordo com a vossa razão quando agis contra a Minha Ordem. Seria pos­sível a alguém fazer calar sua consciência? Nunca! Se bem que a criatura possa chegar ao ponto de não prestar atenção a ela, em outra ocasião, porém, ela se fará ouvir mais pronunciadamente.

Aquele que procura seguir os conselhos de sua consciência galgará degrau por degrau na ascensão espiritual, até se unir a Mim.

Assim, guiei Meu Filho Jesus de tal maneira que fi­casse isento do mal, e os desejos provocados pela natureza não fossem atendidos por Ele; mas o corpo teve que se sujeitar aos desígnios do espírito, possibilitando com isto a Sua Ascensão e Glorificação nos Céus!

O Cosmos obteve com Minha atitude a prova de que o homem, como Meu descendente, possui todas as possibili­dades de viver unido a Mim, e isto somente será conseguido pela obediência, pois Eu também fui obediente ao Meu Pai até a crucificação, quando exclamei, após uma luta tremenda dentro de Mim: "Que Tua Vontade seja feita e não a Minha!"

Todos aqueles que desejam ser aceitos como Meus filhos devem almejar a desistência do seu eu mental, lutan- do contra as vontades deste eu. Não digo que isto_seja-fácil, mas é possível; e Eu ajudarei aquele que se prontificar com seriedade a travar esta luta, a ponto que poderá dizer: “Todas as coisas são possíveis àquele que crê!"

Minha Ascensão às vistas dos Meus discípulos devia estimular neles a fé de que Eu continuava a viver no meio deles, protegendo-os. Reafirmei novamente Minha Doutri­na e Promessa, com um ato visível para eles, a fim de po­sitivar mais a fé e a coragem, deixando para os Meus su­cessores uma recordação animadora, pois todos deviam confiar Naquele que reina nos Céus e de lá cuida de todos os Seus filhos, quando estes se deixam educar pelo Seu Verbo!

Por isto, Minha primeira dádiva foi o espargir do Es- pírito Santo, ou seja. que o Meu Eu Divino Se fez sentir mais nitidamente neles, estimulando-os cada vez mais, pela intuição e compreensão.

Assim também Minha volta à Terra se manisfestará primeiro por dádivas espirituais, a fim de que os homens se tornem dignos de Minha Presença, porque não Me apre­sentarei enquanto a criatura não sentir a verdadeira sau­dade de Mim!

Este é o motivo por que disse aos Meus discípulos: "Somente o Pai sabe quando voltarei!" O Amor Divino conhece o verdadeiro momento, pois Eu não quero surgir para vosso julgamento, mas sim, organizar, como Pai, a Minha Ordem Divina!

Ai dos infiéis que não quiserem extirpar de dentro de si as raízes do amor-próprio!

Amém. Vosso Pai Jesus!

EM VERDADE VOS DIGO QUE TODOS OS PECADOS SERÃO PERDOADOS AOS FILHOS DOS HOMENS E TODA SORTE DE BLASFÉMIAS COM QUE BLASFEMAREM; PORÉM, AQUELE QUE BLASFEMAR CONTRA O ESPÍRITO SANTO NUNCA OBTERÁ PERDÃO, MAS SERÁ RÉU DO ETERNO JUÍZO. (Marcos, 28, 29).

Meus queridos filhos,

No blasfemar contra o Espírito Santo não se deve compreender uma única ação que jamais poderá ser per­doada, mas sim é o rejeitar da voz do vosso íntimo, que é constantemente impulsionada pelo espírito a vos ensinar e melhorar.

Quem se opõe incessantemente a esta voz, cedo ou tarde dará demonstração, pelos seus atos, de que é um blasfemador da Misericórdia Divina, rejeitando tudo que lhe poderia advir desta Graça!

Tais almas se encontram sob julgamento, pois sendo sua vontade má, evitam o caminho da salvação. Por isto, não haverá auxílio para elas porque, embora sintam den­tro de si uma inquietação, se afastam propositalmente do caminho do bem.

Eis a razão por que Eu disse que "... até as blasfémias poderiam ser perdoadas", pois muitas vezes se baseiam na ignorância sobre Minha Pessoa e facilmente poderiam ser iluminadas estas almas pela Graça Divina, o que já é obra do Espírito Santo. Quando, porém, existe oposição a estas influências, Eu retiro Minha ajuda e elas caem no eterno julgamento!

Portanto, Meus queridos filhos, é necessário que dei­xeis agir o Espírito Santo dentro de vós, o que somente será possível quando mostrardes que a cada hora, a cada minuto, vos prontificais a seguir esta voz sutil dentro do vosso coração.

Se assim fizerdes, tereis um guia certo para o Céu e ele não somente vos prevenirá contra o mal, como tam­bém vos dará a sabedoria necessária para vossa ação. Ele vos provará, cada vez mais, que sois de origem divina e a vossa prece será então um pedido a este Espírito Santo, que vos intuirá de um justo amor para com o vosso pró­ximo.

Não tenho dádiva mais sublime, tanto para os Meus discípulos como para vós, do que o Meu Espírito Santo, como fonte de toda bondade! Aquele que apreciar esta. posse, purificando seu coração, se libertará dos desejos da matéria.

Se, portanto, no dia de Pentecostes pedis pelo Espírito Santo, sabei que o vosso pedido será atendido. Observai sua manifestação, pela qual sabereis que o recebestes, e vigiai em não afastar de vós a sua advertência ou inquietação íntima; lembrai-vos, porém, que ele quer se comunicar convosco, prosseguindo sua obra cheia de Graça; assim podereis melhorar e, junto com ele, vencer todas as paixões do vosso eu.

Na Minha prece que vos dei — o Pai Nosso — estão contidos todos os pedidos que podeis fazer em Pentecostes, como sejam:

“Teu reino venha a nós, Tua vontade seja feita e livrai-nos do mal” ; isto é, da oposição contra o Espírito Santo!

Agora que sabeis do imenso valor do Espírito Santo, preparai vosso coração para recebê-lo.

“O ESPÍRITO DO SENHOR ESTÁ COMIGO, POIS ME UNGIU E ENVIOU PARA ANUNCIAR O EVANGELHO AOS POBRES DE ESPÍRITO, CURAR OS CORAÇÕES CONTRITOS, PREGAR AOS PRISIONEIROS A FIM DE QUE SEJAM LIBERTOS, ABRIR A VISÃO AOS CEGOS E ABATIDOS PARA QUE SEJAM LIVRES DO SOFRIMENTO E APREGOAR O ANO AGRADÁVEL DO SENHOR!”

(Isaías, 61, 1 e 2).

Queridos filhos:

Foi dado aos profetas o espírito da predição, princi­palmente sobre a forma pela qual se daria Minha Volta. Por tal motivo, todas essas revelações foram por Mim inspiradas a fim de preparar condignamente as criaturas para Minha Aparição.

Referindo-se, portanto, mais ao que diz respeito ao es­pírito, dava-se o mesmo fato que hoje: Os homens eram extremamente materialistas e menosprezavam o aperfei­çoamento espiritual; não consideravam o mérito do Salva­dor para os pecadores, mas almejavam glórias e prazeres

Por isto os profetas não só eram mal entendidos, como também perseguidos muitas vezes. Sendo Meus predeces­sores — fator conhecido até mesmo no inferno — enfren­tavam uma tenaz reação.

Também Eu Pessoalmente deparava com um proble­ma difícil em depositar a Luz nas trevas densas e tinha de lutar mais contra as emanações infernais do que con-

tra os próprios homens por elas influenciados. Eis o mo­tivo do grande número de obsedados à Minha época, que Me procuravam perturbar; Lsto não Zhes sendo possível, contribuíram justamente para Minha Glorificação.

O mesmo acontece hoje: Despertei muitos profetas — testemunhas de Minha segunda Vinda; encontram, porém, pouca aceitação.

Novamente as posses materiais são o ideal mais ele­vado das criaturas; não satisfazendo Eu tal desejo, sou completamente expulso. Eis porque o inferno se apoderou de todo o orbe, pois sabe que Minha Segunda Vinda está próxima e já se fazem ouvir as trombetas de Meus pre­decessores.

Novamente convoquei os profetas incumbidos de des­pertar as almas de sua indolência; e se vós — que já tendes uma certa visão espiritual em virtude de vosso amor por Mim e por Meu Reino — fordes observando o estado atual das criaturas, vereis que chegou a época da qual consta: "... farei apregoar o ano agradável do Se­nhor", pois, "vê, estou diante da porta e Me faço ouvir!"

Desta vez, porém, não somente em almas isoladas; povos inteiros deverão saber que levanto Meu Braço Po­deroso em benefício da Humanidade. Por isto, precavei-vos, a fim de que não vos encontre dormindo! O Senhor virá sem O esperardes e deveis recebê-Lo com alegria! Amém.

“PORÉM A HORA VEM, E AGORA É, EM QUE OS VERDADEIROS ADORADORES ADORARÃO O PAI EM ESPÍRITO E VERDADE, PORQUE O PAI PROCURA OS QUE ASSIM O ADORAM.”

Antes que Eu tivesse tomado Carne e Corpo, a fim de que Me pudesse aproximar de Meus filhos, eles Me con­sideravam um plenipotenciário temível, um juiz implacá-ve1 e justo, principalmente para aqueles que se sentiam induzidos a procurar algo superior, que entre vós se de­nomina DEUS.

Para que estas criaturas pudessem conhecer-Me como Pai, mostrando-lhes em palavras e ações o Meu grande amor, Me vi obrigado a vestir a forma humana.

Meus próprios discípulos sentiam a Minha Divindade, porém as perseguições por que Eu tinha que passar faziam com que sua fé vacilasse muitas vezes, porquanto estavam desprovidos inteiramente do amor que tudo suporta e tudo sofre.

Por isso fui forçado a revigorá-los através de mila­gres, para que eles se preparassem para acompanhar-Me no penoso caminho da cruz, o qual — de acordo com Minha Sabedoria e Meu Amor — Eu não podia de todo afastar deles.

Assim como para o amadurecimento dos frutos é ne­cessário o calor solar, também para o crescimento espi­ritual necessitamos da cruz. Ela se manifesta, em parte, por vicissitudes exteriores, e em parte por desgostos ín­timos.

Para alguns ela surge na adolescência e para outros só na idade madura. Estas determinações são dispositi­vos do Meu Amor como Pai, sendo este Nome de muita importância para os filhos e seguidores, porque tudo que nos vem d'Ele nós aceitamos com mais confiança, pro­curando saber por que muitas vezes nossa vida segue uma direção completamente diferente daquela que esperávamos

Esta aproximação do Pai é cheia de confiança e não de temor; portanto, é imprescindível que Eu receba ver­dadeiros filhos que Me amem como seu Pai, manifesto em Jesus. Quando aparecer, quero ser aceito por amor. Por­tanto, não vos amedronteis! O tempo é chegado em que se deverá abrir alas para a Minha recepção!

Anunciai o Pai como Eu Mesmo vos ensino, e entre­gai-vos a Mim, ao Meu poder protetor.

Hoje em dia se exige muito menos da vossa fé do que antigamente se exigia dos Meus discípulos que Me acom­panhavam e que não tinham prova cabal da Minha Divindade, como vós a tivestes após Minha Ressurreição e o crescimento do reino cristão. E no que se refere à renúncia e à coragem, estais longe de poder vos comparar com eles.

Por amor a Mim não temiam vexames, nem perdas; a própria vida nada lhes representava, mesmo que tives­sem de sacrificá-la por Minha causa.

Podeis justificar-vos da seguinte manteira: Tu queres, Senhor, que permaneçamos ocultos na Doutrina! — Mas Eu vos digo: Somente porque todos vós não possuís o amor dos Meus apóstolos. Continuando a apontar o ponto fraco em vós: crescei no amor, a fim de que a vossa lâm­pada não se apague por falta de azeite quando o noivo se apresentar.

Em verdade vos digo: Chegou o tempo em que Eu quero ser reconhecido por todos como Pai e não como Deus justiceiro.

Deveis chegar a Mim em espírito e verdade com o coração cheio de amor sincero, e Eu serei com este Nome o Pastor de todas as ovelhas, ou seja, o Pai da Humanidade!

Amém.

DAI A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR E A DEUS O QUE É DE DEUS

Atualmente existem muitos no mundo que desconhe­cem os limites entre o que é de Deus e de César. Não vamos falar daqueles aue são — como os republicanos — tanto contra Deus como contra César, pois quem não quer acei­tar algo mais elevado e se satisfaz consigo mesmo, já alcançou o máximo grau da imaginação, não sendo ja­mais capaz de uma elevação mais efetiva.

Egoísmo, amor-próprio, convencimento de sua própria grandeza e sabedoria — portanto um verdadeiro estoicis­mo na acepção da palavra e do sentido — são os verda­deiros ácidos corrosivos para o espírito. Quando este for en­venenado, dificilmente poderá discernir a diferença entre os deveres de um homem justo para Deus e para César. Por este motivo, o que aqui vai ser dito só se dirige àque­les que procuram sem encontrar, porque são perturbados por certos fogos fátuos. Para apagar-se tais enganos, será demonstrada a diferença entre o dever a Deus e a César, e o que o homem deve a um e a outro. Vamos, pois:

O homem consiste de espírito, alma e temporaria­mente de um corpo material. A alma é o próprio homem entre espírito e corpo, e tem que cuidar do seu intelecto e razão também para o espírito e o próprio corpo. O que necessitam o espírito e o corpo? Isto já vos foi dito várias vezes e seria uma fútil repetição; portanto, vamos apenas ao que interessa.

Dai ao espírito o que é puramente espiritual e ao corpo o que é material, dentro da ordem, a fim de que o espírito não venha a sofrer carência.

Quem não seria capaz de, num relance, perceber que tudo que parte do espírito — como a Palavra de Deus, a fé, o amor, a confiança firme em Mim, o Senhor — é puramente espiritual, portanto pertence ao espírito?

Quanto ao alimento, vestimenta, habitação, artes e ofícios que usais para a subsistência, pertencem ao corpo, de maneira a torná-lo capaz de viver, usando-os em sua justa medida.

Nesta situação, Deus e César estão lado a lado. Cada um de vós pode ver facilmente o que ele deve como homem psíquico a um e a outro. Mas, como ambos os deveres se relacionam em uma mesma pessoa, eles também se re­ferem num sentido mais amplo entre Eu — Deus, o Se­nhor — e um regente do mundo, que é apenas empossado, recebendo de Mim poder e força, suave ou amargo, segun­do a necessidade das criaturas boas ou más. Tal regente é e sempre será um açoite em Minha Mão, e cada criatu­ra lhe deve aquilo que, pela ordem, deve ao seu corpo. Mas o que ela deve ao espírito não tem influência no regente, pois quando este ultrapassa seus limites de exigência fa­cilmente encontrará seu julgamento inconfundível.

Caso um monarca, pela força física, procure algemar o espírito do homem, querendo prescrever-lhe coisas da matéria que este deve a Mim, o homem obedeça ao re­gente para não aborrecê-lo. Mas, no coração, ele não deve se prender a isto, e sim dar a Mim em Espírito e Verdade o que Me compete, e Eu hei de encontrar o meio seguro para conduzir o regente como ele merece, devido ao seu abuso do poder.

Nenhum súdito deve julgar o regente, pois que isto compete unicamente a Mim. Mas tudo aquilo que alguém puder fazer de bom coração ao regente, que o faça, e reze constantemente por aquele que foi colocado numa posição muito elevada. Deste modo ele dará a César o que é de César, e em tal amor ao próximo também dá a Deus o que é de Deus. O que está acima ou abaixo disto é pecado. Quem, por questões mundanas, adora o Imperador, fazen­do dele uma verdadeira idolatria, peca, pois dá ao Im­perador o que compete a Deus. Mas, quem não dá a ele o devido respeito e o serve infielmente, desobedecendo a compromissos para com ele através de caminhos dissolu-tos, também peca, esse parece com alguém que age com seu corpo com pensamentos suicidas. Ao passo que quem dá demais ao Imperador se parece com alguém que dá tudo ao corpo devido àquela exigência. Neste caso, tanto um quanto outro são pecadores.

Por esta mensagem, qualquer um de vós poderá com­preender o que deve a Deus e a César, e qual a diferença entre esses deveres principais de cada criatura, que se encontram justamente nas duas Leis de Amor.

Uma vez entendido isto, agi de acordo com o Evan­gelho, para viverdes eternamente felizes.

"SEREIS MEUS AMIGOS SE FIZERDES O QUE VOS MANDO!"

(João 15, 14.)

Meus filhos,

Estas palavras servem especialmente para vós, pois é uma condição que vos dá o direito de permanecerdes ao Meu lado. Somente pela ação sereis conduzidos para Mim; porque o Amor é uma dádiva Minha, e é por ele que pode­reis chegar à perfeição.

Quando, por exemplo, deveis manifestar o amor a uma pessoa ingrata, imediatamente sentireis uma re­pugnância. É então chegado o momento em que deveis

tentar vosso amor, para que ele possa sobrepujar a

•são; portanto, está na prática do amor a possibilida­de de aumentá-lo, pela paciência.

Tendes igualmente na ação o meio de aplicar o vosso amor para Comigo. Muitas vezes uma alma se julga muito boa e religiosa quando se enche de bons propósitos, jul­gando desta maneira ter-se unido a Mim.

Não deixa de ser um bom propósito; mas, se não surgir a ação, a alma não reconhecerá sua fraqueza, por­que entre o propósito e a execução existe uma grande di­ferença!

Imaginai o que seria da Minha Divindade se Eu não tivesse realizado os mais elevados ideais do Meu Amor! O que seria da felicidade das Minhas criaturas se esta felicidade fosse apenas um idea1? A maior felicidade consis­te na ação pelo amor! É ele que une a todos, como podeis verificar diariamente.

É comum, entre amigos, a expressão de seu amor recíproco, mas, se este não for provado numa atitude sin­cera, pode até acontecer que ele seja levado pelo vento, fazendo com que se possa ouvir calúnias referentes ao amigo sem tomar a sua defesa.

Por isto Eu disse: "Agi de acordo com o Meu Verbo e não sede apenas leitores e ouvintes, a fim de que não vos enganeis a vós próprios! Não que isto seja um tributo pela obediência, mas sim, porque a execução faz parte do amcr e é justamente ela que contém vida, tanto que não poderá ser separada do amor.

Tendes todos os atributos divinos dentro de vós; o ideal, o intelecto e o amor são as molas para a prática de boas ações. Qual seria, pois, a utilidade de uma mola, mesmo posta em movimento diariamente, se não conseguisse o seu fito para o qual fora destinada? Ou por outra: Qual o valor do amor dentro de vós, se não o aplicais ao vosso próximo?!

Portanto, reconhecei cada vez mais o que é o amor, esforçando-vos sempre em aperfeiçoá-lo, para que se possa aplicar em vós as Minhas Palavras: Pelo vosso amor se reconhecerá se sois Meus verdadeiros discípulos, porque o amor tem que ser aplicado dentro da Minha Ordem antes que o Amor Eterno possa estender-vos a Mão!"

O Amor do Pai quer filhos na ação e na verdade!

O ZELO PELO BOM CONVÍVIO

"Mas aquele que vos satisfaz com um copo d'água em Meu Nome. porquanto pertenceis ao Cristo, em verdade vos digo que não o terá feito em vão. E se alguém fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em Mim, seria preferível que se lhe pendurasse uma pedra no pescoço e que se atirasse no fundo do Mar."

Também neste capítulo há algo contido que vos per­mite uma visão do ponto de vista espiritual de Meus dis­cípulos, que se repete hoje com os Meus seguidores.

Eu perguntei aos discípulos: "De que estais tratan­do? Qual é o assunto?" — e todos silenciaram, pois a ca­minho haviam discutido quem dentre eles era o maior. Isto acontece também entre aqueles que pretendem agra­dar-Me, olhando seu próximo para ver se ele é melhor e, na percepção de uma fraqueza nele, sentem mais agra­do consigo mesmos do que em Mim, porque aumentaram seu amor-próprio. Por este motivo Eu levava uma criança no meio dos discípulos. Como a criança sabe que ainda tem muito que aprender e deixa-se guiar, os Meus filhos também devem sentir ou confessar que muita coisa ne­cessitam aceitar em várias situações, como conselhos e en­sinamentos de seus irmãos.

Reparto Meu Dom entre muitos. A um dou tal força; ao outro uma outra, para que o amor tenha oportunidade de se provar reciprocamente, podendo um membro da sociedade servir ao próximo, assim como os membros de um corpo. Mas o serviço prestado em conselhos e adver­tências é geralmente rejeitado pelo amor-próprio e provoca aborrecimento recíproco.

Por este motivo, Eu abençoo tal acontecimento e sou obrigado a exigir de ambas as partes, em Meu Nome, de que aquele que aconselha se prontifique a fazê-lo pelo Amor Divino, e o outro que necessita do mesmo receba-o com amor e não o rejeite até que o tenha seriamente analisado.

Eu necessito de tais trocas entre os membros de um grupo, porque honro a vontade livre em vez de forçá-la por Minhas Próprias Palavras. Exercitai-vos também neste ponto, que necessita de uma grande renúncia, até que o amor-próprio reacionário seja morto para aprenderdes a vos unir para um só corpo, do qual Eu Mesmo quero par­ticipar como Cabeça. Amém.

VENDE TUDO QUE TENS E DÁ AOS POBRES;

ASSIM TERÁS UM TESOURO NO CÉU.

E DEPOIS ME SEGUE!"

(Lucas, 18, 22)

Muitos já leram este versículo, mas poucos — ou ne­nhum — entenderam o que quer dizer o sentido deste pronunciamento. A fim de que vós e outros recebais a ex­plicação certa, provarei que também as partes mais fá­ceis da Bíblia aparentemente muito claras e compreensi­vas, ainda contêm um outro sentido que ultrapassa a es­fera material, pois só têm sentido espiritual.

Já deveis ter percebido que justamente em atitudes Minhas havia um conteúdo muito oculto. Provas disto se encontram justamente nas Prédicas. Se, portanto, nessas ações de sentido natural se oculta tanto assunto espiri­tual, podeis imaginar que numa expressão de Minha Boca haja assunto muito profundo que servirá à Humanidade e ao futuro reino espiritual como marco de Minha Hu­mildade, a fim de animá-los a Me acompanharem. Muitos estudiosos bíblicos fizeram todo o esforço para decifrar o sentido mais profundo dos pronunciamentos, mas homens só podem decifrar coisas humanas e não espirituais. So­mente quando a alma está espiritualizada, já pertencendo antes à sua pátria eterna, poderá decifrar o cerne da casca. Chegamos à conclusão que o espírito tem que ser renascido na alma, acima da natureza e do raciocínio hu­manos, para então se desenvolverem as asas do Espírito de Deus dentro do homem. Aí então ele entende dentro desta Luz a única verdade, quer dizer, a sua anterior treva; então ele compreende como era ignorante.

Sendo o processo do renascimento também não muito fácil, mormente nos pretensos doutos, suas explicações, deduções e compreensões são erradas e muitas vezes até opostas àquilo que Eu dizia e fazia.

Eis, pois, aqui a explicação de Lucas. Era a resposta que Eu dei ao capitão, um homem rico que Me pergun­tou: "Como poderei conseguir a vida eterna?" E Eu res­pondi: "Vende tudo que tens e dá aos pobres; assim terás um tesouro no Céu. Então vem e Me segue — só então!"

Bem, aparentemente tudo parece fácil. Em todas as épocas os Meus seguidores acreditavam entender esta frase determinando de se desfazerem de todo o supérfluo, fechando-se em claustros ou vivendo como eremitas, pen­sando que com isto seguiam ao Meu texto. Inclusive o sexo feminino não ficava atrás, achando que ao menos os fundadores de tais Institutos escapavam a esta espécie de domínio do mundo e de suas tentações. Fundavam-se ordens religiosas, com rigorosas regras, inventavam-se di­versos meios de mortificação a fim de matar todas as pai­xões humanas e conservar o espírito mais livre. E qual foi o resultado disto? Justamente o contrário do que se dese­java. Em vez de se libertarem dos laços, eles se emaranha­vam cada vez mais no reino das suas próprias paixões bai­xas e praticavam-se — até hoje — crimes e vícios sob o manto da beatitude, dos quais o mundo, se os conhecesse, haveria de tremer de pavor. E por que esses resultados, ape­sar de tanto esforço? Justamente porque os Meus seguidores tomavam Minhas Palavras literalmente, não encontrando a explicação espiritual porque não tinham capacidade de visão espiritual.

Quando Eu disse ao capitão: "Vende tudo e Me segue!" — ele aceitou aquilo literalmente. Naquele tempo ele tinha razão de fazer assim, como Eu lhe aconselhei, pois lá Eu Me encontrava Presente em Pessoa, ao Qual ele podia seguir. E, além disto, o destino de Meus segui­dores Me era muito conhecido, muitas vezes melhor do que a eles mesmos, onde a riqueza não era uma coisa confortável e sim um impedimento para suas ações. Pois eles eram obrigados a pregar contra os erros dos ricos; e como poderiam eles mesmos — ricos — ensinar outros sobre aquilo a que eles mesmos estavam presos?

Também afirmei naquela época: "Se teu olho te aborrece, arranca-o! E se tua mão comete uma ação mal­dosa, decepa-a!". Por que ninguém tomou essas Palavras literalmente e sim procurava apenas a dedução espiritual? Porque ambos os conceitos eram dolorosos para o corpo. Se eles, nestas últimas palavras, tão facilmente podiam descobrir o seu sentido, deveriam ter aplicado o mesmo cri­tério também em muitos outros exemplos. Até mesmo os Meus discípulos não estavam isentos de erros, como mui­tas vezes Eu deixava transparecer a fim de que não caíssem em deduções falsas e em ideias erróneas.

O próprio capitão Me respondeu que ele seguia desde a infância os Dez Mandamentos e é compreensível, se­gundo seu sentido, que a balança não era tão sensível e muita coisa podia escapar de seu peso, quando inclinações e paixões de natureza humana os prendiam; como hoje em dia milhares de pessoas acham que, seguindo as Leis do Estado, também já estão justificadas como correias, sem saberem quantos pecados podem praticar espiritual e fisicamente.

Minha resposta ao capitão queria dizer naquela época: Desfaz-te de tudo que agrada à tua natureza. Dá aos teus irmãos todo o teu amor ao próximo, e só então poderás meditar e seguir Minhas Pegadas, primeiro como aluno Meu e posteriormente como professor de outros. Eis o sentido deste versículo até hoje para todo o mundo por­que, se não Me podeis seguir pessoalmente como ele — mas sois obrigados a aceitar Minha Doutrina como sendo Minha Pessoa — logicamente o sentido espiritual é o se­guinte: Despi vosso antigo Adão! Não deis aos bens terre­nos maior valor do que eles possuem. Segui Minha Lei do amor ao próximo, considerando toda criatura como irmão, ajudando-a e amparando-a segundo vossas forças, e assim chegareis pelo amor ao próximo ao amor de Deus, preen­chendo com isto os Meus dois grandes Mandamentos como um Mandamento principal. Eis o sentido desse conselho amigo que dei ao capitão e também hoje passo para vós.

Minhas palavras queriam dizer o seguinte: Abstém-te de tudo que possa impedir que evoluas. Desfaz-te de toda pressão material, para que se Eu te der — para fins me­lhores — alguns milhões, não venhas a sentir aquele peso e sim apenas um meio para ajudar a teus irmãos. O des­prendimento, ou a venda, a doação a outros, só quer dizer que tens que te vencer primeiro, antes que possas pensar numa vitória sobre outros. Eis o porquê da expressão: Afasta teus olhos de coisas que podem ferir tua dignidade humana, e afasta tua mão para que ela não cometa ações das quais serias obrigado a te envergonhar.

Vencei vossa natureza humana para que possa surgir a espiritual. Só deste modo podeis Me seguir, só deste modo vossa vida tem uma finalidate e só assim todos os acontecimentos da vida terão o seu verdadeiro valor, con­ceito e julgamento para o progresso espiritual, para vós.

Enquanto não fordes senhores sobre vossas paixões: mas são elas a vos regerem, enquanto ainda estais de posse de coisas que vos prejudicam, deveis vos afastar de tudo que impede a imitação de Minha Doutrina. Então tereis vos desfeito de tudo, Vendido tudo e não tendes mais nada do que o amor para Mim e o próximo, podendo deste modo agir satisfatoriamente sobre vosso irmão; e não como o capitão, que se levantou tristemente da mesa do pão es­piritual. Dessa maneira deve ser entendido esse versículo.

Naquela época, para Me imitarem, eram feitos muitos sacrifícios pessoais que hoje em dia se transformaram em regras de abstinência espiritual. Eu — como Pessoa — vivia entre os apóstolos e discípulos como uma forte atração e uma grande alavanca para todos, o que hoje em dia vos falta. Lá eles viam o que hoje vós tendes que acredi­tar e sentir. Eis a diferença de lá para cá. Lá Eu era Doutrinador da Humanidade. Eu vim ao mundo para todos e Meus seguidores tinham que pertencer a toda a Humanidade, e todos os países deviam ouvir Minha Pala­vra — razão por que a propriedade material se teria trans­formado em peso para eles.

Deveis ensinar somente um pequeno grupo, principal­mente àqueles que Eu vos envio. Estes são os pobres aos quais deveis dar tudo que tendes em grande quantidade, e com estes pobres de espírito dividi o vosso tesouro es­piritual, confortando, consolando, e assim também sereis apóstolos espirituais como antigamente os Meus adeptos, que eram apenas disseminadores de assuntos espirituais porque não estavam presos aos bens mundanos e, ainda que os tivessem, não lhes dariam valor.

Em cada época e sob todas as circunstâncias os meios e os caminhos para seguir Minhas Palavras e Minhas Leis têm que se modificar. E quando chegardes no Além, o apostolado, o professorado não terminará; apenas a es­pécie de doação de tudo que tendes será diferente, mas leva à mesma meta. Por esta razão, Minhas Palavras são sem­pre as mesmas, provocando sempre o mesmo e levando para a mesma finalidade.

Existe apenas uma Verdade e esta foi dada aos pa­triarcas (vide A CRIAÇÃO DE DEUS) e mais tarde aos israelitas e à própria Humanidade através de Minha Pre­sença Pessoal mais eficiente, e agora como comunicação direta dada a vós de milhares de formas. E esta Verdade se chamará eternamente: Tratai de vos tornardes Meus filhos, evitando todo o mundanismo que Eu Mesmo depo­sitei em torno de vós. Aprendei a lhe dar o verdadeiro nome, não dando maior valor a coisas que são tão supér­fluas, como presentes e outros objetos.

Se no mundo espiritual ou material não existisse luta, não haveria vida. A vida se condiciona justamente numa luta entre dois fatores: vida e morte, luz e treva, calor e frio, espírito e matéria. Sem estes opostos, não haveria mundo material nem finalidade espiritual. Somente pelo enquadramento do espírito dentro da matéria, e pela tendência da libertação do espírito dos laços materiais, surge aquilo que vós chamais de vida, que condiciona a sequência da mesma; portanto, jamais pode terminar, pois o estacionar é morte, e o que foi criado por Mim — o Eternamente Vivo — desconhece a morte. Devem, portan­to, existir dois fatores opostos que incitem o espírito ao progresso, a fim de que ele mesmo se desfaça de tudo que o impede de agir e — tendo em vista a sua origem — co­mece a subir e evoluir cada vez mais, sabendo por que ele foi criado e qual sua finalidade.

A razão da palavra é justamente o sentido espiritual, pois sem ele a palavra seria um eco sem volta e sem fina­lidade. E justamente como a casca encobre o fruto e o oculta, protegendo o de todas as influências externas, re­pousa na palavra o espírito oculto, que naturalmente só pode ser entendido pelo próprio espírito. Enquanto Minhas Palavras não forem lidas espiritualmente, só podem ser mal entendidas e mal interpretadas, razão por que surgem controvérsias como as vedes no mundo.

"Muitos são chamados, mas poucos são escolhidos!" — também prova que Eu dei Minha Palavra a muitos, somente poucos A entenderam; e justamente esses poucos têm então a responsabilidade vital de conduzirem os muitos pelo justo caminho, para que entendam o que até então era lacrado com sete chaves.

Deste modo quero fazer-vos entender a Escritura, a fim de que também vós estejais em condições, com o tempo, de descobrir a semente; ou seja, que o espírito e a Minha Linguagem daquele tempo sejam transferidos de um modo profundo em vosso idioma. Por enquanto, muita coisa ainda se encontra oculta numa nebulosa mun­dana que tem de ser levantada a fim de que o Meu Sol Espiritual penetre vossa alma, iluminando todcs os recin­tos, sem deixar uma só manchinha. Só então sereis capa­zes de seguir, como Meus atuais apóstolos, as pegadas dos do Meu tempo. Antes que isto tudo aconteça, também vós — como o capitão — deveis vos afastar de tudo que tem um valor imaginário, aproveitando apenas o sentido espi­ritual em vez do valor mundano, porquanto aquele repou­sa nas Minhas Palavras e jamais passará, enquanto todo o resto só pode provocar um benefício passageiro.

Tornai-vos pobres de riquezas imaginárias e sede ricos em espírito. Então não sereis obrigados como o capitão, a vos afastardes com tristeza de Mim, mas seguireis ale- gremente Minhas Leis, como verdadeiros seguidores e filhos, razão por que criei tanto a vós, como a todos os seres que nos diversos mundos Me louvam e amam como seu Deus e Pai. Amém.

“ONDE COMPRAREMOS PÃO PARA LHES DAR DE COMER?”

(João, 6, 5)

Meus queridos filhos,

Embora Eu tivesse abençoado o pão de tal maneira Que suprisse a necessidade de todos, desejava. Que meus discípulos compartilhassem este ato de caridade com o próximo, porquanto é neste amor que a criatura se ache­ga a Mim. Tudo que fizerdes por amor reverterá em grandes benefícios espirituais. Mesmo se tiverdes apenas ingratidões a registrar, sabei que Eu vos recompensarei todo ato de caridade feito por amor a Mim.

Por isto, Eu quis incentivar Meus discípulos com a Minha pergunta acima, retardando Minha ajuda até que eles tivessem concluído o que Eu lhes havia ordenado. Re­ceberam Minha Bênção quando agiram pela fé e pelo amor, tanto que todo o povo se saciou e ainda sobrou muito do aparente pouco pão.

Vede, esta alimentação dos cinco mil apresenta uma correspondência para a vossa época, em que muitos pro­curam saciar sua alma; mas, como se encontram no deser­to (que representa o raciocínio lógico), não sabem como satisfazer esta fome.

Entre estes há muitos que desejam Me seguir, não se contentando com as atrações do mundo; é então che­gado o momento de perguntarmos: "Onde compraremos pão para lhes dar de comer?"

Esta Minha pergunta, repetida na época de hoje, é muito séria, porque exijo dos Meus seguidores uma fé muito maior a fim de Me ajudarem a saciar a fome dos irmãos, pois não têm o Meu Auxílio Pessoal como os dis­cípulos de outrora, que eram testemunhas da Minha Co­operação.

Em compensação, vós, atualmente, tendes os fatos his­tóricos do Meu Reino como prova, e sabeis que somente Minha Sabedoria e Onipotência podiam preservar este Reino contra tantos perseguidores e oponentes. Esta pre­servação, no entanto, é bem deficiente e Eu Me vejo obri­gado a demonstrar novamente o Meu Poder; mas é pre­ciso fazê-lo primeiro em almas isoladas que se firmaram na fé e no amor para Comigo e não esmoreceram com a visão do imenso trabalho a realizar com tão poucos cooperadores.

A fim de que — nos instantes de desalento — vos sintais mais animados com a vossa convocação, fitai a Natureza. Vede como às vezes uma única flor preenche todo o ar com o seu delicado perfume. Da mesma maneira, pode-se evitar o prejuízo de muitas com a ação de uma só pessoa; pois, sendo bem intencionada, se for necessá­rio abençoará uma grande multidão, se Eu lhe der o poder para isto.

Do mesmo modo, considero de grande valor uma pe­quena ação de caridade, e por ela muitos erros serão apa­gados, pois o espírito vos levará a esquecer uma série de coisas que poderiam trazer-vos aborrecimentos, ódio, in­veja e descontentamento. Esta libertação de sentimentos negativos é justamente a Bênção que Eu transmito àque­les que agem por amor.

Assim, estou sempre pronto para abençoar-vos inter­na e externamente. Quando noto uma vontade firme na criatura, Eu a ampararei com ambas as Mãos; mas é preciso que ela deixe por Minha conta os meios necessários para isto. No entanto, serão sempre para o seu próprio benefício.

Amém. Vosso Pai Jesus

ElS QUE TENHO O MEU JANTAR PREPARADO, OS MEUS BOIS CEVADOS E JÁ MORTOS E TUDO PRONTO. VINDE ÀS BODAS.

(Mateus, 22, 4)

Meus filhos,

Este capítulo se relaciona ao Meu atual desejo de fazer as bodas com a Humanidade, estando todos os pre­parativos materiais e espirituais terminados.

Os servos destinados a fazer o convite são igualmente as almas escolhidas, para que possam dar testemunho de Mim.

Do mesmo modo pelo qual o início do Meu Reino foi humilde e pequenino, a fim de que pudesse alcançar a grandiosidade, os Meus servos também irão aumentando, para que todos possam servir-Me, como testemunho de que o convite para o casamento foi feito por Mim; pois deveis saber que ele significa a decisão definitiva da alma de unir-se Comigo, mesmo que para isto seja necessária a renúncia completa.

Vossa experiência vos ensinará que muitos não ouvem Meu chamado, tornando os Meus esforços inúteis. Outros até se revoltam contra este convite do Pai, perseguindo os que Me procuram servir. Acontece até que nem procuram saber se estes apelos surgiram de Mim, pois se assim o fizessem, O Meu Espírito os auxiliaria, e eles estariam salvos.

Este é o motivo por que muitas vezes faço acompanhar a chamada por uma provação, porque aí a Minha Graça poderá manifestar-Se mais intensamente.

Portanto, Meus queridos, vós que vos sentis designados a trabalhar para o Meu Reino, não desanimeis quan­do o resultado do vosso esforço for nulo. Segui apenas o Meu Conselho ouvido em vosso coração, procurando de novo transmitir o Meu Evangelho, porque o Meu Amor não descansará até que todos se saciem na Minha mesa.

Ainda existem muitos no erro e sem fé, que devem ser trazidos até aqui. A seleção entre eles será efetuada por Mim; assim tereis feito o vosso dever e Eu vos darei a Bênção que o mundo não poderá vos tirar.

Trazei muitos dentro do vosso coração diante do Meu Trono, a fim de que Eu possa abençoá-los como Me pedis. Para este fim, aproveitai o dia de Pentecostes, em que o Meu Espírito transbordará sobre todos!

Amém. Vosso Pai Jesus.

O REINO DE DEUS NÃO É COMIDA E BEBIDA, MAS JUSTIÇA E PAZ, E ALEGRIA NO ESPÍRITO SANTO

(Romanos 14, 17)

Meus filhos,

Sendo hoje o dia em que os protestantes celebram a festa da Reforma, que foi feita por Lutero em 31 de ou­tubro de 1517, quero assinalar-vos a divergência entre a fé da Minha Igreja ou dos Meus seguidores, e a atual. Esta fé era testemunhada por eles por uma grande ve­neração e pela aceitação de elevados sacrifícios, que eram sempre de ordem material. Não havia luta interior contra o pecado; pelo contrário, este era muitas vezes favorecido por diversas maneiras.

Aquele que por acaso tivesse grandes posses para ofer­tar era tentado, pelo amor-próprio, em querer sobrepor-se ao seu próximo. Entretanto, estas oferendas ainda representavam o culto que se rendia a Mim, ao passo que hoje em dia a maioria se esquiva até deste meio de união Co­migo, a fim de poder levar uma vida egoística.

Estas criaturas Me aceitam apenas como reconciliador que deverá expiar por eles o castigo pelo pecado, sem con­dições de conduta para eles, tanto que Me apresentam — que sou Deus de Justiça — o recibo que lhes dá o direito de participarem das alegrias no Céu.

A fraude nesta atitude é facilmente descoberta, pois no Evangelho se lê: "O Reino de Deus não é comida e bebida, mas justiça e alegria no Espírito Santo!" Se o homem pensasse mais sobre as alegrias do Céu, chegaria à conclusão de que muitas vezes as rejeita com petulân­cia, almejando o poder e o domínio, de sorte que se afasta cada vez mais do amor ao próximo, que é a lei principal no Céu.

Atualmente só se acredita que o Céu nos será presen­teado no Além, pois a exigência de consegui-lo pelas boas ações ao próximo é muito incômoda. Mesmo naqueles que Me procuram, e em parte já Me encontraram, a aplicação do amor ao próximo é muito deficiente; tanto que não posso efetuar um reino modelo. Preciso preparar um por um, purificando-os pelo sofrimento, e assim admiti-los na grande obra de salvação, pois a fome e a sede são estimula­das pelo espírito de misericórdia.

Por isto, Meus filhos, não vos desculpeis com a vossa fraqueza, mas contai como Meu Poder! Como a meta final vos parece muito distante, não quereis sequer dar os primeiros passos e esperais parados, pensando alcançar assim a vossa felicidade. Como sois tolos! Mereceis mais com­paixão do que aqueles que desconhecem o Meu Reino, pois vos afligis nesta conquista com a perspectiva da magni­tude do Céu. Sois lutadores vacilantes e o adversário do Meu Reino se ri de vós!

Sempre ajudei os representantes da fé quando se tratava de positivar uma verdade para o seu próximo. Vede Lutero, como teve provas do Meu Amor e Onipotência à medida que produzisse uma bênção espiritual para os seus partidários! Eu dispenso preparativos externos quando quero estabelecer Meu Reino, tanto que não vos dou uma direção externa, pois necessito apenas de cora­ções acessíveis.

Cada alma tem que dar o seu quinhão para a constru­ção da grande obra. Cada um tem que examinar sincera­mente a opinião do próximo dentro do verdadeiro amor

para Mim, e assim sereis fortes na união e na paz, o que representa a pedra fundamental desta obra, para a qual vos fornecerei muito material!

Portanto, reformai — não a Igreja — e sim vossos corações, para que se faça a construção da Igreja invisível!

Amém. Vosso Pai Jesus

FRAQUEZAS

(Mateus 16, 16-23)

Eis que Pedro respondeu: "Tu és Cristo, o Filho de Deus Vivo!" — e Jesus respondeu: "Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque isto não te foi revelado pela mente e sim pelo Meu Pai no Céu!"

Pedro foi um apóstolo que Me amava com toda dedi­cação e também era sincero Comigo e com seu semelhan­te; mas era muitas vezes raivoso e com isto pisava aquilo que prometia desabrochar numa flor cheia de esperança. Por isto Eu tive que conduzi-lo com muita paciência e esta Graça provocara nele um sentimento de gratidão que o ligava ainda mais a Mim. Assim como Eu penetrava seu íntimo, seu grande amor para Comigo ajudava-o a Me reconhecer como o Verdadeiro Filho de Deus.

Desta forma, existem muitas almas que na consciên-cia de sua fraqueza se dirigem infantilmente a Mim para que Eu as ajude. Entretanto, sempre se deixam envolver por suas paixões. São difíceis de educar e Eu me vejo obrigado a fazê-las passar por muitas humilhações para torná-las mais atentas.

A consciência de que através de seu amor para Comigo estão unidas a Mim as torna muito seguras, de sorte que não reconhecem o erro que as ameaça, porque Eu as faço sentir o Meu Amor. Pois, muito embora Me apiade delas, Eu as amo, porque somente o amor de Meus filhos Me faz Feliz. Sou então obrigado a usar de meios para liber­tá-las de seus erros, fazendo com que venham à tona

através de muitos acontecimentos. Isso acontecendo, elas mesmas Me procuram e pedem socorro em sua fraqueja, o que as faz compreender que sem Mim nada poderão fazer para sua salvação, pois seu estado ainda é deficiente.

O mesmo aconteceu, com Pedro, cheio de zelo para Comigo, mas muitas vezes por uma única palavra agia contra Minha Vontade, como se vê neste capítulo. Ele queria Me aconselhar quando Eu falava do Meu sofrimen­to com os apóstolos, dizendo: "Senhor, cuida que isto não aconteça!" — e Eu Me via obrigado a agir com muito rigor nestas controvérsias.

Eis aqui a educação de Pedro, como um quadro para a educação dos Meus seguidores. Sempre se torna necessá­rio cuidar deles através de chamadas e humilhações para amor de uma alma para Comigo, tanto maior é o perigo de sua autoconfiança, não percebendo quantas paixões ainda carrega que facilmente poderiam provocar quedas onde Eu naturalmente ajudo; entretanto, poderiam ter sido evitadas pela vigilância. Em tais ocasiões Eu costumo retirar o Meu Amor, como disse a Pedro: "Afasta-te, Sa­tanás! Tu Me aborreces, porquanto julgas divino aquilo que é humano!"

Muitas vezes trata-se de motivações racionais que afastam uma alma para atalhos que somente são reconhe­cidos pelas consequências, e se nota então o Meu descontentamento.

Por isto, se alguém quiser Me seguir, que renuncie a si mesmo, duvide de sua própria força e tome diaria­mente a cruz nos seus ombros e Me acompanhe. Quem quiser conservar sua vida a perderá, mas quem perder sua vida por Minha causa, há de encontrá-la!

NÃO NOS INDUZAS À TENTAÇÃO!"

(Mateus, 6, 13)

Meus filhos,

Sempre que orardes, eleveis observar se fazeis isto sinceramente, com o vosso coração. Do contrário, esta oração se torna um horror para Mim, mormente em se tratando daquela que Eu vos ensinei — o Pai Nosso — que contém tudo de que necessitais. E se vos quereis tor­nar Meus filhos, as Minhas Palavras: "Não nos induzas à tentação!" deverão ser de grande importância para vós. Refleti, antes de mais nada, de que maneira pode surgir uma tentação!

Podereis, por exemplo, numa grande pobreza, cair na tentação de lamúrias e queixas, porquanto julgais que, como filhos de um Pai rico, deveríeis também ser contemplados externamente com maiores dádivas, a fim de que o vosso próximo percebesse que sois privilegiados.

Que enorme tentação contém este desejo e quão longe ele vos afasta de Mim! Muitas vezes sois ingratos pela conduta que Eu vos dedico, pois conheço vossas fraquezas melhor do que vós mesmos e sei o que vos é necessário para que elas não vos sobrepujem.

Por isto, não deveis pedir o bem-estar quando pobres, mas sim, considerar que o Meu Amor assim julga neces­sário para vós. Pobreza externa já levou muitos à abas­tança espiritual, enquanto a riqueza material, na maior parte, é um empecilho para o crescimento do espírito.

Eis a razão por que deixo que os Meus filhos passem por ambas as fases, a fim de não poderem se desculpar de que Eu lhes proporciono condições de vida impróprias para o seu desenvolvimento espiritual. Portanto, sede cal­mos, pois cada um recebe aquilo que o levará seguramen­te à meta final.

Quantas ingratidões tive de suportar quando Eu, de acordo com o pedido feito, mudava de maneira milagrosa a situação de vida de tais criaturas queixosas, enquanto sabia que elas não a suportariam; e depois Me via obriga­do a agir com severidade para reconduzi-las ao bom ca­minho.

Por isto, podeis dizer após uma introspecção: "Não nos induzas à tentação de queixar-nos das Tuas sábias deter­minações, que estão sempre de acordo com as nossas for­ças! E, se por acaso fraquejarmos, livra-nos do mal, mor­mente no sentido de não culparmos o próximo da desdita de nossa vida, e sim ficarmos também isentos desta tenta- cão, pela Tua Graça!"

A criatura é muito inclinada a culpar terceiros por suas quedas e insucessos, antes de um exame de consciên­cia; chegam mesmo a Me acusar — o Onisciente — em vez de se arrependerem de suas faltas. Não raro isto se dá com pessoas que julgam possuir um privilégio Comigo, pois se vangloriam de uma especial consideração de Minha parte, o que também às vezes acontece, não por mérito e sim porque ainda acolhem inimigos perigosos em seus corações. A educação de tais almas requer uma grande Paciência e Condescendência de Minha parte, pois Me de­sonram e abusam do Meu Amor.

Por isto Eu disse: Quando orardes, ide ao recôndito de vossos corações e vede o que lá se encontra, a fim de não cairdes na tentação de pedir desculpas pelos desejos e ten­dências impuros; mas, sim, pedi o auxílio para afastá-los. Só assim o vosso pedido: "Não nos induzas à tenta­ção!" será atendido por Mim!

Vosso Pai Jesus.

“ATÉ QUANDO QUEREIS DORMIR?”

(Mateus, 26)

Meus queridos filhos,

Como é sabido pelos que estudam os Evangelhos, Eu encontrei Meus discípulos dormindo por ocasião da nossa permanência no Jardim de Getsemani. Eles ignoravam a luta titânica que se passava no Meu íntimo, embora Me amassem muito e andassem tristes com Minha atitude e Minhas palestras.

Porém, eles não compreendiam a causa do Meu sofri­mento. As Minhas Palavras: "Quanto tempo quereis dor­mir? Não podeis vigiar uma hora Comigo?" — não deviam dar a impressão de que Eu os recriminava; mas o Meu Coração, devia renunciar ao aconchego d.os Meus discípulos resta hora amarga, procurava animá-los a uma reação! A sonolência deles nada mais era do que a in­fluência de Satanás em querer privar-Me deste afeto.

Como já vos disse muitas vezes, cada Palavra, cada Ato em Minha Vida contém um sentido espiritual. O mesmo se dá com a expressão acima, pois até hoje exis­tem poucos que desejam ligar-se a Mim numa palestra Pa­ternal, na qual lhes chamaria a atenção para a grande tribulação de que se acha possuído o mundo pelo fato dos homens Me relegarem para o último plano. O grande abis­mo que Eu desejava afastar — pela Minha Vinda na carne — torna-se cada vez maior pelo dogmatismo e a falsa in­terpretação de Minha Doutrina.

Mormente se procura isolar o amor ativo da fé, con-siderando-o dispensável, e a época que se denomina "o horror de devastação” chegou ao seu auge no coração dos homens.

Como tudo que é espiritual tem sua repercussão no campo material, vemos que atualmente as relações das criaturas entre si estão em completa desordem: a deca- dência dos matrimónios, da educação, dos empregados tanto como dos capitalistas, a falta de amor ao próximo em toda parte. Por isto, chegou o momento da Minha Vinda!

É preciso também que o príncipe das trevas se cien­tifique de que Eu pronuncio a Minha Palavra Poderosa: "Até aqui e nem mais um passo!" — para que se faça a ressurreição das almas. Mas, até lá, haverá muita luta, razão por que vos dirijo, Meus discípulos preparados, a pergunta: "Até quando quereis dormir?" — pois esperais, como eles outrora, um futuro melhor, em vez de marchar de mãos dadas Comigo para o campo de batalha.

Entretanto, não vos amedronteis com este convite, pois Eu também não quis que Meus discípulos lutassem externamente por Minha causa; até critiquei Pedro — a rocha de fé — que também lutou por Mim com violência e vingança, mas, quando foi preciso reconhecer-Me abertamente como Aquele que já vos deu tantas provas convincentes, preferiu negar-Me, com receio do menosprezo e do vexame.

No vosso caso, só precisais permanecer na confiança de que Eu vos darei, em tempo, a intuição e a ajuda. Por enquanto, deveis procurar fazer o bem ao próximo, no que consiste a maior felicidade!

Amém. Vosso Pai Jesus.

“O VOSSO CORAÇÃO NÃO SE AMEDRONTE. TENDE FÉ EM DEUS, QUE TEREIS FÉ EM MIM!”

(João, 14)

Meus filhos,

Como poderia Eu ser mais compreensível quando disse: "Deus e Eu somos Um!" — Portanto, se quereis ter a fé verdadeira, é necessário que reconheçais que Eu — Jesus — sou Deus.

Todas as outras compreensões que vos ensinam a bem-aventurança pela fé são empecilhos, porquanto so­mente o amor unido à fé vos incentivará à obediência ou

Foi justamente para despertar este amor no homem que Eu vim a esta Terra aceitando como Deus este invólu­cro material — o Meu Corpo — para ensinar à Humani­dade perdida o caminho que conduz a Mim. Vim como Irmão necessitado, porquanto era pobre e nasci num meio humilde, sendo que os Meus tutores viviam do seu traba­lho no qual Eu os ajudava quando Menino.

Vede! Escolhi justamente este ofício por causa dos pobres. Minha Sabedoria sabia que é mais fácil educar verdadeiros filhos para Mim pelo Meu exemplo de pobreza e humildade, do que se Eu fora representante da grande­za e da riqueza. Provei com isto, durante Minha doutrina­ção na Terra, que era mais fácil lidar com os pobres do que com os ricos que só Me procuram quando sentem que suas posses diminuem, reconhecendo a impossibilidade de se recuperarem.

É por isto que aquele que na sua riqueza não Me es­quece, nem aos Meus pobres irmãos na Terra, tem direito duplo ao Meu Amor e Eu o abençoarei física e espiritual­mente. Vede, desta maneira, tanto a riqueza como a po­breza representam provação. Em ambos os casos o Meu Amor e Minha Sabedoria são idênticos, e tanto num como no outro podeis encontrar o caminho que conduz a Mim.

Isto prova que todos os homens recebem igualmente a Graça e é uma compreensão errónea, na qual se oculta o orgulho espiritual, quando pessoas desprovidas de bens materiais julgam muitas vezes que o rico possui mais, mas tem menos oportunidade de Me encontrar do que eles na sua pobreza. Eu vos digo: O rico possui mais orgulho ex­terior, que é menos prejudicial para ele do que o pobre, que possui uma_pretensão espiritual da sua cruz e da sua pobreza.

Minhas Palavras foram muitas vezes mal interpreta­das: "Aquele que o Senhor ama Ele castiga" — justa­mente quando a pessoa não sabe como interpretar a cruz que carrega.

Eu dedico o Meu Amor a toda a Humanidade, quer dizer, também àqueles que aparentemente não têm cruz a carregar, mas que no seu íntimo muito se preocupam com a Minha Pessoa. Também existem almas que, embora não tenham motivo exterior, sentem uma saudade do Pai e se tornam mais acessíveis ao Espírito Santo.

Eles Me procuram no silêncio, como fez Nicodemus quando veio a Mim. Eu não os deixo sem a Minha Bênção, seja aqui ou no Além.

E digo mais: "Na casa do Meu Pai existem muitas moradas!" Para cada um, de acordo com seu mérito; porém todos farão parte da Minha Obra, que é a verda­deira Igreja.

“TODO AQUELE, POIS, QUE ESCUTA ESTAS MINHAS PALAVRAS E AS PRATICA, ASSEMELHA-LO-EI AO HOMEM PRUDENTE QUE EDIFICOU SUA CASA SOBRE A ROCHA.”

Meus filhos:

No Sermão da Montanha vos dei todas as regras a seguir se quiserdes vos tornar Meus adeptos e filhos. Estas palavras contêm tudo que é necessário à vossa evolução espiritual.

No entanto, tais Leis diferem dos Dez Mandamentos, porquanto podem ser mais facilmente interpretadas de modo diferente. Por Isto Eu repeti estes Mandamentos da mesma forma que um pai falaria aos seus filhos, procuran­do através de exemplos facilitar a compreensão para eles O mesmo acontece quando um dos Meus filhos, reconhe­cendo sua fraqueza, verifica a grande diferença que exis­te entre a sua vontade e a Minha. Mas, enquanto uma alma Me julgar um Juiz implacável, cujas leis dificilmen­te poderá seguir, não poderei agir com o Meu Amor e ajudar esta alma na sua evolução.

Deveis vos compenetrar de que vossa evolução só se fará se cumprirdes as leis estipuladas no Sermão da Mon­tanha. Estas palavras foram ditadas com muito amor e com­paixão; não estava Eu pregando como no Monte Sinai — como Juiz — mas sim como um irmão enquanto na carne, embora a Minha própria Natureza Humana Se manifestas­se contra estas Leis.

Jamais tereis êxito se procurardes vencer a natureza humana com a própria natureza! É o espírito que deverá surgir, impondo limites às vossas tendências carnais, a fim de que possais ser auxiliados pelo Espírito Santo, que se dirigirá ao Pai com a seguinte prece: "Que a Tua Von-tade seja feita nos Céus assim como na Terra!"

A satisfação e a felicidade que a alma sente quando se aprofunda no Meu Ser Divino, louvando Meu Amor e Minha Misericórdia, deve ser também aplicada no mesmo sentido em coisas exteriores; o seu coração transborda: de alegria e ventura por poder perdoar, sofrer sem se queixar; confiar incondicionalmente e fazer o bem ao próximo — emanações estas do Amor santificado, somente conseguido pelo cumprimento das Minhas Palavras. E é por isto que estas almas, que procuram em todas as ocasiões cum­prir Minha Vontade, poderão ser comparadas ao homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha. Terão mo­tivo de exclamar como Paulo: "Quem nos separará do Amor de Cristo?!"

Paulo também lutou a fim de poder dar o testemunho do Meu Nome; mas, convicto da força interior que recebia do Meu Espírito Divino, facilmente pôde exclamar estas palavras e enfrentar com coragem aquilo que representava a última punhalada na sua vida terrena.

Portanto, edificai também vós a vossa casa sobre a base sólida do Amor Divino, para que as tormentas não vos amedrontem.

Vosso Pai Jesus.

“SIMON JONAS, TU ME AMAS?”

Se Eu por três vezes perguntei a Pedro se ele Me amava, haveis de compreender a grande importância dessa pergunta. Ela estimula à fé para a atitude amorosa, pois somente desta maneira pode existir a fé bem-aventurada. Assim como Pedro logo respondeu: "Senhor, Tu sabes de tudo, então também sabes que eu Te amo!" — assim fala a fé de hoje. Mas, se Eu dou o conselho ou a incumbência de cuidar de Minhas ovelhas, acontece que muitas vezes falta o verdadeiro amor. Eu não quero que a fé produza serviços para Mim, mas sim para os Meus, que Eu desejo saturar com o Verdadeiro Pão do Céu, e não quero forçar ninguém a tomar conta de Minhas ovelhas. Por isso repito: Tu Me amas? — e só em seguida respondo: — Então vai tomar conta das Minhas ovelhas!

O trabalho de apascentar as ovelhas tem que ser feito por amor, caso desejais conquistar alguma alma para Mim, razão por que também não dei outras condições a Pedro senão o amor a Mim, mas que só pode existir quan­do este está dentro da Ordem de Minha Vontade, e esta Ordem Divina se chama: amor ao próximo. Todas as ou­tras qualidades de amor que os homens desejam Me pro­var de uma ou outra maneira levam a enganos, como po­deis estar conscientes pela história da Igreja. Quantos sa­crifícios, quanto ouro e prata, quantas mortificações foram inventadas pela fé falsa, muito embora se fale: por amor e maior glória de Deus! E a consequência de tudo isso era o maior afastamento Dele!

Meus filhos: Justamente como Eu aplico o Meu Amor em vós silenciosamente e ocultamente, sem brilho porém com muita felicidade, também deveis agir como vosso Pai Sem fazer grande alarde, o amor deve ser efetuado pri­meiro num círculo menor e mais tarde em projeção maior. Se vos causa náuseas tratar este ou aquele homem ou es­pírito segundo Minha Vontade, lembrai-vos da pergunta que Eu fiz a Pedro: Tu me amas?

Por isto, se não fordes estimulados pelo amor, porque não entra na vossa concepção, deixai-vos mover por Mi­nhas Palavras: Tu Me amas? Somente onde a própria vontade ou o amor entra em campo, o Amor Divino come­ça a brilhar no coração e se prontifica para a salvação de outros, muito embora vós Me tivésseis dado a certeza que Me amais. Só quando tiverdes compreendido que deveis zelar pelas Minhas ovelhas, aceitando isto com amor. mesmo com grandes dificuldades, só então sabereis o pou­co e o quanto de amor tendes por Mim. Em tudo que fi­zerdes por Mim ou deixardes de fazer, ouvi a pergunta no vosso íntimo: Tu Me amas?

Por este motivo, não espereis uma incumbência à parte. É o amor incumbido de criar para o vosso semelhan­te um bom campo de ação. Como, quando e de que ma­neira, o amor descobrirá se Eu for o Regente do mesmo. Sede, portanto, também verdadeiros Pedros, porquanto a vós também Eu pergunto: Vós Me amais?

VIGIAI E ORAI, PORQUE NÃO SABEIS QUANDO CHEGARÁ O TEMPO!

(Marcus, 13, 33)

Meus filhos,

Estas palavras são hoje particularmente dirigidas para vós! Vigiai, porque sabeis que chegou o tempo em que Eu desejo vir a vós com todo o Meu Amor de Pai! Não só isso, como desejo também designar-vos para guar­das no Meu reino!

Portanto, não deixeis que o inimigo penetre vosso lar, mas sim, esforçai-vos em fechar as portas dos vossos cora­ções a fim de que ele não possa penetrá-los com seu séquito de iniquidades, com o que Me causaríeis uma grande derrota.

Chegou o momento em que podeis conseguir uma vi­tória para Mim na persistência da vossa conduta; por isto, reconhecei vosso dever como filhos Meus!

Vigiai — repito — e não vos julgueis inatingíveis por terdes progredido em noções_espirituais; este progresso faz parte da convocação que, por sua vez, é uma Graça re­cebida. A aceitação dela, porém, de acordo com Minha Von­tade, depende unicamente de vós!

Observai bem se realmente seguis os Meus Manda­mentos, se já se tornou um hábito para vós interpretar Minhas Palavras com o coração, ou se procurais cumprir vossos deveres para Comigo de uma maneira fútil, com justificações da vossa razão — enquanto vossa missão é coisa bem séria, mas que Eu não poderei alterar a fim de que possais obter a vitória.

Tanto que Eu não recomendo somente a vigilância, mas também a oração, quer dizer: resolvei os assuntos da vossa vida procurando o Meu conselho!

Eu nunca vos dou uma tarefa sem indicar o caminho certo! Quem, porém, se desviar dele será o único culpado quando se perder, não conseguindo chegar à meta final!

Para que seja possível um convívio mais íntimo entre Pai e filho, não basta apenas seguir os Mandamentos. Para tanto, faço com que Meus filhos se vejam em situa­ções tais que semente uma orientação da Minha parte po­derá trazer-lhes a solução exata.

Aquele que Me procurar numa confiança absoluta sentirá Meu Amor Paternal muito intensamente, propor­cionando-lhe a força necessária para levar a bom termo a obra que ele se sente intuído a fazer por amor a Mim, ou então que suporte com resignação a provação que lhe foi imposta por Mim! Tanto que Meus filhos não necessitam de grandes preparativos para Minha recepção, porque Eu estou com eles todos os dias, e o esplendor e a bem-aven-turança que Minha entrada no seu meio ocasiona lhes é mil vezes preferível do que se a Minha vinda fosse com posse e glória externa! Eles sabem perfeitamente quais são as Minhas dádivas e se regozijam com elas; mas, como o amor é a virtude mais sublime, eles se compenetram dela e desejam que também o próximo possa sentir esta feli­cidade na união Comigo. Se num momento assim excla­mais cheios de amor: “Venha., Jesus, venha a nós!” , Eu Me encaminharei para aqueles que o vosso coração Me entregou.

Desta maneira, sois os verdadeiros servos que Eu encontro acordados e aos quais entregarei os negócios do Meu reino! Achais, por acaso, que Minhas Palavras foram dadas para que ficassem sem uso durante milénios — fa­zendo dormir os homens até o dia da Minha aparição com pompa externa, acompanhada por raios e trovões contra aqueles que não Me reconhecessem — enquanto os Meus servos nada fizeram para Me reconhecer como Pai de Amor?!

Eu vos digo: Quero Me aproximar ameno, calmo, humilde e chejo de Amor, e todos que desejo visitar têm que se esforçar por essas qualidades; por isto: Vigiai e orai! Porque o tempo se torna cada vez mais sério, e com isto cresce o pavor nos povos, o que representa um prenúncio de Minha breve Chegada.

Tratai que vossos semelhantes possam reconhecer que sabeis erguer vossa cabeça através de uma força oculta, e o Amor vos oferecerá várias oportunidades para agirdes para Mim; pois tanto de manhã, como ao meio dia e à noite desejo vos ver acordados e ativos.

Amém.

PREPARAI-VOS, POIS ESTOU PRESTES A CHEGAR!

O capítulo 24 de Mateus contém um quadro verdadei­ro de Minha Vinda. Meus próprios apóstolos se ocupavam muito com Minha segunda Volta, razão porque lhes demonstrava os sinais externos para poderem organizar a Doutrina junto dos semelhantes. Minhas Palavras deve­riam servir de orientação para os seguidores a fim de que reconhecessem a época anunciada. Por este motivo exis­tem tantas referências neste capítulo, que em parte já se realizaram quando se trata de verificar e reanimar al­guns membros da Cristandade em Minha Doutrina, que em nenhum partido religioso pode sucumbir totalmente. Cada qual contém algumas verdades originais em seus conceitos.

Eis o motivo das lutas e guerras religiosas nas quais cada partido se apoia com maior confiança em seu verda­deiro Deus, e Eu também abençoo cada partido. Mas às vezes a derrota externa contém maior bênção do que a vi­tória, pois todo ímpeto está ligado à confiança em Mim.

Isto acontece a povos inteiros, como também a seitas isoladas, mas igualmente com cada alma que, não obstan­te seu fervor para Mim, tem que enfrentar uma derrota observando os conceitos falsos e a injustiça, quando então não se emprega mais o calor do amor.

Tão logo tais experiências vos atinjam, sabei que o tempo de Minha Vinda está se aproximando. Cuidai que vossa fuga não ocorra no inverno, isto é, não vos afasteis do mundo com frieza e desamor, mas fugi para junto de Meu Coração Paternal. Ele vos fortificará no amor, para receberdes vitória em vez de derrota, podendo enfrentar o próximo com amor e justiça em vez de desamor e injustiça. Lede este capítulo com Minha Bênção especial para saberdes qual o vosso preparo para Minha Chegada. Ana­lisai-vos se podeis resistir como bons e verdadeiros mor­domos na fé, no amor e na fidelidade, pois Eu costumo aparecer inesperadamente, sem que Meus filhos o perce­bam. Principalmente na época atual, em que é preciso ajuntar para o grande Dia e a procura de almas isoladas ocorre quando se anunciam grandes julgamentos, possam Meus filhos erguer suas cabeças na confiança de que tal dia é da Salvação e não do pavor. Meditai em cada ação sobre a seguinte pergunta: Como poderia resistir se hoje o Santo Pai me procurasse?

Diariamente pedis pela Minha Vinda! Mas não seria vosso desejo que ela se atrasasse mais um dia? Não prote-lais, por questões mundanas, os bons propósitos que pre-tendeis realizar por Mim?

Vós, que reconheceis Minha Vinda nas palavras acima, enfeitai-vos através de cada ação, carregando a bandeira da Cruz e aceitando tudo que Eu vos ordeno. Não me re­firo a atos isolados, mas aos Meus ditames na Bíblia, pro­curando cumpri-los. Cada um de vós tem que ser especial­mente guiado a fim de se tornar apto para a grande edi­ficação.

Amém.

"HOMENS DESMAIANDO DE TERROR, NA EXPECTATIVA DAS COISAS QUE SOBREVIRÃO AO MUNDO, PORQUE AS VIRTUDES DO CÉU SERÃO ABALADAS. ENTÃO VEREIS O FILHO DO HOMEM NUMA NUVEM, COM PODER E GRANDE GLÓRIA."

Tais palavras são pouco consideradas na época atual, pois são raras as pessoas que acreditam que o tempo che­gou em que se realizarão, e até Meus verdadeiros filhos ainda não se aperceberam que já estão vivendo dentro desse

A fé num aparecimento externo de Minha Pessoa, com brilho e pompa, está muito enraizada nos homens, porque grande parte do ofício religioso se baseia em cerimónias; de sorte que até mesmo almas bem intencionadas julgam ter feito o bastante através de grandes sacrifícios mate­riais. Com isto, se colocam acima de Mim, porque sou o recebedor e elas as doadoras. Com esta situação frente a Mim, é difícil evitar-se a arbitrariedade.

Meus Mandamentos perderam seu valor para tais pes­soas, que se satisfazem em cumprir as exigências externas da Igreja, e assim ficou abalada a base em que repousa a verdadeira felicidade ou bem-aventurança.

Por isto cumpriu-se o tempo de Minha grande Miseri­córdia e de novo visito Meus filhos com tesouros do Céu para enriquecê-los em verdades e conhecimentos, no que Meus anjos também colaboram.

Mas vede, "o Fi'ho do homem virá na nuvem", isto é — oculto. Assim como os raios solares são ofuscantes, porém mais benéficos se tornam quando iluminam atrás das nuvens, também agem Minhas Mensagens diretas de Verdades celestes. Entre Eu e Meus filhos existe uma nuvem, para evitar que a Chama de Meu Amor e a forte Luz de Minha Justiça venham torná-los incapazes de olhar-Me com confiança filial.

Muito embora tivessem recebido a verdadeira Glória através das Verdades reveladas, preciso é que descubram o seu real valor e considerem as diretrizes mais rigorosamente a fim de alcançarem seus benefícios. Isto feito, perceberão ser desnecessário aguardarem uma aparição externa, pois verão Minha Glória através de sua visão espiritual, parte integrante de todos os que prepararam seu coração como morada para Mim. Então poderão testemu­nhar de uma paz e bem-aventurança jamais trocadas pelas ricas posses.

Assim, sabeis que Minha Aparição já ocorreu, enquanto ainda é algo apavorante para muitos que se funda­mentaram em ensinos falsos. "Erguei vossas cabeças, pois vossa salvação está próxima!".

Amém.

A VOLTA DO SENHOR

Minha Vinda sobre a Terra deu-se numa época de completa desordem de pensamentos, numa época da maior inclemência e falta de fé, em suma — num momento em que a Humanidade se tinha afastado de Deus.

Eis que Eu vim à Terra Pessoalmente para socorrê-la em sua miséria espiritual. Não foi a dificuldade mundana de pessoas isoladas que Me levou a isto, mas sim, a neces­sidade espiritual, pois ela importaria na queda certa para toda a eternidade.

Como a palavra escrita não tinha efeito em seus co­rações, Eu lhes trouxe Pessoalmente o Verbo pela boca do Homem Jesus, no qual Eu tomara morada e falava deste modo por Ele, porquanto ninguém poderá alcançar a bem-aventurança sem o Meu Verbo.

Está se repetindo hoje o que se deu naquela época: existe a mesma grande penúria, um estado desesperador para a Humanidade se não for socorrida! Prevalece a falta de amor, a fé tornou-se estarrecida e a palavra escrita perdeu sua importância, porquanto não vivem dentro dela e não podem se libertar de sua penúria!

Por isto Eu vim novamente à Terra, em Espírito, entre as criaturas, conforme havia anunciado a Minha Per­manência com os Meus filhos até o Fim dos Tempos! Tra­go-lhes outra vez o Meu Verbo, falo com eles e os de boa vontade reconhecerão a Minha Palavra. Não haverá au­xílio melhor do que Eu falando de novo com eles. Para este fim sirvo-Me de uma criatura, pois só poderei falar por uma boca humana, a fim de não piorar o estado das almas, isto é, tirar-lhes a liberdade da fé, o que impediria toda melhora do seu estado espiritual.

Meu Verbo deve ser transmitido aos homens em toda a Sua Pureza, conforme emana de Mim, para que possa ter efeito sobre eles. E como Eu sou o Verbo em Pessoa, sou Eu Mesmo que Me aproximo de vós, descendo sobre vossa Terra para socorrer-vos e permanecer espiritual­mente em vosso meio.

Dirigindo-Me a vós, também vos cientifico da época em que ides enfrentar, pois quero que tenhais conhecimento da grande responsabilidade que vos cabe com relação às vossas almas.

Minha Presença é indestrutível para toda criatura pensante, pois quem Me reconhece e crê em Mim não poderá negar uma união entre o Criador e Sua criação. Ser-lhe-á, portanto, compreensível que Eu permaneça sempre com aqueles que não se opõem à Minha Presença, como tam­bém acreditará que Eu desejo prová-la pela Minha Palavra que emana diretamente de Mim. Pela Palayra estou Pre­sente entre vós e Ela representa a Minha Segunda Vinda, que predisse para antes do fim; portanto, podeis aguar-dar com certeza.

Fui Eu que vos dei os sinais que precedem este fim, e se cumpre tudo que foi anunciado por Mim em Palavras escrituras; pois Meu Verbo é Verdade e será Verdade para sempre!

Amém.

AS DIVERSAS CONCEPÇÕES SOBRE A VOLTA DO SENHOR

Atualmente existem divergências a respeito da Minha Volta. Muitos julgam — como antigamente os judeus — que Eu retornarei com brilho e posição externa. Isto acon­tece justamente porque as pessoas se tornaram muito ma­terialistas e só podem compreender algo que surja desta

Mesmo aqueles que Me confessam como seu Deus e Salvador ainda estão atrasados na concepção verdadeira de Minha Natureza. Isto porque, muito embora possuido­res da Bíblia, o verdadeiro sentido da mesma lhes foi tira­do pelos professores que durante a explicação encaixavam algo de sua própria autoria. Em vez de destruírem a casca com o martelo do amor, a fim de que a noz fosse preparada para os discípulos, eles destruíram a casca mas também a noz, através de muitos erros, o que naturalmente tornou o sabor da noz desagradável. Eles preferem deixar o fruto à parte, o que ainda é pior do que se tivessem guardado o fruto dentro da casca onde ficaria puro.

A fim de fazer com que esta noz volte a ser ativa com todo seu benefício, são necessárias grandes purificações, e este trabalho Eu Mesmo tenho que realizar, onde permi­to ajudantes caso Me peçam. Que este trabalho ocorre sem grande alarde podeis reconhecer observando a Mim e ao Meu Reino.

Hei de começar isoladamente, varrendo os detritos da falta de fé e da superstição que se infiltrou através de ensi­namentos errados, a fim de "lhes trazer a Verdade que surgiu de Mim Mesmo, mas até hoje só foi entregue aos homens de modo impuro. Para esta renovação escolhi novo o estado da humildade e da simplicidade, porque Mi sirvo novamente de um corpo humano e faculto Palavras diretas, porém de maneira diversa que anteriormente. Ei não ajo apenas através de uma pessoa, mas através di muitas escolhidas para tanto, e futuramente ainda 1 chamar outras, fazendo com que escrevam, através do Meu Espírito, Palavras que convidam ao Meu Convívio.

Agindo como Pai, permito o mesmo também aos Meus filhos no Além, dando-lhes a capacidade, através de Minha Graça, de contribuírem, por intermédio de pessoas atual-mente encarnadas, a uma purificação da Terra. Por este motivo, sucedem cá e lá muitas relações entre a Terra e o Céu como antes da queda no pecado. Mas, justamente por isto este caminho é de perigo maior para aqueles destina­dos para tanto, porque Satanás e seus asseclas querem fazer mau uso dos mesmos. Ele ataca tais médiuns com toda força e procura levá-los para o seu lado. Verdadeiras legiões são enviadas para tomá-los de posse e, como prín­cipe da mentira, ele promete atrações muito agradáveis, como sejam: profecias, dons milagrosos, posses, considera­ção e vários conhecimentos. Portanto, cuidado! Quem se deixar prender por tais atrações torna-se vítima deles e de seu espírito maldoso, em virtude da grande infiltração que os maus espíritos empregam sem piedade. Refletí, portanto, sobre o que quer dizer pegar o lápis que une a Terra com o Céu, e analisai-vos se realmente quereis estar do Meu lado. Se tiverdes tomado a livre decisão, Meu Poder e Força vos protegerão e sereis arrancados de Satanás, que talvez procure vos atacar. Havereis de sentir este Poder e Força quando vivereis com Meus anjos, contra os quais todo o poder diabólico é em vão; pois antes que as criaturas do mundo o percebam, Eu abrirei Minha Morada nos corações.

Eu venho como um ladrão durante a noite, não so­mente por Palavras externas que devem apenas preparar os corações, e sim pelo Meu Espírito; cada um ouvirá per­feitamente Minha Voz, caso tenha erguido Minha bandei­ra da Salvação.

Então também vós, que fostes dignos de serdes cha­mados a este caminho, precavei-vos, porquanto depende de ser para Mim ou contra Mim. Quem se colocar entre dois oponentes será vítima da queda. Querendo vida ou morte, basta tomar a decisão a quem quereis dar a vitó­ria: a Mim ou a Satanás!

E QUANDO O FILHO DO HOMEM VIER EM SUA GLÓRIA E TODOS OS SANTOS ANJOS COM ELE, ENTÃO SE ASSENTARÁ NO TRONO DA SUA GLÓRIA!

(Matheus, 25, 31). Meus filhos,

Este versículo se refere à Minha segunda vinda. Mui­tas pessoas não acreditam em Minha volta, porque lhes falta a compreensão exata sobre Minha Pessoa, tanto que Minha Presença não lhes é uma necessidade, mas sim, lhes causa pavor.

Eis a razão porque Me vejo obrigado a protelar Minha vinda. Este fato não teria o seu real valor, e seria, portanto, contra a Minha Ordem divina, se a fé não se tivesse en­raizado na Humanidade de que Eu, o Criador, desejo tra­var relações convosco de Pai para filho!

Eu venho apenas para satisfazer a saudade de Meus filhos que já se tornaram cientes do nosso parentesco es­piritual e, quanto mais se dedicarem à sua evolução, mais nitidamente sentem que a possível visão da Minha Pessoa não lhes traria tanta felicidade como a percepção íntima de que "o Pai está Presente entre nós!"

O que se passa numa criatura que sente o Meu acon­chego é coisa tão sutil que dificilmente poderá ser rela­tado! Porém, em todas as épocas escolhi criaturas que pudessem externar-se com mais facilidade a fim de que almas mais fracas sentissem algo desta Graça!

Sabeis que o povo de Israel recebeu os Mandamentos através dos profetas, sendo esta orientação conservada até o Meu Nascimento. Até que ponto Minha intenção de sal-var o povo eleito surtiu efeito, respeitando Eu o livre ar­bítrio dos judeus, podeis averiguar nas páginas da História.

Sei que neste ponto os Meus verdadeiros filhos che­gam a duvidar do Meu verdadeiro amor e Me perguntam: "Por que, Senhor, permitiste que tantos conhecimentos e ensinamentos da Tua Doutrina não fossem conservados para a nossa época?" E Eu vos respondo: "O que vos foi subtraído pela letra vos será restituído pelo espírito! Pres­tai ouvidos a ele, cheios de fé e confiança, e em breve re­conhecereis se esta percepção emana de Mim e vos une a Mim, ou vos afasta de Mim!"

Esta percepção espiritual será dada a muitos que Me procuram honestamente, porém temem seguir outra dire-ção que não seja aquela que os conduziu até então. São justamente estas almas humildes que Eu abençoarei de tal modo que reconhecerão Minha Voz, porque "os cordei­ros escutam a Minha Voz e Me reconhecem!". Vós, porém, que desejais fazer parte delas, seguí-as a fim de que mui­tas se animem pelo vosso exemplo!

Portanto, o momento da Minha Vinda já chegou! Apresentar-Me-ei no Meu esplendor e os Meus bem-aven-turados anjos tomarão parte naquele meio onde se acredita na Minha influência direta!

Assim como Eu, após Minha Ressurreição, fui pouco a pouco visitando todos os Meus seguidores, farei com que Eu seja visto por aqueles de corações amadurecidos!

Por isto, sede alertas e compenetrados neste momento, porque não sabeis quando Me apresento!

Acontece que Me aproximo das portas cerradas dos vossos corações a fim de penetrá-las, e felizes aqueles que Me recebem com alegria!

Amém. O Vosso Jesus.

O SANTO PAI E SEUS FILHOS

Hoje recebereis algo de Mim Mesmo, quer dizer, sobre a Minha Influência junto de Meus verdadeiros filhos. Eles Me procurando com seriedade, hei de Me aproximar deles cada vez mais através de uma percepção no coração, o que é possível quando tentam espiritualizar sua alma. Quanto mais ela aceita os Predicados divinos, tanto mais forte se torna o espírito, que se une a ela e participa na regên­cia sobre o corpo. Ele deve ser dominado pelo espírito. Isto ocorrendo, a criatura passa a viver espiritualmente, pela submissão de seu livre arbítrio à voz interna e vivendo se­gundo ela ordena.

Agora quero dar maior explicação a respeito da escrita mediúnica, o quanto ela é de grande perigo para vós.

Se não ocorre uma íntima união Comigo e vossa alma ainda é totalmente de natureza sensual e material, o espírito também ainda é fraco. Se, no entanto, emprestais Vosso organismo que pela sua consistência facilmente tam­bém pode ser dominado por outros espíritos — o vosso é repelido. Se isto acontece frequentemente, ele adoece, porque a substância da alma é gasta por outros espíritos que dela se apossam e de vosso corpo. O próprio eu é repe­lido, embora reaja, e tal reação se assemelha a um céu nublado no qual as nuvens às vezes são afugentadas e em seguida surge um pequeno raio de luz, mas logo obscurece.

Como precisamente pessoas de físico sensível se pres­tam para tal função, facilmente ocorre que os espíritos se apossam do mesmo. Eu o permito porque respeito o livre arbítrio de criaturas e espíritos. Todavia, Me entristeço como Pai, por ter poucos que desejam escrever apenas em Minha Honra. Curiosidade muitas vezes inocente e de tendência dominadora é geralmente o motivo para tal em­preendimento, quando então se aproximam espíritos infe­riores que se adaptam a tal esfera, provocando infortúnio.

São poucos aqueles que desejam entrar em contato Comigo, pela escrita mediúnica, que também tenho de prevenir antes por vários meios e estimular sua vigilân­cia para chegarem à verdadeira compreensão; pois se Eu não os auxilio, eles se tornam joguetes de espíritos inferiores.

Se, porém, alimentam apenas o desejo de um convívio Comigo, Eu lhes envio espíritos puros do Além que tes­temunham de Mim e de Meu Amor, com que o espírito lucra em vez de perder. Eles hão de homenagear a Mim e ao Meu Amor, repelindo todos os desejos inferiores. Com isto nosso convívio se realiza e Eu Me deixo encontrar à medida do esforço espiritual.

Se o médium atinge este grau, ele nunca mais em­prestará seu livre arbítrio a oferecer seus órgãos a um es­pírito, se ignora sua origem de natureza divina. Este discernimento se tornará fácil caso entregue sua vontade não somente na escrita, mas em toda sua ação e tempo a Mim, seu Santo Pai.

Se esta for sua tendência principal, Eu ajudarei ao seu espírito de sorte que seus órgãos se tornam Meus, dando-lhe palavras úteis para Meus filhos; nunca, porém, para interesses mundanos, mas para o progresso de sua vida espiritual.

Sede, portanto, precavidos; enquanto sou Proprietá­rio de vossa natureza, não há outro poder a vos preparar a ruína pelo intercâmbio Comigo. Mas repito: Vossa ma- neira de viver, vosso tempo, toda vossa vontade devem mo- tivar a união cada vez maior.

Amém. Vosso Pai.

A FORÇA DO ESPÍRITO

Todo e qualquer acontecimento em tua vida provoca um distúrbio no teu aconchego a Mim. Imediatamente teus pensamentos se confundem, de sorte que necessitam de um certo tempo para se equilibrarem de novo, até que o teu ser se dirija outra vez à Minha Pessoa. Isto não deveria acontecer! Deverias estar tão unido a Mim, que nada pudesse separar-te de tua vida espiritual!

O espírito puro e livre em ti, que emana de Mim, não se preocupa com coisas materiais. Não existem para ele, portanto não o poderão perturbar. Do mesmo modo, tua

alma deveria elevar-se sobre toda a matéria e procurar identificar-se Comigo. Isto somente é possível quando ela se desfaz de tudo que vem do mundo, dirigindo toda a atenção para sua eterna salvação, até que a força do espírito sobrepuje as tendências psíquicas, conseguindo assim todo o poder sobre a alma e o corpo.

Só então se efetua a união de espírito, alma e corpo, e todos estarão sob um regime só, que é o Meu Amor! Cada criatura deveria alcançar este estado, obtendo assim um Pastor e um rebanho dentro de si. Portanto, cada um traz no íntimo o mundo que deverá ser vencido e o Céu que deseja alcançar.

Não espereis que acontecimentos externos venham facultar-vos o Céu sobre a Terra. Os acontecimentos virão, mas não como calculais. Para atingir o Meu intento, não necessito de transformações externas, através de guerras — como fazem os potentados — e sim apenas de uma transformação interna e de uma luta espiritual que deve-rá ser travada por todos. A época para esta luta já chegou há muito tempo, e quem não lutar, preferindo esperar que o mundo melhore, esperará em vão, desperdiçando o tempo precioso que lhe foi dado para lutar e não para repousar.

Não espereis por aquilo que deve vir, mas aceitai o que vos é facultado. O momento é presente e não futuro — para que vos prontifiqueis a ornamentar o Meu Reino e vos tornardes uma luz para os que caminham nas tre­vas. Entretanto, o que fazeis? Não surgis de vossas trevas e vos cobris com toda sorte de falsas concepções, ocultan­do a luz pela vossa falta de ação! De que vos adianta o Meu Verbo, se não o aplicais? Quem vos dará crédito, se não agirdes de acordo com a Minha Doutrina?

Sede, portanto, ativos e sabereis em breve que o Meu Verbo é Vida, vivificando todos os que Nele acreditarem! Amém. Vosso Pai Jesus.

A VIDA DA ALMA

A alma em sofrimento não pode estar só, nem em companhia de outras — pois está irrequieta. Mas, quem se une a Mim fa-lo-á com todos, porque Eu sou o Grande Solitário de eternidades, e ao mesmo tempo o mais Co­municativo.

Meu Amor tudo abrange e em tudo vive. Quem se une a Mim, deixando que Eu penetre em seu coração, tam­bém estará sempre só, pois se concentrou em Mim, tornan­do-se uno Comigo. No entanto, é ele igualmente expansi­vo, por se acercar de todos com amor.

Vede, deste modo a verdadeira comunicabilidade exige um isolamento justo, e uma comunhão sem criaturas in­dividualmente bem formadas é coisa impossível.

Aquilo que o mundo chama de comunidade nada mais é do que um amontoado de massas que o vento do mundo aglomera num turbilhão, para mais tarde dispersar; essas criaturas não são nem comunicativas, nem solitárias, pois cada qual é dilacerada por paixões egoísticas.

Mas, quem vem e procura recolher sua alma em Mim, já se tornou uma unidade Comigo, semelhante a uma re­doma que Me enfeixa e da qual Minha Luz emana para o mundo inteiro.

Cada alma que se uniu a Mim é idêntica a esta redo­ma, possuindo sua particularidade remota, motivo por que Meu Amor age e vibra de tão diversas maneiras. Cada alma é uma entidade toda peculiar — e só pode conseguir sua vida e felicidade eterna dentro desta sua peculiaridade, e nunca na de outra.

Sim, Meus filhos, todos vós deveis c cer sempre mais vossa peculiaridade psíquica, respeitan­do-a e procurando comprendê-la nos vossos irmãos. Eu, no entanto, sou o Mesmo para vós todos, apenas atuo nas almas de acordo com as suas tendências.

Deste modo Eu ajo em cada filho de maneira especial e, no entanto, este Meu Amor Se reconhece em vós nas formas mais diversas. Sim, uma alma que traz dentro de si a Minha Luz, com facilidade A reconhece em tudo e em todos. Desta maneira, Eu reúno todos os Meus filhos para uma unidade, para uma comunidade.

Aquilo que leva a desavenças e conditos chocantes,

o no mundo como no inferno é — justamente para os Meus filhos e nos Meus Céus — a base para a máxima bem-aventurança! Existem almas mais ou menos afins, mas não há uma idêntica a outra. E vede, quando Eu — a Eterna Vida de Amor — penetro em tal alma e esta se une sempre mais a Mim, tornando-se solitária e ao mesmo tempo una. Comigo, Eu pouco a pouco vivificarei todas as suas fibras, florescendo e irradiando nas peculiares for­mas as cores e vibrações desta alma. Quanto mais ela con­centrar Minha Luz e suas próprias particularidades, maior será sua projeção esférica.

Vede, queridos filhos, eis a glória dos Céus!

Cada ser tem sua esfera própria e seu Céu em si, e a Mim como ponto central. E no entanto é tudo UM só Céu, pois Eu sou tudo por tudo. Meus filhos, entretanto, reco­nhecem a Mim — o Amor — era si e em todos os irmãos, alegrando-se mutuamente, vibrando entre eles e em Mim uma felicidade sem par.

Vede, esta vibração suprema é o Céu — Céu puríssimo, que não podeis, nem de longe, imaginar em vossa Terra. Amém.

DORES ABENÇOADAS

Minha filha,

A causa de tuas dores provém dos nervos enfraqueci­dos e doentios, que somente poderão melhorar num repouso absoluto. A cura completa, porém, não alcançarás em vida, o que também não é de Minha Vontade. Desejo, pelo con­trário, curar-te do fundo da tua alma, e para este fim, nada melhor do que as dores!

São necessárias para a formação de uma criatura per­feita. Completam e enobrecem o corpo psíquico, numa ação purificadora e benéfica para a alma. Embora não te seja perceptível o crescimento interno, não terás debalde sentido as dores, mesmo se o resultado se manifesta num sentimento de fraqueza, abandono e desalento.

Na humildade estarás mais perto de Mim do que na confiança em ti mesma.

Tens com isto uma orientação sobre o benefício das dores, e como reconheceste que nada és sem Mim, posso de novo fortalecer-te, dizendo: Vai e trabalha em Meu Nome, com Minha Força e em Minha Honra — enquanto é dia! Isto é, enquanto te proporcionar a força! Trabalha corajosamente, na plena confiança em Mim, que o verda­deiro Amor te animará! Acrescentarei dia a dia novas energias, provendo-te com Meu Espírito, dando-te tam­bém a verdadeira orientação do Alto sempre que Me pe­dires.

Eis Minha Bênção, que te assegura do Meu Amor Imu­tável e te transformará numa criatura bem-aventurada!

Amém.

QUAL O BENEFÍCIO QUE NOS VEM DO SOFRIMENTO?

Todos vós procurais meios para aliviar as dores, sem primeiro analisar se a interrupção brusca da dor vos seja benéfica, ou mesmo possível. Vede, tudo depende dessas perguntas que iremos analisar.

Muitas vezes perguntais, em época de sofrimento: Lucramos algo pelo sofrimento? É a dor um incentivo para o nosso progresso? Coaduna-se o sofrimento com o Amor e a Misericórdia de Deus? É a dor inevitável, fazendo parte da vida humana?

Se considerásseis todas estas perguntas, deveríeis che­gar à conclusão de que a resposta está dentro de vós mesmos. Todos vós deveríeis confessar que, se não fora a miséria, a aflição, a tristeza e a dor, não Me teríeis pro­curado nem achado — e muito menos trilharíeis Meus caminhos!

Se, além disso, considerardes que, como discípulos Meus sois portadores da cruz, — como então ainda vos admi­rais de que Eu vos guie pelo mesmo caminho por que andei? Digo-vos: Não existe outro meio que leve à meta final, a não ser o do sofrimento e da luta! O caminho da perfeição não tem prazeres, mas espinhos, dificuldades e lutas.

Tem, entretanto, igualmente o seu lado benéfico que não se refere unicamente à bem-aventurança no Além, como prémio pelo sofrimento; desde já podereis usufruir alegrias celestes e momentos de elevação espiritual.

Observai a Natureza, toda a Criação! Tudo que vos ro­deia é divinamente elevado e cheio da mais profunda sa­bedoria; um paraíso para aquele que Me conhece e louva como Criador, amando-Me como Deus e Pai! Eu vos digo: Jamais haverá felicidade maior, nem tampouco tereis im­pressões mais sublimes do que pela possibilidade de sentir-Me e ver-Me em todos os momentos de vossa vida!

Meus filhos, o que significa a dor, diante desta gran­diosidade? O que representa o sofrimento, diante desta felicidade? O que vem a ser a tristeza, ao lado desta bem-aventurança? Não desaparecerá a treva, quando Eu sur­gir diante de vós com a Luz e todo o Meu Amor?!

Oh sim, Comigo podereis caminhar,

Pois todo sofrimento em bênção se pode modificar

Quando Eu, em Espírito, vos protejo

Neste Meu Santíssimo ensejo

Fazendo-vos sentir o poder do amor

Que abençoa, mesmo pela dor.

COMO NOS LIBERTARMOS DO SOFRIMENTO?

Não podemos partir, neste caso, de Minha Onipotên-cia Divina, para a qual nada é impossível; é preciso con­siderar o ponto de vista natural.

De onde surge a dor? Respondeis: de um estado anor­mal no corpo.

Anormal, entretanto, é tudo que se encontra fora da Ordem Divina, não podendo exercer sua finalidade, ocasionando um distúrbio no organismo. Este distúrbio, por sua vez, impede a função de certos órgãos, causando-vos pouco a pouco a dor.

Agora, indagais: Não é possível remediar este estado anormal?

A fim de encontrar uma resposta exata, temos que procurar a origem do sofrimento.

Reportemo-nos, pois, a épocas distantes, analisando os antepassados de uma criatura doentia, a vida que le­varam, comparando-a com a Minha Ordem Divina. Logo tereis a explicação para os males e sofrimentos.

Adicionando a isto a hereditariedade das moléstias, a contínua maneira errada de viver e, finalmente, o completo afastamento de Minha Ordem — dizei-Me: Como
esperar que a menor partícula da Humanidade atual possa ter uma saúde perfeita?

Se Minha Mão Paternal não tivesse interferido de vez em quando, mostrando pelo Amor Misericordioso o caminho certo que deveis trilhar, todos vós de há muito já teríeis sucumbido. Por isto vim ao mundo para salvar os filhos perdidos; por isto também de vós Me aproximei a fim de fazer surgir uma nova vida da força vital que ainda vos resta.

Demonstro-vos os meios necessários para voltardes do caminho errado e iniciardes uma vida nova, dentro da Vontade do Pai.

Devereis abandonar o artifício e voltar ao natural; da grandeza para a humildade; da pompa para a simpli­cidade. Voltar, em tudo para o Coração do Pai!

Lá vereis nitidamente no que consiste a arte de viver feliz! Voltai a Ele e sabereis o que vos falta! Palavras de nada vos adiantam. Unicamente o Meu Espírito vos con­duzirá à Verdade plena e Meu Amor vos atrairá ao ca­minho da salvação!

Vede vosso estado atual: Estais envoltos por ares pes­tilentos, porquanto sois mais mortos do que vivos! Por isto, entregai-vos, com vossas forças enfraquecidas, à sal­vação que vos trago, libertando-vos do poder da morte e de todo o mal!

Entregai-vos a Mim, de corpo e alma,

Para que pessoais vos unir ao Meu Espírito.

Começando em pequeninas coisas,

Pela fé e pelo amor,

Vereis que o Cristo vos aliviará da dor.

Amém. Vosso Pai Jesus

CRUZ E COROA

Aproximo-Me de vós com o sinal da cruz a fim de vos despertar de vossa letargia; pois o Meu Verbo somen­te poderá ser manifestado em corações e almas atentas. Por isto é necessário que a provação Me anteceda, para que Eu possa vos proteger com a palma da paz. A nature­za humana tende sempre à preguiça e ao ócio, o que re­sulta em um retrocesso do espírito.

Assim, sou levado a vos fazer passar por experiências que se lançam contra as vossas fraquezas, instigando a alma a uma nova ação que eleva os corações a Mim. Sim, repito: Todas as vicissitudes, lutas e tentações nada mais são do que provas de Minha Graça e do Meu Amor!

Crede-Me, conheço-vos bem a fundo e sei o que cada um necessita para se encaminhar espiritualmente. Guio-vos a todos que quereis Me seguir, com tal segurança que nenhum fio de cabelo cairá de vossa cabeça sem a Minha Vontade.

Por isto, entregai-vos com mais confiança à Minha direção, sem restrições e atitudes voluntariosas. Só então poderei Me manifestar mais pronunciadamente, fazendo-vos sentir Minha constante Presença. Agindo assim, po­dereis exclamar: "Eu estou Nele e Ele em mim! Ele é meu e eu Lhe pertenço! Não sou eu quem vive, mas o Cristo vive em mim!"

Vede, a este ponto todos vós deveis chegar. Deveis al­mejar o máximo — continuando na humildade! Deveis vos elevar em espírito, degrau por degrau, permanecendo pe­queninos e humildes de coração!

Tais coisas não compreendereis sem o auxílio do Meu Espírito Santo, tampouco o a!cançareis sem Minha ajuda. Por isto, vos digo: Aproximai-vos de Mim! Tornai-vos sempre mais corajosos, desfazei-vos da timidez infantil e vinde a Mim como verdadeiros filhos e irmãos, como her­deiros de Um só Pai!

Existem ainda muitos tesouros ocultos aos vossos olhos. Não sabeis o que jaz no recôndito do Amor Divino; sois quais cegos diante da Manjedoura de Belém. Por ora vossa visão não percebeu e os vossos ouvidos não ouviram o que Deus guarda para aqueles que O amam!

Ponde a descoberto mais uma venda dos olhos do vosso espírito e vede, através de um ténue véu, o sublime Amor de Deus Se humilhar diante de vós, a fim de — atravessan­do o vale da humildade — alcançar a salvação do mundo! Eis a solução do porquê da vossa vida! A salvação de vossa alma, a completa conquista do destino mais sublime, consiste na plena renúncia da própria natureza sujeição integral à Vontade de Deus, bem como na aceitação do Cristo, vosso Senhor e Salvador!

Amém.

O MAGNETISMO CURADOR

E TODO O POVO EXIGIA TOCÁ-LO, PORQUE DELE EMANAVA UMA FORÇA QUE OS CURAVA A TODOS.

(Lucas 6, 19)

Por diversas vezes vos afirmei e vos orientei que Eu criei os homens segundo a Minha Imagem, tanto em es­pírito Quanto em corpo, a fim de receber-vos como Meus filhos nos Meus Céus.

Mas se um pai terreno só pode entregar seus negócios ao filho caso este aceite sua orientação — para deste modo conseguir a capacidade de aprender todas as aptidões pa­ternas e tornar-se capaz de dirigir seus negócios — o mesmo acontece Comigo. Sou obrigado a impedir o desenvolvi­mento e a aptidão dos talentos que Eu depositei nos homens, a fim de evitar que se tornem um mal em vez de uma bênção.

Por tal motivo, essas aptidões existem ocultas e têm que ser despertadas e atívadas através da vontade para o bem, de sorte que só cá e lá elas se desenvolvem entre os homens. Por exemplo: o magnetismo. Na época atual é no­vamente aceito e praticado, e também não pode mais ser negado pelos descrentes, porquanto consta no texto acima: "E todo o povo desejava tocá-Lo, porque emanava Dele uma força que curava a todos."

Por aí vedes que dentro de Mim existia uma força magnética muito grande, que Eu externava através do Meu Corpo para a cura dos doentes, tomando a dianteira como Mestra em ligação com o Amor Divino — ou o Pai em Mim — aplicando-A para a bênção do Meu próximo.

Deste modo podeis vos reportar a estas palavras no Novo Testamento para a prática do magnetismo, mas também deveis valorizar tal força e aplicá-la para Minha Honra e por amor aos Meus filhos, sem egoísmo nem van­tagens, para que os outros reconheçam de Que Coração surgiu tal força, que não somente cura o corpo, mas também deve animar a alma para uma atuação benéfica. Agindo deste modo, não tereis feito usura com um talento dado por Mim segundo a Minha Vontade, enquanto outros, aos quais Eu também permito agirem por esta força mag­nética, já receberam o seu prémio. Então eles dirão: Nós não agimos em Teu Nome?! — Todavia, terão de se afas­tar de Mim como malfeitores.

Dirigi-vos nesta relação segundo Minha Vontade para vos tornardes perfeitos no Amor, recebendo a Vida eterna.

A LAMPARINA PSÍQUICA DO CONHECIMENTO PRÓPRIO

Os três textos de Paulo que parecem algo obscuros, do 12.° capítulo da segunda carta aos Coríntios, já foram ventilados no Evangelho, nos profetas e principalmente em Job, Jeremias e os salmos de David.

Ainda assim continuam turvos para uma visão espi-ritualmente fraca. Por isto, dou-te uma pequena lampari­na preenchida com o óleo da Graça do Meu Amor. Ela há de iluminar estes textos maravilhosamente, a ponto de se apresentarem como se fossem transparentes pelo Sol. Ei-los:

Quando Eu Mesmo, diante dos judeus, escribas e fari­seus representava a verdadeira justificativa diante de Deus, usei a seguinte parábola tirada da vida:

Em frente do Santíssimo, um rico fariseu apresentava ao Senhor sua prece de agradecimento, dizendo em voz alta: "Ó Senhor, eu Te agradeço por me teres dado tamanha força, segundo a qual desde minha infância pude servir-Te fielmente e nunca pequei em uma lei sequer contra Ti. Cumpri as leis de Moisés até a última vírgula. Cumpri meus deveres de posição estritamente e Te ofereci abundantemente e pontualmente o dízimo de tudo. Além disto, nunca me maculei, nem de manhã, nem à tarde, nem à noite. E o Sábado também não foi por mim vilipen­diado com um dedo sequer. Por isto Te agradeço, meu Deus, com todo o fervor, pela força que me auferiste tão bondosamente, de sorte que caminhei diante de Ti com justiça e sou justificado dos pés à cabeça. Não sou pecador como os judeus comuns, os salteadores, os ladrões, os adúlteros e os vilipendiadores do Sábado, os comedores de carne de porco, e muito menos participo do convívio com pecadoras públicas, saltimbancos, dançarinas, comediantes, prestidigitadores, aduaneiros e usurários, e sou bem di­ferente dos samaritanos!" — Esta foi a prece de gratidão do fariseu justo.

Mas, no fundo do Templo se encontrava um pecador aduaneiro que não se atrevia nem a erguer os olhos, dizen­do na contrição de sua alma: "ó Senhor, eu, pecador pobre e fraco, não mereço olhar o Teu Santíssimo e tam­pouco devo ocupar o último lugar do Teu Templo. Sê Mi­sericordioso com este pecador pobre e fraco se porventura, pela Tua Misericórdia, seja merecedor para tanto!"

E com isto, o aduaneiro se bateu no peito e abando­nou o Templo, chorando.

Qual dos dois era justificado neste Templo? Repito como naquele tempo: De modo algum tratava-se do fari­seu orgulhoso Que Me enunciava a sua justiça, julgando-se melhor do que qualquer um, mas sim do aduaneiro fraco e pecador que se julgava pior do que todos os outros.

Foi por este motivo que posteriormente fui a casa dele, onde participei de sua refeição, aceitando-o como irmão Meu e de Meus irmãos.

Se assim é, deve ser compreendido porque Paulo disse: "A fim de que eu não me orgulhe da elevada revelação, foi-me dado um espinho na carne; quer dizer, um anjo de Satanás (o amor físico), a fim de que me golpeie com os punhos!"

Job também disse: "Nada é mais fácil do que se or­gulhar em uma posição elevada, julgando-se melhor do que seus irmãos que não receberam tal ofício." E o que seria mais perigoso para o espírito do homem do que justa­mente este orgulho tão facilmente adquirido?

Este foi o motivo pelo qual fora preciso que Paulo tivesse uma constante chamada em sua carne, que lhe diz: És apenas um homem e não um Deus. Hei de te erguer quantas vezes caires diante de Mim, para te lem- brares de que és apenas um homem!

Paulo percebia sua miséria. Por isto, por três vezes Me implorou com violência que o libertasse dessa prova. Eu, porém, respondi: "Que te baste a Minha Graça, pois a Minha Força só é forte no fraco!"

Paulo então confessou: "Neste caso, vou me vanglo­riar de minha fraqueza, a fim de que a Força do Cristo esteja comigo! Por isto, eu, Paulo, estarei sempre satisfei­to com minha fraqueza na minha aflição, perseguição e medo, por causa do Cristo, pois sei que só posso ser forte se for fraco!"

E sabes por quê?

Porque Paulo sabia que Eu estava muito mais perto do fraco — e por isto do humilde — do que do forte que se julga tolamente como tal.

Quem poderia cair tanto como as criancinhas? No entanto Eu disse: "Se não vos tornardes como os peque­ninos, não entrareis no Reino do Céu!" Podes então per­ceber porque Paulo se vangloriava de sua fraqueza.

Daí também poderás concluir que o bom pastor aban­dona as noventa e nove ovelhas justificadas e vai procurar a perdida; e quando a encontra, a coloca em cima do ombro com alegria, levando-a para casa. Além do mais, poderás compreender a glória da fraqueza de Paulo e que o Pai só foi ao encontro do filho perdido, aceitando-o, or­ganizando um grande banquete, outorgando-lhe o anel de senhor e o colocando no lugar de honra.

Iluminado com esta lamparina, não será difícil compreenderes tais textos em sua base. Eu, teu Pai e Deus , Jesus — acrescento:

Quem luta e vence em sua fraqueza é Me mil vezes mais agradável do que um forte ao qual a vitória é algo fácil.

Quando o fraco cai, Eu hei de erguê-lo seja quantas vezes for. Mas o forte, que se levante sozinho!

Este é o traço de união de Mim, Jesus, no teu dia pois Eu te prendo com ele em tua fraqueza à Minha Força. Que isto te seja ciente hoje e sempre!

Teu Pai Jesus.

QUESTÕES PRINCIPAIS PARA UMA AUTOANÁLISE

Na vossa educação, através da influência de verdades espirituais, sou obrigado a vos reconduzir .sempre de novo à vossa vida diária a fim de analisardes se — e quanto —
respeitais Meus Mandamentos mais do que um homem comum — que finalmente só age segundo seus sentimentos, sem poder vangloriar-se de maiores influências espi­rituais, mas que em muitas ocasiões age com maior amor do que aqueles que deveriam ser Meus filhos.

Quero chamar a atenção de onde vem isto. O inimigo, sempre à espreita junto aos homens, observa cada um para reagir contra ele, e também sabe muito bem que a Minha Lei principal é o Amor. Por isto, quando alguém tenciona tornar-se um filho de Deus, o inimigo lhe apresenta suas próprias condições, que aparentemente se tornam inven­cíveis ao iniciante, razão por que este procura evitar cer­tos pontos e se desculpa com as suas condições externas de vida.

Se o inimigo conseguiu, por maquinações, encontrar a penetração na alma desta pessoa, abriu-se então uma porta muito grande e a entrega de uma alma a Mim é impedida, porque ela exige obediência às Minhas Leis como elas são, e também a confiança em Mim e dada por Mim, conhecendo os empecilhos para o seu cumprimento, conforme Meus En­sinamentos.

Mas é justamente a luta da alma contra estes empeci­lhos e situações contrárias que leva à vitória. Nas dúvidas tão comuns entre vós de fazerem isto ou aquilo por amor, procurai diferençar perfeitamente quantas influências negativas se apresentam, e caso não tiverdes plena confiança em vós mesmos, colocai-vos ao Meu lado — e tereis feito um grande progresso!

Sou obrigado a vos dar este ensinamento caso desejais progredir como obreiros do Meu Reino, pois agora começa a luta, naturalmente primeiro convosco mesmos, quanto quereis aceitar por Minha causa; e depois vem a compreen­são de que, sem sacrifício de vossa parte, pouco acontece — enquanto Eu preciso confiar nos Meus servos! Por este mo­tivo, dou de fato a cada um de vós suas próprias condições para que se torne claro o que quer dizer encontrar-se de­baixo de Minha bandeira, que tem as seguintes palavras: "Amai a Deus sobre tudo e ao próximo como a vós mesmos!" Agora pergunto: Até que ponto sois realmente mordomos fiéis com vossos bens terrenos? Quais foram os juros que obtivestes com vossos bens, determinando sua aplicação para a realização do Meu Plano de Regência? Em que situação se encontra o verdadeiro amor a Deus e ao próxi­mo? E mais: Subistes realmente no conceito acima mais do que vosso próximo, que prefere desculpar-se que o Cristianismo contém muitas falhas, razão por que ele prefere isolar?

Eis as grandes questões de vossa autoanálise, que de­vem ser ordenadas em todas as almas que clamam por Mi­nha Chegada. Já bati na vossa porta. Ouvistes Minha voz. Por isto, abri vossos corações para a próxima Chegada de vosso Pai.

Amém.

PALAVRA PARA ERNESTINA

Minha filha,

No dia 12 de maio faz um ano que te dirigi as primei­ras Palavras e estava certo que não haveriam de cair sobre pedras; pois agora, estás diante de Mim com um olhar cheio de saudade, a fim de implorar novas Palavras de con­forto e paz. Que elas surtiram bons frutos prova o conheci­mento de teus erros e o arrependimento sincero, assim como a compreensão de que não abandonei nem a ti nem a teu marido naquele tempo, e sim sempre vos fortaleci com consolo quando havia necessidade e vossas forças eram poucas. Prossegue desta maneira, com rigor contra ti mesma e benevolência com os outros, fazendo o bem como tu e teu marido o fizestes em silêncio.

Ó filhos, ignorais o que vale uma prece de gratidão, um olhar dirigido a Mim de um pobre necessitado, após ter recebido uma dádiva de coração grato! Não podeis imaginar o valor espiritual de tal expressão de gratidão. Mas Eu o conheço e sei dar-lhe o valor, e ele é elevado quando uma alma em luta com o mundo e as preocupa­ções esquece seus sofrimentos para curar o próximo. Gra­ças se espargem sobre sua cabeça, estejais certos! Ainda que não o sintais, Eu vos asseguro que elas vêm com tanta projeção como as crianças merecem quando se entregaram em Minhas Mãos e se dão por satisfeitas com tudo que lhes dou, ainda com aparência pequena.

Minha intenção é outra do que a vossa. Ensino Meus filhos por miséria e sofrimentos a fim de torná-los capazes de procurar os benefícios espirituais, compreendendo a nulidade das alegrias do mundo e deixando de procurá-las. Se este passo foi conseguido, então paz e calma penetram o coração, a criatura está satisfeita, aceita o que o Pai lhe dá e sabe que tudo é para o seu bem.

Faze tu também, Minha filha, o que a tua voz íntima te diz; faze o bem e confia em Mim.

Quando tu e teu marido fordes fortes a ponto de não desistirdes de Mim em situações melhores, as atuais si­tuações se modificarão, tua saúde melhorará e hás de abençoar o Pai que, por caminhos pedregosos, te levou à meta final.

Confia em Mim. Vigia teu próprio coração para que não dês um passo atrás. Todo o resto se fará automatica­mente, assim como agora saíste de uma moléstia de gran­des perigos com poucos recursos. Ora e vigia, para que daqui a um ano te encontre mais purificada, mais confor­mada, e tu mesma prezes a Mão que agora acaba de te abençoar e de fortalecer também o teu marido.

Amém.

CAMINHO E FRUTO DO CONHECIMENTO DE SI PRÓPRIO

Minha filha,

Tu Me perguntas: "Por que não posso me aproximar de Ti, meu Pai? Qual é o empecilho que não me deixa sentir completamente o Teu Amor? Vês o quanto almejo amar-Te como Pai! Sabes o que posso dar, sabes o que me é possível!"

Sim, Minha filha, justamente por conhecer o que possuis, penetrando no âmago de tua alma, sei o que falta e a qual o empecilho entre nós. Deves, porém, descobri-lo sozinha. Nisto não te ajudarei. Quando o tiveres achado, terás que afastá-lo, o que desimpedirá tua aproximação de Mim, não mais necessitando Me procurar aqui ou acolá — pois Me terás no teu coração.

Vê, eis_tua tarefa: Investigar em teu íntimo o motivo que te afasta de Mim. Se Me pedires, Eu te ajudarei, e também o farei para te desfazeres do mal. Mas, isto, somente depois de o conheceres como tal — com Minha Ajuda — o que Me levará a espargir o Meu Amor sobre ti!

Assim, dirigi-Te Minha Palavra da Graça! Assimila-A profundamente, aprende a te conheceres e a Mim, que conseguirás o verdadeiro renascimento do espírito e po­derás festejar um justo aniversário espiritual; isto é, serás despertada pela Vida, para a vida real sentindo o que é a Vida!

Viver — é amar! No amor, encontrarás a vida. Se amares com toda a tua alma, terás a Vida de Deus e a verdadeira e eterna bem-aventurança!

Amém.

LEI OU AMOR?

Meus filhos,

Novamente Me pedis que externe Minha Santa Von­tade em um assunto que muito preocupa vossos corações. Eu vos digo: Entregai tudo isto a Mim! Encaminharei as circunstâncias de tal modo que podereis conhecer Minha Vontade. Minha Palavra jamais deverá ser uma lei para vós, mas unicamente vosso livre arbítrio, cuja ação livre vos trará a verdadeira bênção.

Como Meus filhos, desejais conhecer Minha Vontade, principalmente em ocasiões decisivas em vossa vida, querendo vislumbrar através do véu do futuro. Como vos julgais privilegiados — pois estais bem perto do Meu Co­ração, pelo amor que vos dispenso — esperais que vos deva tratar de modo diferente dos filhos do mundo. Eu, porém, vos pergunto: Quem vos parecerá mais merecedor: um ser completamente livre, ligado apenas ao Amor, — ou um que seja preso à Lei?

Enquanto permanecerdes no Meu Amor sereis livres, podendo caminhar como criaturas independentes diante de Meus Olhos, que com prazer vos observam e vigiam. No momento, porém, em que desejais um Mandamento Meu, já não sois mais livres, mas estareis debaixo da lei, portanto, em julgamento. Aqueles, no entanto, que permane­cem na lei sentem pavor de Mim, não se animando assim a uma aproximação maior, porque se lembram de seus pecados e de suas transgressões. Por isto, afastam-se cada vez mais de Mim, até que se perdem, caindo nas malhas da lei.

A fim de impedir que isto aconteça, procuro educar-vos pelo Amor, que desconhece Mandamento e Lei, agindo unicamente pelo coração em todas as oportunidades. Se assim fizerdes, pedindo-Me a verdadeira sabedoria, tornar-vos-eis Meus filhos, cumprindo sempre Minha Vontade, que sentireis em vosso coração assim que — libertos do amor-próprio — vos entregardes por amor a Mim. Então, jamais direis: "Nosso Pai, transmiti-nos a Vossa Vonta­de!" — Mas, sim, ireis pedir:

"Ó querido Pai, abençoai-nos, pois conhecemos a Vossa Vontade, esforçando-nos por cumpri-la! Sim, abençoai-nos e fazei com que cresçamos no amor! Ensinai-nos a verdadeira sabedoria dentro da justa humildade e simplicidade, para que permaneçamos em Vós e Vos tenhamos em nossos corações!

Isto Vos pedimos, Querido e Santíssimo Pai, entregando-nos completamente em Vossas Mãos! Aceitai-nos, em Vossa Graça, para Vossos ver­dadeiros filhos! Amém!"

Se Me pedirdes assim, Minha Vontade sempre Se manifestará em vós!

"ANDAI EM MINHA PRESENÇA E SEDE PERFEITOS!"

(Moisés, 17, 1)

Conheceis este versículo desde vossa infância e mui­tos dentre vós o aprenderam como uma prece ensinada por vossos pais. Eu, porém, vos digo que nestas simples pala­vras está contida toda a vossa tarefa como filhos Meus.

Se sabeis que desejo ser vosso Pai, repito novamente que não deveis esquecer Minha Onipotência, sabendo que Eu ajudo sempre quando Me pedis cheios de confiança.

Tenho, porém, que estipular uma condição: "Andai em Minha Presença, Eu que sou o Onisciente, o Santíssi­mo e o Justíssimo!"

Em todas as vossas ações imaginai Minha Presença, porque penetro tudo. Quando vossa inteligência vos faz agir numa bondade aparente, a fim de que os outros ve­rifiquem que sois Meus filhos, não andais na Minha Pre­sença. Perante Meus Olhos só tem valor a ação onde o íntimo se harmoniza com o exterior. Considerais muito pouco que todos os vossos pensamentos e vossas ações são visíveis perante Mim!

A fim de que possais compreender o Meu ponto de vista, vou dar um exemplo pelo qual podereis averiguar quão longe muitos dentre vós se encontram da Minha Onisciência e da Minha Onipresença.

Quando sois levados a pensar ou agir de modo que vosso amigo mais evoluído não o venha a saber, o fazeis em surdina, contentes de que esta criatura não perceba vossa fraqueza.

Se, porém, este amigo tivesse o dom de penetrar vosso íntimo, não refletiríeis mais profundamente se esta ação não vos desabonaria no conceito dele, ou que talvez fosse melhor desistir dela, porquanto muito dependeis do bom juízo que ele possa fazer de vós?!

Agora pergunto Eu: Qual é a Minha posição nos vossos desejos e nas vossas ações? A que ponto chegou vossa fé de que Eu penetro os Meus filhos?

Esta penetração do Meu Ser no vosso íntimo é coisa que desejais apenas temporariamente, pois vossa consciência diz as mesmas palavras que disseram Adão e Eva: "Eu me envergonho por estar desnudo, por isso procuro me ocultar."

Estais contentes porque vossos semelhantes desconhécem muitos dos vossos pensamentos e ações, mas esqueceis que Eu, vosso Pai e Deus Onipotente, sei de tudo e também possuo o Poder para estimular ou destruir. Por- tanto, "andai em Minha Presença e sede perfeitos!"

Fazei o que é justo, e justo é tudo o que ordenei nas Minhas Leis, infiltrando dentro de vós Minha Vontade na vossa consciência. Acontece Comigo o mesmo que com um Imperador quando um súdito reclama de suas ordens e muitas vezes age ao contrário; quando, porém, o Impera­dor aproxima-se dele, o súdito emudece e procura ocultar suas reclamações.

Se pudésseis imaginar Minha Presença, garanto-vos que não seríeis tão displicentes se Me amásseis de verdade!

Por isso, Meus filhos, andai perante Mim, de modo que Eu tenha motivo de regozijo no vosso propósito de se­guir Minha Vontade. Assim fazendo, evitareis, muitas que-das, que só se darão porque pensais, que ninguém vos vê, nem vos ouve.

Aquele que vos deu a visão não deveria enxergar?! E Aquele que vos deu o dom de ouvir, não ouviria?!

Eu vos digo, tudo será contado no grande livro que contém o registro da vida e da morte.

Vosso Pai e Deus Jehovah.

SACRIFÍCIOS QUE AGRADAM A DEUS

Agora, Minha filha, és novamente Minha porque Me tens em teu coração! O Sol da Graça poderá ressurgir, emanando a luz, porque te entregaste a Mim de corpo e alma, pela renúncia de todos os desejos mundanos. Com isto, conseguiste a verdadeira paz em Deus!

Na desistência do próprio eu consiste a vitória, e no completo morrer — a verdadeira Vida! Quem não Me en­trega tudo, depositando aos Meus Pés o que lhe é mais caro, prova que não Me ama! Quem venera mais seus pais ou filhos do que a Mim. não Me merece!

Isto te digo, pois que Me pedes com fervor que con­serve a vida de tua mãe!

Minha filha, dás-me tudo que possuis e Me entregarias a própria vida se te pedisse tal sacrifício. Dizendo-te Eu, porém, que não exijo tais sacrifícios e que deves unicamente entregar-Me tua vontade — eis que hesitas, afas­tando-te de Mim, como se Eu te tivesse pedido algo que jamais Me pudesses presentear!

No entanto, não poderei socorrer nem tua mãe, nem a ti, se não depositares integralmente vossa vontade na Minha, pedindo apenas pela saúde espiritual e a salvação do corpo e da alma!

Enquanto isto não for vosso máximo empenho, diri­gindo todas as ideias e ações para este ponto, não poderei atender vossas preces. Deus não permite que se Lhe exija algo com teimosia!

Deveis pedir-Lhe como Ele o merece, não com provas externas que nada significam, mas com o coração cheio de amor e humildade! Eis os sacrifícios que Lhe agradam!

São estes, Minha filha, que deves Me apresentar! Com isto, não necessitas fazer uma confissão completa, pois co­nheço teu coração e sei o que se passa com ele, mesmo se fizeres uma promessa no desejo de te tornares uma verda­deira filha do Pai Misericordioso. O resto não tem utilida­de e é um horror para Deus!

Tua oração seja de poucas palavras. Considera sem­pre que sou perito em analisar os sentimentos, não ou­vindo o que teus lábios falam, e sim, o que teu coração al­meja. Por isto, podes desistir da prece falada, se o fize­res mais intensa e fervorosamente em teu coração, dirigin­do todos os teus pensamentos a Mim. Isto é orar cons-tantemente.

Nesse imutável convívio Comigo, em breve Me com­preenderás, agradecendo Eu te ter aceito come discípula em Minha escola, onde aprenderás a verdadeira sabedoria.

Isto te diz Aquele a Quem nada é oculto, porém te abençoa, elevando-te como Sua filha.

Minha Paz esteja contigo!

Amém.

A MAIOR OBRA

Meu filho,

É do teu desejo que Eu dilate sempre mais os olhos do teu espírito, firmando-te na humildade do teu coração e despojando-te de tudo que te separa de Mim.

Eis teu pedido, emanado de um sentimento não per­ceptível, que te faz pressentir o quanto custa ser conta­do no meio dos Meus filhos mais simples.

Quanto mais te achegas ao Meu Amor, maior se apre­senta a distância entre nós. Quanto mais profundo o co­nhecimento de ti mesmo, maior o peso de tua culpa. Mas, quanto mais amor à verdade para contigo mesmo preen­che o teu coração, mais potente é a ação de Minha Graça. E quanto mais te reduzes, mais vivificante se manifesta o Amor em ti para concluir Sua Obra.

Mas, desconheces esta Obra!

Nada de grandioso, externamente, exijo de ti! Mas sim algo de grande,

interno, o máximo que uma criatura possa alcançar: A salvação da própria alma!

Nisto consiste a grande Obra, no que te deves dedicar de corpo e alma, para que sejas salvo, tornando-te Meu filho bem-aventurado!

Amém.

O MISTÉRIO DENTRO DO NOSSO CORAÇÃO

Minha filha,

Desejas saber se podes satisfazer o pedido de tua vi­zinha. Respondo a isto: Poderás fazê-lo, porquanto o re­médio nem prejudica nem beneficia. Pois quem não luta com vontade firme contra este vício e tampouco se rende a Mim, — não obterá alívio!

Enquanto a vontade para o pecado é maior do que o amor a Mim, criatura alguma vencerá suas fraquezas, embora lute destemidamente. A tentação permanecerá, pois que tais almas são dominadas pela carne, impedindo a aproximação do espírito.

Eis porque é possível a uma pessoa despertar espiritualmente, embora continue algemada e amordaçada por todos os lados por suas próprias tendências, fato comum nos materialistas.

Estas naturezas duplas se deixam guiar tanto pelo bem como pelo mal. Seu espírito almeja o que é elevado e nobre, mas a alma se dedica e se entrega a coisas sensuais e condenáveis. Deste modo, um poço dá água doce e amar­ga, isto é: O coração emana pensamentos desprezíveis; no entanto, poderá também fazer surgir toda sorte de boas qualidades, ensinamentos e ações benévolos, emanados do Meu Espírito quando Este conduz a criatura. Tudo isto pode estar oculto num coração humano. Por isto, é em verdade algo impenetrável e insondável, necessitando eter­nidades para a sua completa purificação até que se converta.

Após vos ter proporcionado um ensinamento tão pro­fundo sobre o coração e o sofrimento humano, que vos descobriu as mais íntimas tendências de cada um, guiar-vos-ei novamente para o Alto, às paragens do Meu Espí­rito, para vos mostrar o caminho que uma alma deve pal­milhar a fim de conseguir a plena liberdade.

Cada coração comporta o bem e o mal. A ninguém é poupada a luta. Cada criatura tem de vencer uma fraque-za predominante, e por isto se acha numa constante luta.

Feliz aquele que luta sem esmorecer, porquanto o inimigo se prepara a desafiá-lo! Digo-vos: Quem cessa de lutar também deixa de vencer!

Enquanto trajais a vestimenta do pecado (o corpo), não sois livres do perigo. — A cada momento, vos ameaça a tentação! Por isto, orai e vigiai! Não vos julgueis salvos, impossibilitados de uma queda. É o mundo — o que vos rodeia; pecado, morte e destruição — o que pisais! Pois a Terra se tornou um antro de condenação! Por isto, não deveis vos apegar a ela, tampouco ao que ela oferece, mas sim, elevar-vos livremente e seguir o suave influxo do Meu Espírito, Que Se acha constantemente dentro de vós, para vos advertir!

Amém.

O VERDADEIRO REINO DA PAZ

Meus filhos,

Sentis no vosso íntimo uma vibração intensa; pro­curais vos achegar a Mim com pedidos e desejos, com gra­tidão e louvor, porquanto a Minha Bondade Se renova cada dia e a Minha Misericórdia não tem fim.

Embora o desespero e o sofrimento preencham o mun­do, podeis louvar o Meu Nome e sentir a Minha Presença. Eis a Bênção apreciada pelos Meus filhos quando Me são fiéis. Acompanho-os sempre, fora ou dentro de seus lares, livres ou aprisionados.

Verdadeiramente livre é aquele que está preso a Mim pelos laços do amor. E algemado é aquele que o mundo atou com suas múltiplas atrações e, entretanto, se julga livre, pois que o mundo não o critica. Ele condena unica­mente os que lhe opõem resistência, principalmente aque­les que fazem a Vontade de Deus.

Não existe possibilidade de unir Jesus ao mundo. Há um só caminho: a separação! Quem tenta pertencer em v parte ao mundo e em parte a Mim, jamais encontrará a verdadeira liberdade, nem no mundo, nem em Deus! Sem­pre pesará uma dissonância sobre aqueles que não são nem frios nem quentes, deixando de lutar a favor ou contra Deus. O completo rompimento com o mundo trará a paz desejada.

"Mas, como é possível romper todos os laços com o mundo, enquanto formos obrigados a viver dentro dele?" Eis vossa pergunta.

Realmente, pequeno é o rebanho, poucos são os que seguem Minha Voz. E cada vez menor se torna o grupo dos escolhidos, à medida que a época da Minha Vinda se aproxima. Não vedes a separação de Deus? A fúria cada vez mais intensa do inferno não é um horror de devas­tação?!

Perguntais, apreensivos: "Ainda está longe o grande dia da paz do mundo?" — Sim, enquanto o príncipe das trevas reinar, não haverá paz. Isto já deveis compreender. Somente quando Eu exclamar com ênfase: "Até aqui e não mais além!" virá a época da calma para o mundo abatido. Até lá, subirão ao Meu Trono muitos clamores e gritos de desespero, e muitos Me abandonarão, dizendo: "Deus não existe!"

Alguns poucos, todavia, surgirão purificados pelo fogo do sofrimento, quais estrelas luminosas, reconhecendo em Mim Aquele que é SANTO!

O pequeno grupo em breve Me verá

E com alegria, a Mim, sua fé ofertará.

Então farei espargir a Minha Bênção sobre a Terra

E das tumbas surgirão os que dormiam

A fim de penetrar na Glória do Senhor,

Libertos do desespero e da dor!

Amém.

O MUNDO

UMA ESCOLA PREPARATÓRIA PARA O REINO DO CÉU

Estou sempre pronto a dar um pedaço do Pão Celeste aos filhes do Meu Amor — mormente quando sua saudade é tão forte como a desta filha, cujo coração vive mais no Além do que neste mundo cheio de atribulações.

Por isto, digo: Minha filha, por que choras? A quem procuras? Procuras o esposo falecido, na tumba, com os mortos? Oh não! Sabes que ele vive! E, ciente disto, pensas nele com saudade e desejas vislumbrar o grande Além!

Sabes que estes conhecimentos são vedados ao homem. Também não são provas concretas sobre a Vida Eterna que te afligem; apenas desejas crer naquilo que teu Pai, no Seu grande Amor, te revelou: Se teu esposo é realmente feliz? Se nada lhe falta? Se repousa no Seio do Pai? Se sua alma achou a paz? Em suma, se ele se encontra na Casa do Pai.

Vê, Minha filha, eis teus mais íntimos pensamentos e as perguntas de tua alma. Se fosse da Minha Vontade revelar-te isto tudo na profundeza, teria que te levar ao Meu Reino e mostrar-te os diversos graus evolutivos, as maravilhas grandiosas da Criação Espiritual e o vaivém dos Meus Pensamentos Sagrados. Mas tudo isto não te seria compreensível em se tratando de coisas que só o teu espírito livre poderá futuramente reconhecer.

Por isto, recuso-vos sempre quando quereis penetrar no Reino dos Espíritos, reconduzindo-vos à vida terrena, à vida de ação. E quando vos encontrais rodeados de preocupaçoes, às vezes nem podendo vos elevar numa prece, quando apenas um suspiro se desprende de vosso coração oprimido — pensais estar longe do Meu Coração, enquan­to estais mais perto de Mim.

Na ação justa estais mais achegados ao Espírito de Deus; pois onde há ação existe vida, e onde há vida Se encontra Deus!

Por isto vos digo a todos: Não desejeis sair desta vida cheia de inquietudes e preocupações, e sim, a ela deveis vos dedicar; isto é, deveis aprender a vos conformar com ás situações existentes e aceitar aquilo que Eu vos mando para a salvação de vossas almas. Às vezes são provas pe­quenas, outras pesadas, deveres insignificantes, remédios amargos e doces que Minha Sabedoria acha por bem apli­car aos filhos da Escola da Vida.

Este mundo é uma Escola Preparatória para o_ Reino do Céu e quem quiser alcançar o lugar acertado não deve temer o trabalho, nem perder tempo, e sim, agir enquanto existe o dia de hoje!

Vê, Minha filha, não é bem isto que esperavas. Aguar­davas uma palavra de amor, de consolo e paz. Não deixas­te de encontrá-la — porém, de outra maneira. Comigo não existe estagnação, nem sossego após a morte, mas uma Paz em Deus — numa constante atividade. Tanto aqui como lá, tanto na Criação material como na espiritual, a ação produz vida. Portanto, não existe diferença entre am­bas as esferas. Trabalhar é o elemento básico também no Reino dos Espíritos e a condição para a bem-aventurança de todos os seres, cujo desejo mais ardente consiste em poderem Me servir, cumprindo a Minha Vontade e as ta­refas recebidas.

Eis as alegrias celestes: Submeter-se à Vontade de Deus e dirigir olhos e ouvidos, coração e sentidos a isto:

Trilhando apenas os caminhos de Deus E fazendo Sua Vontade

A alma repousará em Jesus, o Pai Querido!

Estará liberta — embora algemada,

E feliz, enquanto as dores a tentam sufocar.

Pois decide a Ele se entregar!

APROVEITAI O TEMPO EM BENEFÍCIO DA ETERNIDADE

"Ó Amor, Amor Eterno, ouve-nos! Achega-Te de nós com Tua Graça! Faze com que nossos cora­ções sintam o milagre da Tua Vinda e da Tua Revelação! Não nos deixes caminhar para o Gólgota sem a Tua Bênção. Desperta os nossos co­rações para que possam sentir mais profunda­mente o que fizeste por nós e o que Te devemos! Deixa que Te adoremos e agradeçamos, Pai San­tíssimo, não por palavras, mas em espírito e ver­dade, através de um procedimento espontâneo dentro de Tua Ordem!"

Assim, Meus queridos filhos, deveis vos aproximar de Mim! Vinde sem os recalques que adquiristes devido às vossas fraquezas. Conheço vossos corações e vossos males, e também sei do que necessitais! Por isto, deixai-Me agir, pois vos conduzo, bem como os menores fatos em vossa vida a Meu contento. Tende bom ânimo! Aceitai de Minhas Mãos cada dia, cada hora de vossa vida e considerai a sua prorrogação cheia de Bênçãos como prova do Meu grande Amor Misericordioso.

Mas, não esqueçais que não acrescento uma hora se­quer! Vossa vida é por Mim prescrita! Se aproveitardes os dias que vos restam sem desperdício algum, serão suficien­tes para a obtenção daquilo que almejais! Não podereis alcançar mais do que isto; entretanto, fácil será vos prejudicardes pelo uso imprudente do tempo. Este desperdício ocasionará uma grande falha no vosso corpo psíquico, que facilmente poderá ser completada, mesmo pelo Meu Amor. Será algo que vos faltará, podendo ser restituído unicamente no Além, pela máxima assiduidade e fidelidade, le­gando épocas inconcebíveis para o vosso intelecto.

Por isto, esforçai-vos em conseguir a construção com­pleta do vosso corpo psíquico. Permanecei com prazer os dias que vos restam no fogo do Meu Amor, que tanto castiga como purifica! É a Graça plena que recebereis! Não vos detenhais procurando vos afastar do caminho da cruz! Tende fé! É aos caminhos da salvação que Eu vos conduzo, e ninguém se perderá esperando por Mim!

Se caminhardes vossa trajetória com boa vontade e cheios de coragem, encontrareis poucos espinhos, pois as rosas serão em maior número e somente o teimoso se ma-goará. O ingrato, não considerando Minha Graça, rompe­rá com impaciência os fios que o prendem à Minha Orien­tação e será exposto e desprotegido diante das forças do mal. Por isto, caminhai na Luz e deixai-vos conduzir pelo Meu Amor Misericordioso, e assim as trevas nada vos poderão causar. Isto vos diz o Amor do Pai, que vos acompanha por toda a eternidade.

Amém

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